terça-feira, 5 de janeiro de 2010
Motoristas na rota do estresse
Após conquistar o cargo de gerente em uma operadora de cartões de crédito, a administradora A.S.L. passou enfrentar desafios profissionais e congestionamentos diários de ao menos duas horas. Meses depois, no trajeto para o trabalho, A.S.L. parou o carro em plena via expressa. “Eu simplesmente freei. Perdi a noção do tempo e do espaço. Alguém parou e me perguntou se eu estava louca. Não sabia o que responder. Tive a sensação de perder a memória. Com o pouco sentido que me restava, liguei o carro e fui direto para o hospital”, recorda a gerente.
O diagnóstico, estresse grave. O tratamento, uma mudança radical de hábitos, que incluíram nova dieta e exercícios físicos.
“O primeiro sinal que o corpo costuma dar quando estamos esgotados física e mentalmente é o cansaço. A sensação de acordar pela manhã com pouca disposição para vencer mais um dia de trabalho”, explica o médico Alex Botsaris, especializado em medicina complementar e autor de vários livros sobre o assunto.
Ainda segundo Botsaris, “para dirigir ou se segurar em um meio de transporte as pessoas usam os braços por longo tempo, o que exige e estressa a musculatura da coluna cervical, justamente a que mais sofre com o estresse”, alerta.
Diagnóstico
Estar atento aos sintomas pode ser o caminho para não sofrer com altos níveis de estresse, que pode ser de três tipos: físico, psicológico e social.
“O estresse físico é aquele cansaço que sentimos ao dirigir por muito tempo ou ao ficamos parados em um congestionamento. O psicológico acomete as pessoas que levam para a direção a briga com o parceiro, com o chefe, com a empregada etc. e também aquelas que já ficam irritadas só de imaginar o trânsito que terão pela frente. Já o estresse social é gerado por preocupações com compromissos marcados, contas a vencer e atrasos”, explica o médico Dirceu Rodrigues Alves, chefe do departamento de Medicina Ocupacional da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet).
Para Botsaris, o motorista deve ficar alerta também aos seguintes sintomas:
• A qualidade do sono começa a piorar, os estressados acordam muitas vezes por noite e têm dificuldade para conciliar o sono.
• O cansaço mental vem acompanhado de redução da memória e da capacidade de concentração.
• O cansaço físico vem acompanhado de tensão muscular e dores no corpo, em especial na região cervical.
• À medida que o estresse aumenta, a pessoa começa a ficar irritada e pode também ficar deprimida.
• O apetite pode ser alterado, em geral a pessoa tem um aumento do desejo por carboidratos.
• Vários sintomas como palpitações, dores no estômago, dores de cabeça, alterações no ritmo do intestino, além de uma infinidade de doenças, podem aparecer com o estresse continuado.
Mudança de hábito
Mesmo diante de argumentos tão convincentes, mudar os hábitos equivale a uma conquista de um bravo guerreiro. “As pessoas gastam cada vez mais tempo no trânsito. E tempo é um fator fundamental para poder mudar os hábitos de vida. Até hoje preciso fazer ajustes na minha rotina para me proteger do estresse. A luta é contínua, o estresse sempre nos ronda nas grandes cidades”, diz Botsaris, que narra sua experiência pessoal e profissional no combate ao estresse em Complexo de Atlas.
“O livro faz referência a Atlas, o gigante da mitologia grega que foi condenado por Zeus a carregar o mundo nas costas. Essa mesma sorte afeta o cidadão moderno; ele é obrigado a carregar um mundo cada vez maior, nas costas. Por isso, uma das regiões que mais sofre com o problema é a musculatura da coluna cervical. Entre os pesos que cidadão moderno carrega está o trânsito e o próprio automóvel. Esse último pode ser uma fonte de prazer, mas também pode gerar muito estresse”, diz.
Das diversas orientações que livro aborda, Botsaris revela algumas dicas para evitar o estresse e melhorar a qualidade de vida:
• Para mudar os hábitos de vida é preciso muita força de vontade. É preciso estudar a própria rotina e encaixar os bons hábitos de vida, como fazer exercício regularmente, e ter fontes de relaxamento.
• Às vezes isso exige sair de casa mais cedo, negociar um tempo extra no trabalho, aproveitar melhor a hora do almoço.
• Alimentação é fundamental, porque é o que mais vai influenciar sua saúde a longo prazo, e é a fonte de energia para o dia a dia.
• Morar perto do local do trabalho é um dos fatores que mais pode influenciar positivamente na qualidade de vida e permitir mudanças dos hábitos de vida.
• O sono é que permite a recuperação de um dia de trabalho, permitindo que a pessoa possa suportar um novo dia de demandas intensas. Pessoas que não dormem bem se transformam facilmente em estressados crônicos e depois em doentes.
• Pequenas mudanças, como diminuir o tempo que vemos televisão à noite e reduzir a luz no quarto com uma boa cortina, podem ajudar a melhorar a qualidade do sono.
• O simples hábito de apoiar a cabeça sobre o encosto já pode ajudar muito a reduzir o estresse muscular de quem dirige. A maioria dos motoristas desloca cabeça para frente em vez de repousá-la sobre o encosto para a cabeça, o que aumenta muito o estresse da musculatura cervical.
• Se a pessoa está presa num engarrafamento ou não encontra vaga para estacionar o carro, ele começa a se transformar numa fonte de estresse e coloca a tensão na região cervical automaticamente. Quanto mais tempo ficar tenso dirigindo maior será a tendência para ficar com tensão e dor na musculatura cervical. A postura que o motorista adota ao dirigir pode agravar esse problema.
• Se você está parado num engarrafamento, procure ligar o som do carro e ouvir música.
• Espreguiçar-se enquanto o carro está parado também ajuda a aliviar o estresse muscular.
• Quanto mais evitar ficar tenso com trânsito menos será a repercussão do estresse sobre você. Uma pessoa que dirige muito tempo todo dia deve fazer exercícios diários de alongamento para a região cervical como forma de prevenir problemas aí.
• Além da série simples de quatro exercícios que podem prevenir dor e tensão na coluna cervical, recomendo massagem, acupuntura, exercícios de meditação, ioga e hidroginástica para as pessoas estressadas crônicas com dor na coluna cervical.
4 passos para alongar a região cervical
1 - Alongar a cabeça sobre o pescoço para frente e para os lados, usando o braço direito com a mão fazendo pressão na altura da região parieto-temporal esquerda da cabeça; alongar a cabeça fletindo-a para a direita. Em seguida fazer o mesmo para o outro lado. Por fim alongar, com ambas as mãos, apoiadas na região occipital, fletindo a cabeça para frente.
2 - Circunvolução da cabeça. Rodar a cabeça sobre o pescoço fazendo um círculo para a direita, começando com o queixo próximo ao hemitórax esquerdo, em seguida elevando o queixo para cima para terminar o ciclo com o queixo próximo ao hemitórax esquerdo. Repetir em seguida o movimento na diração oposta.
3 - Alongar os braços sobre o peito. Alongar o braço direito movendo-o na frente do tórax para a esquerda na altura do ombro e ajudando com o dorso da mão esquerda. Em seguida fazer o mesmo exercício e alongamento com o braço esquerdo.
4 - Alongar os braços para trás, apoiando a mão ou o punho numa coluna ou numa reentrância de parede, com o braço estendido na altura do ombro, alongar na os braços para trás, forçando levemente a rotação do corpo no sentido contrário ao do braço alongado – fazer exercício dos dois lados.
fonte: abramed.
Postado por
William Junior
às
13:53
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Stress? Que isso, quer me irritar pow pow, não, não sou stressado é apenas impressão.
ResponderExcluirQuem não é não éamigo, todos temos um lado cheinho de stress, a doença do seculo XX e XXI
Abraços forte
Muito bom esse post. Muita gente tentando ter uma melhor qualidade de vida, está se mudando para o interior. O problema é que continuando a trabalhar na agitação da cidade grande, enfrenta todos os dias o transito caótico, a distância, e o que era para ser bom, fica um pouquinho pior.
ResponderExcluirMas são dificuldades dos tempos modernos que a gente precisa aprender a lidar.
Abraços
Bel
Precisamos realmente ficar atentos aos sinais de estress enviados por nosso corpo e procurar ajuda rapidamente, pois quanto mais demoramos mais dependentes seremos dos medicamentos usados para combater esse mal.
ResponderExcluirParabéns Willian Júnior pelos excelentes textos postados por você!
Abraços
Sônia Borba