sexta-feira, 8 de abril de 2016

Mark Zuckerberg e suas ambições imperiais


O fundador do Facebook se prepara para lutar pelo domínio absoluto da internet na próxima era da computação

O Facebook aposta em novas tecnologias de inteligência artificial e realidade virtual para se manter na liderança (Foto: Facebook/Mark Zuckerberg)

O sinal de “positivo”, ou de “curtir”, com o polegar para cima, não se tornava um símbolo de poder tão potente e simbólico desde a era imperial de Roma. Meros 12 anos depois da fundação do Facebook, a rede social tornou-se um grande império com uma vasta população, imensa fortuna, um líder carismático e influência inacreditável.

A maior rede social do mundo tem 1,6 bilhões de usuários, um bilhão dos quais a usam todos os dias por uma média de 20 minutos cada.

No mundo ocidental, o Facebook é responsável pela maior parte da atividade mais popular (relações sociais) nos dispositivos mais utilizados (smartphones); seus vários aplicativos somam 30% do uso da internet móvel dos americanos, e a empresa é a sexta de capital aberto mais valiosa do mundo, avaliada em US$ 325 bilhões.

Mesmo assim, Mark Zuckerberg, o fundador e presidente executivo do Facebook, de 31 anos, tem ambições maiores.

 Ele tem planos para conectar os países pobres digitalmente desconectados irradiando sinais de internet por meio de aviões portáteis alimentados por energia solar e está fazendo grandes apostas em inteligência artificial (IA), “chatbots” (programas de computador que tentam simular um ser humano na conversação com pessoas) e realidade virtual (RV).

Essas iniciativas pelo domínio da internet o levarão a conflito crescente com outros grandes impérios da tecnologia mundial, particularmente o Google. A batalha a ser travada vai moldar o futuro digital para todos.

Ambos exercem papéis diferentes nas vidas de seus usuários: o Google tem quantidades imensas de informação sobre o mundo, enquanto o Facebook sabe sobre você e seus amigos. Você recorre ao Google para resolver problemas e trabalhar, mas se conecta ao Facebook quando tem tempo para gastar.

 Ainda assim, suas posições de dominância e suas estratégias estão se tornando extremamente parecidas. As duas empresas querem mais usuários e mais informações – o que explica por que ambas estão tão interessadas em estender o acesso à internet no mundo.

A aposta do Facebook em IA é o reconhecimento de que o “aprendizado das máquinas” – onde sofwtaresaprendem ao combinar informações ao invés de ter comandos programados – é uma grande parte da estratégia de direcionar informação para oferecer novos serviços e achar novas formas de ganhar dinheiro.

A técnica de IA já é usada para identificar rostos de pessoas em fotos, por exemplo. Por outro lado, o investimento do Facebook em realidade virtual – a empresa adquiriu o Oculus por US$ 2 bilhões em 2014 – é uma aposta ousada sobre os caminhos que a comunicação e a computação vão seguir depois dosmartphone.


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