Por
que não transformar suas reclamações em ações para mudança daquilo que você
tanto reclama e que te faz “infeliz”?
Sim,
reclamar é uma arte. E alguns indivíduos possuem uma habilidade incrível para
isso. As queixas vão desde uma colher que caiu no chão a um e-mail no qual não
foi copiado no ambiente de trabalho.
Mas este
artigo não tem a intenção de dizer se reclamar é certo ou errado, o que se quer
é levar o leitor a pensar sobre a real necessidade de algumas reclamações.
Um pastor
norte-americano chamado Will Bowen lançou um desafio à sua congregação: ficar
21 dias sem reclamar. A ideia do pastor era fazer com que as pessoas
reclamassem menos e fossem mais felizes.
O desafio consistia em colocar uma pulseira no
pulso e ir trocando de braço à medida que fosse feita uma reclamação, começando
novamente a contagem dos dias. Caso não houvesse nenhuma reclamação durante os
21 dias, o desafio terminaria e a pulseira poderia ser retirada.
Ao ler
sobre esse movimento, decidi fazer o desafio. Comprei uma pulseira nova e
coloquei em um dos pulsos. O resultado foi que passei 21 dias trocando a
pulseira de braço, pois não deixei de me queixar um dia sequer. Apesar de não
ter concluído o desafio, percebi que reclamar menos fez com que eu me sentisse
mais tranquila, aceitando aquilo que eu não podia mudar naquele momento.
Também
consegui começar a pensar mais antes de falar, pois procurava encontrar uma
solução para o problema antes de falar mal dele.
No livro
99 doses de Nietzsche, Allan Percy destaca que conviver com pessoas viciadas em
reclamar é um tormento.
Ele ainda ressalta que ninguém presta atenção
de verdade aos lamentos dos outros, e que expressar uma situação negativa não
ajuda a resolvê-la. Aliás, por trás de toda negatividade existe um sinal de
impotência do indivíduo.
Mas
algumas reclamações incentivam mudanças, e até são estimuladas. Não é à toa que
algumas empresas estão sempre perguntando ao consumidor sobre sua satisfação
com o atendimento e o produto.
No
entanto, a reclamação infundada ou gratuita não acrescenta ou muda nada em sua
organização ou até mesmo na sua vida pessoal. Não é raro ver funcionários
reclamando do ar condicionado da empresa, do spam que recebeu no e-mail, do
tempo que está quente ou frio, da quantidade de trabalho para fazer, do salário
que é pouco, do café que está ruim. Tudo é motivo para queixas.
Por outro
lado, o aumento das reclamações também deve ser levado em consideração, pois
pode indicar a ocorrência de algum problema mais grave, tanto pessoal quanto
profissional.
Muitas vezes, o nível de tolerância do indivíduo
pode estar tão baixo que a única maneira ou escape que ele encontra é
exteriorizar essa insatisfação por meio de reclamações superficiais ou
insignificantes. É como uma maneira de chamar a atenção para si e para o seu
problema.
O
importante é fazer uma autoanálise e tentar entender os reais motivos de suas
reclamações, procurar saber se você está se sentindo frustrado com algo e não
está conseguindo resolver, ou ainda se está tendo uma visão limitada do mundo,
onde só vê um lado das partes.
Às vezes
você só precisa de uma mudança de postura, olhar a situação por outro ângulo,
empatia. E o mais importante de tudo, tentar não jogar suas insatisfações na
família, nos amigos, nos colegas de trabalho, pois as outras pessoas já estão
bem ocupadas tentando resolver seus próprios problemas.
Por que não transformar suas reclamações em
ações para mudança daquilo que você tanto reclama e que te faz “infeliz”?
Confesso
que até esse artigo foi alvo de muitas reclamações de minha parte e quase não
foi finalizado. Acho que tem alguém precisando voltar para o desafio da
pulseira...
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