Está
em andamento no Congresso, para ser votada nos próximos dias, uma emenda
constitucional que pretende estabelecer o voto facultativo.
Atualmente,
o voto é obrigatório para os cidadãos em geral. Só é facultativo para os
eleitores que têm entre dezesseis e dezessete anos, para os que alcançaram
setenta anos e para os analfabetos.
Aos eleitores muito jovens e aos analfabetos
dispensa-se a obrigatoriedade para que exerçam o direito de votar se estiverem
motivados para fazê-lo.
Aos
idosos faculta-se a decisão de votar ou não votar porque, na idade provecta, o
comparecimento às urnas pode ser um grande
sacrifício. Fica assim a critério dos eleitores dessa faixa etária avaliar as
próprias condições de saúde para exercer ou não exercer o sufrágio.
Quanto aos analfabetos, apenas em 1985
conquistaram o direito de voto, quando o Congresso, sob pressão da opinião
pública, removeu parte do lixo autoritário da ditadura.
São
deveres cívicos, dentre outros: votar; participar das mesas de votação e de
apuração de votos, se ocorre convocação para este encargo; fazer parte do júri,
se para esta honrosa missão for escolhido; pagar os impostos devidos; cumprir o
serviço militar ou o serviço civil que o substitua, salvo dispensa legal;
prestar depoimento em juízo quando convocado.
Ao
comparecer perante a urna para votar, o eleitor pode votar em branco se nenhum
candidato lhe parecer merecedor de escolha e pode votar nulo, como forma de
protesto e rebeldia.
Tanto
o voto em branco, quanto o voto nulo merecem respeito, se a consciência do
cidadão indicar este caminho como acertado. Muito diferente da aceitação do
voto branco e do voto nulo, como forma de expressão da vontade, é a tese de
admitir o voto facultativo, como se comparecer para o voto não fosse um dever
de cidadania.
O
voto facultativo insere-se dentro de uma filosofia de absenteísmo político e
estimula a apatia à face do interesse coletivo. Consagra o descompromisso
ético, o isolamento social, o egoísmo.
Em
vez da instituição do voto facultativo, que é um retrocesso, medidas opostas a
esta devem ser adotadas: ampliar o contingente de eleitores através de uma
ampla campanha de alistamento; promover a educação política, de modo que todo o
eleitorado vote consciente e bem informado; estimular o debate no rádio, na
televisão e ao vivo perante as comunidades; impedir o abuso do poder econômico
nas eleições; adotar um conjunto de medidas que aprimorem a participação
popular na vida política, a partir dos municípios, passando pelos Estados, até
alcançar todo o edifício da nacionalidade.
A
Democracia não se constrói a toque de caixa, mas através de etapas.
A superação
das falhas existentes deve ser celebrada.
Os recuos não merecem aplauso.
Comente
este artigo. Você concorda com o exposto acima???
Será que ia surtir efeito no Brasil? Para mim, o voto facultativo geraria uma política elitista com mais influência do que a que existe hoje!
ResponderExcluirNão tem que mudar nata no sistema de voto!
ResponderExcluirTem que mudar e a forma de ser um parlamentar!