Entrar em um consenso sobre quem mente
mais, se o homem ou a mulher, é uma tarefa difícil, apesar das diversas
pesquisas que já existem sobre o tema. Em algumas, os homens mentem mais que as
mulheres pela internet, em outras, as mulheres mentem mais entre si, enfim são
muitas as abordagens, a maior parte delas baseada na opinião das pessoas sobre
o tema. Segundo o psicólogo social Wadson Arantes Gama, ser um mentiroso é uma
questão de caráter, não de sexo.
A mentira pode ser proferida para causar
o mal ou simplesmente para não haver um desacordo social, como quando você diz
que alguém está bonito (a), mas na verdade não está. Essas mentiras causam
certa discussão entre as pessoas.
Algumas concordam que elas existem para o bem
e outras já preferem dizer logo a verdade, por mais dolosa que ela seja.
De acordo com o portal Anita Mulher no
livro Por que os Homens Mentem e as Mulheres Choram?, de Bárbara e Allan Pease,
algumas verdades devem sim ser ditas. Segundo os autores, todos mentem o tempo
todo, independente de ser homem ou mulher. Numa passagem do livro, eles citam
um exemplo: “Oi, Maria. Como os seus seios estão caídos. Por que não põe um
sutiã novo ou procura um cirurgião plástico?” ou “Oi, Adam. Você está
precisando ver a razão do seu mau hálito e por que não corta esses pelos do
nariz?”
Homens mentem por duas razões básicas:
obter um ganho e evitar uma dor, segundo Bárbara e Allan. “Existe a mentira
branda, benéfica, maliciosa e a dolosa. A branda faz parte de convívio social e
impede insultos ao próximo. A benéfica é usada pelas pessoas com a intenção de
ajudar. A dolosa é a mais perigosa, porque a intenção do mentiroso é ferir ou
tirar vantagem da vítima em benefício próprio. Mentiras maliciosas são
motivadas por vingança ou para obter vantagens”, diz os autores.
Para o psicólogo social Wadson Arantes
Gama, quanto às pesquisas realizadas sobre quem mente mais, os homens ou as
mulheres, é preciso averiguar quanto aos lugares e às pessoas pesquisadas, os
índices podem ser diferentes entre países ou regiões diferentes.
“Não temos
como comprovação de nenhuma pesquisa realmente científica quanto a esse tema. A
mentira pode ser social, usada para não prejudicar ou ajudar uma pessoa, ou o
inverso disso, ser criado para causar o mal, de forma a destruir ou até mesmo
causar intrigas”, explica.
Para o psicólogo, algumas pessoas mentem
até mesmo como uma forma de proteção ou para parecerem ser o que não são.
“Tem
quem acredite que mentir sobre sua condição social, ou sobre detalhes de suas
vidas, trará mais aceitação do outro. O que não é verdade, devemos ser
sinceros”. Ele ainda ressalta que mentir muito pode sim se tornar um
transtorno, pessoas que mentem por qualquer coisa devem ficar atentas. “Se isso
for algo compulsivo, elas não conseguirem falar a verdade quase nunca pode
começar a prejudicá-las.
Nessa hora é preciso parar e procurar ajuda de um
profissional. Neste caso um terapeuta seria o ideal”, ressalta.
Síndromes relacionadas à mentira
Existem duas síndromes que podem estar
relacionadas à mentira. No entanto não há propensão de um sexo que tenha tido
mais que o outro.
A síndrome de Münchausen e de Ganser. Ambas estão
relacionadas a pessoas que querem estar doentes para ter algum tipo de
benefício, como, por exemplo, chamar a atenção de uma ou mais pessoas.
Segundo o portal Info Escola, a síndrome
de Münchausen, também conhecida como transtorno factício, é uma desordem
psiquiátrica, na qual os indivíduos acometidos simulam estar doentes ou com
algum trauma psicológico para conquistarem atenção e simpatia das pessoas.
Tal distúrbio foi estudado pelo médico
inglês Richard Asher, no ano de 1951. Inicialmente, este termo era utilizado
somente para desordens fictícias, hoje, é considerada como um amplo grupo de
patologias fictícias, sendo o termo síndrome de Münchausen utilizado para a
forma mais severa da doença, na qual o fingimento torna-se a atividade central
da vida do indivíduo.
Na síndrome de Ganser, o transtorno se
torna dissociativo e surge voluntariamente, com o indivíduo agindo como se
possuísse alguma doença mental, quando, na realidade, não apresenta nenhuma
desordem desse tipo.
Segundo Info Escola, a doença é rara e foi descrita pela
primeira vez por um psiquiatra alemão: Josef Maria Ganser Sigbert. Neste caso
sim há uma propensão maior para acometerem homens que mulheres, mais
frequentemente no final da adolescência e início da vida adulta. A causa desta
síndrome ainda não foi completamente elucidada.
Especialistas acreditam que indivíduos
que agem de tal maneira objetivam escapar de alguma situação mental ou fisicamente
constrangedora.
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