A estatal Furnas
deu início ao projeto de uma usina denominada de conversor offshore. Inédita no
país para gerar energia a partir do aproveitamento das ondas em alto-mar.
A
ideia, em conversas já realizadas com a Marinha do Brasil, é que a unidade
atenda ao Farol da Ilha Rasa e às cerca de 200 casas existentes no local,
informou à Agência Brasil o gerente da área de Pesquisa, Desenvolvimento e
Inovação de Furnas, Renato Norbert. Já em uma uma segunda etapa, a usina
flutuante deve gerar energia às plataformas do pré-sal.
A pesquisa, que já
é desenvolvida em nível privado no Brasil e explorada em outras parte do mundo,
é realizada em parceria com o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e
Pesquisa de Engenharia (Coppe), ligada à Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), e com a empresa Seahorse Wave Energia de Ondas.
O protótipo está em
construção, em escala menor, e vai ser testado no tanque de ondas da Coppe,
durante cerca de oito meses. Após os aperfeiçoamentos que forem introduzidos no
projeto, os técnicos se dedicarão à construção da unidade que será instalada na
Ilha Rasa. A expectativa é que o projeto esteja pronto para operar no final de
2015 ou até o primeiro trimestre de 2016.
Furnas pretende
também partir para um segundo projeto, de tornar a unidade de geração de
energia flutuante apta a servir às plataformas do pré-sal afastadas da costa,
onde a profundidade é elevada.
Norbert explica
que, atualmente, para plataformas de petróleo que operam próximo da costa, a
distâncias inferiores a cem metros, Furnas vai estudar a possibilidade de serem
atendidas por usinas que são fixadas no fundo do oceano. Para profundidades
mais altas, a solução mais econômica prevista é a instalação de unidades de
geração de energia flutuantes.
A primeira usina
terá capacidade de cem quilowatts (kW) de energia, suficiente para abastecer
800 pessoas. “Mas a gente pretende, se tudo der certo, desenvolver outras
unidades que vão atender a ilhas próximas da costa e plataformas de petróleo
perto da costa”, disse ele.
A energia gerada
pelas ondas em alto-mar tem como vantagem ser totalmente limpa, funcionar de
forma simples e um baixo custo. Segundo o gerente de Furnas, a construção da
unidade é mais barata do que qualquer outra solução que se proponha.
“É muito mais barato do que uma usina de
geração eólica da mesma capacidade, por exemplo”, salientou. Sobretudo para
ilhas, que não têm grande extensão, é considerada uma solução excelente. E para
um país com extenso litoral, a novidade pode representar futuramente ganhos na
produção energética.
Agência Brasil.
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