Antigamente, bons jogadores de futebol eram
encontrados em qualquer bairro de qualquer cidade do País. Os campinhos de
peladas se espalhavam por todos os cantos e ofereciam condições às crianças
para mostrar qualidade e, ao mesmo tempo, oportunizavam aos
"olheiros" pinçar os melhores que, levados para clubes organizados,
eram lapidados para surgir no cenário profissional.
O crescimento demográfico das cidades foi
eliminando os campinhos e fazendo sumir em grande parte as peladas de finais de
tarde, sem contar que também, as crianças urbanas passaram a trabalhar para
ajudar na sustentação familiar.
O surgimento de bons jogadores foi reduzido e
inclusive, uma mudança no processo natural, com aproveitamento de atletas
veteranos (ex-profissionais) pelas agremiações que disputavam os certames
amadores, como ainda hoje acontece.
No outro lado da moeda, o material esportivo, cada
vez mais sofisticado, foi encarecendo e muitos dos chamados pró-homens (que
tiravam dinheiro do bolso para alimentar clubes) foram sumindo e,
com isso, o fechamento de um grande número de clubes profissionais e amadores
que não resistiram aos novos tempos.
Para
conseguir manter os clubes que sobraram no processo, novas normas foram sendo
ativadas, como por exemplo, sócio ter que pagar ingresso para entrar no estádio
em dias de jogos, aumento dos valores de mensalidades, comercialização de
camarotes e cadeiras nos estádios, entre outras.
Nessa verdadeira roda viva, o futebol se tornou
"saco sem fundo". Os atletas se valorizaram profissionalmente e as
diretorias, para fazer frente aos custos, também aumentam o valor dos
ingressos, promovendo um natural esvaziamento das praças esportivas, com os
torcedores passando a escolher jogos para assistir.
O futebol se elitizou, especialmente nos grandes
centros, ao ponto de, agora, com a construção das chamadas "Arenas"
praticamente inviabilizar a presença de torcedores de menor poder aquisitivo.
Diante desse fato, o ministro dos Esportes, Aldo
Rabelo, resolveu realizar reunião com dirigentes de clubes, administradores de
estádios, representantes das Secretarias de Esportes dos Estados e da
Confederação Brasileira de Futebol, para que seja encontrada uma solução que
possa fazer com que o futebol seja, novamente, para o povo.
Os
integrantes da reunião deverão enviar sugestões que viabilizem a redução dos
valores de ingressos, entre outras, para evitar que, na maneira como segue, o
Brasil tenha monumentais palácios esportivos entregues às moscas.
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