Alguém escreveu: pobre do país que precisa de heróis. Pobre do país que precisa de um ser extraclasse, de um ser midiático, de uma figura messiânica, de um Sassá Mutema. Quando o autor da frase assim se manifestou provavelmente queria dizer que um país deveria ser constituído por uma grande massa de cidadãos comuns e virtuosos. Ou seja, a regra deveria ser que a maioria das pessoas fosse íntegra. Como a maioria das pessoas parece não ser, então entra a figura lendária do redentor, aquele que representa o nosso ideário, aquilo que poderíamos ser e não somos, aquilo que um dia o nosso projeto juvenil almejou alcançar e nos faltou perna para tal. O bom de uma família, de uma empresa, de um time de futebol, de um país não é alguém que se sobressaia. O bom é a mescla, o bom é a média, é o equilíbrio de orgulhos e vicissitudes. O bom é uma média, um equilíbrio tipo uma nota sete no boletim. Não precisa ser dez e nem três. Quando a média não é boa, quando o grupo não tem o imprescindível precisamos do herói. Assim como precisamos de Jesus. Precisamos acreditar que Ele é o legítimo filho de Deus. Pela torpeza de nossas convicções não admitimos que alguém seja melhor do que a gente, a não ser que seja místico. Se alguém é melhor do que a gente, então deve ser porque é filho de Deus. Melhor do que a gente, só se for de um outro mundo.
O herói é aquele cara que se mostra ao perigo arriscando a própria pele para nos salvar. Como o Batman, por exemplo. O super-homem não é herói porque é super. Tem superpoderes, não arrisca a pele, não arrisca sua vida. Nunca morrerá. Então não é herói, é apenas super.
A derrocada dos valores humanos, em visível contraste aos avanços das comodidades da vida atual, faz emergir o imaginário, aquela figura de cavalo branco que um dia iria salvar o Brasil das garras dos atrasos sociais. O Brasil seria salvo por um príncipe jovem, depositário de todos os adjetivos possíveis e seríamos eugenicamente felizes porque dizem que Deus é brasileiro e que talvez tenha nascido em Garanhuns, Pernambuco. Mas, o nosso Deus nada tem de príncipe. Ele é gordo e barbudo e é bem provável que não represente anseios éticos e morais que uma sociedade deveria almejar. Talvez um outro super-herói, talvez não super, talvez nem herói. Talvez um cidadão comum, quase um desconhecido, uma pessoa simples pinçada aleatoriamente e que, apenas e tão somente, dê seguimento às lições que aquele cara que pregamos na cruz tentou nos mostrar. Deletamos o cara diferente que se apresentou há dois mil anos. Sua superioridade ofendia os padrões da época. Ele era tão superior que não era desse mundo e se não era igual à gente é melhor deletar. Desejar que a maioria seja virtuosa é utópico não é mesmo? É quase infantil, não é mesmo? O melhor mesmo é seguir o mundo adulto, das formas e ideias, seguir nossas rotinas e programar para assinar o pacote do próximo Big Brother, o nosso mundo, o nosso mundo de verdade.
domingo, 30 de agosto de 2009
Pobre do País que precisa de heróis...
Postado por
William Junior
às
08:51
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William, não pode se sobressair pessoas comuns para que não derrube os corruptos no poder.
ResponderExcluirBelo texto!
O País precisa ser homogênio, e desta massa surigr lideres (não heróis) comprometidos com os anseios desta população, e de preferência ... honestos
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