O que a sua empresa pode aprender com o sucesso da Marvel Studios e o seu universo cinematográfico?
Desde o lançamento do primeiro filme solo do Homem
de Ferro, em 2008, a Marvel Studios criou um universo cinematográfico que hoje
é uma das mais lucrativas propriedades intelectuais do cinema. Tendo faturado
mais de 17 bilhões de dólares com bilheteria (fora produtos licenciados e
merchandising em geral), o Marvel Cinematic Universe (MCU) já é formado por 22
filmes, além de séries de TV, streaming e curta-metragens.
Apesar de receber muitas críticas de cineastas mais
tradicionais, como o premiado Diretor Martin Scorcese, que já comentou em um
passado recente que “os filmes da Marvel não são cinema”, é inegável o sucesso
econômico da franquia de super-heróis. Com isso, muitos estúdios de Hollywood
têm tentado copiar a “fórmula Marvel” em suas produções. Mas será que os
empresários também podem aprender algumas lições com o sucesso da casa dos
vingadores?
É importante lembrar que a Marvel nem sempre foi
essa empresa bem sucedida que conhecemos hoje. Na verdade, antes de ser
adquirida pela Disney, a editora de quadrinhos encontrava-se em grandes
dificuldades financeiras, tendo inclusive que vender os direitos
cinematográficos muitas de suas propriedades intelectuais. Foi por isso que,
até pouco tempo, a Marvel Studios não utilizava personagens populares como o Homem-Aranha
ou os X-men em seus filmes.
Com os direitos cinematográficos dos seus
principais personagens vendidos a outros estúdios, a Marvel precisou dar início
ao seu universo no cinema com algumas propriedades menos conhecias. Pode
parecer difícil de imaginar hoje em dia, mas antes de 2008, o Homem de Ferro
era um personagem infinitamente menos popular (e rentável) do que, por exemplo,
os X-men, cujos direitos para filmes estava nas mãos da FOX Studios (até então,
concorrente da Disney).
Para superar esses desafios, a Marvel precisou
inovar muito, se tornando uma referência no segmento cinematográfico. Você pode
gostar ou não dos seus filmes, mas é inegável que a casa dos Vingadores virou
uma máquina de fazer dinheiro.
A seguir, vamos comentar sobre algumas lições sobre
Inovação Empresarial que podemos aprender com a trajetória da Marvel nos
cinemas.
Arriscar onde os seus concorrentes ainda não
tentaram
Nos quadrinhos, as histórias de equipes de heróis
sempre fizeram muito sucesso. No entanto, algo assim nunca havia sido feito no
cinema até então. Para contextualizarmos, a Warner, dona da DC Comics, por
exemplo, era há anos proprietária dos direitos do Batman e do Superman, dois
dos heróis mais lucrativos da cultura pop, porém nunca havia feito nenhum filme
que juntasse os dois personagens, trabalhando apenas com histórias isoladas.
Já a Marvel, após ser adquirida pela Disney,
aproveitou a estrutura que ganhou com a recém-constituída Marvel Studios e
criou um universo cinematográfico interligado. Isso era algo que nunca havia
sido tentado e, sem dúvidas, era um risco muito grande. No fim das contas,
entretanto, o investimento compensou e, hoje, o MCU é uma das propriedades
intelectuais mais lucrativas do mundo do entretenimento.
Eventualmente, a Warner tentou copiar a fórmula da
Marvel e finalmente fez filmes unindo os principais heróis da DC Comics, porém
a sua Liga da Justiça só saiu anos após os Vingadores e nunca conseguiu o mesmo
sucesso de público.
Para inovar na sua empresa, é importante arriscar e
tentar coisas novas. Fazer o que os seus concorrentes não fizeram, seja por
falta de criatividade ou por achar arriscado demais.
Obviamente, os gestores precisam se planejar muito
bem e calcular os riscos. Nem sempre você vai acertar, nem mesmo a Marvel acerta
sempre (é só lembrar o fiasco que foi o “Vingadores 2 – A Era de Ultron”), mas
se você quiser se consolidar no mercado como uma empresa inovadora, é
fundamental fugir da zona de conforto.
Diversificar para se manter atual e relevante
A inovação empresarial não serve apenas para te
colocar no topo, mas também para te fazer permanecer lá. Mesmo após ter
alcançado recordes de público com o primeiro filme dos vingadores (que marcou o
encerramento do chamada “Fase 01” do seu universo cinematográfico), a Marvel
Studios manteve uma cultura de inovação para os seus próximos filmes.
Em entrevista ao Podcast da Harvard Business
Review, o Prof. Spencer Harrison, que estudou durante anos o modelo de negócios
da Marvel, apontou como a empresa consegue manter os seus filmes sempre atuais
e inovadores, mesmo que sempre em um mesmo universo ficcional.
Ele destaca que, apesar de existir uma cúpula
estratégica que pensa os filmes e o MCU a longo prazo, cada filme é trabalhado
individualmente e a empresa prioriza a contratação de profissionais com grande
diversidade criativa.
Ao invés de contratar apenas equipes especializadas
em filmes de super-heróis ou grandes blockbusters, a Marvel dá oportunidades a
pessoas que se destacam em outros segmentos, inclusive em produções menores ou
independentes.
Taika Waititi, o diretor do filme Thor Ragnarok,
por exemplo, fez a sua carreira dirigindo filmes de comédia. Seria uma escolha
no mínimo estranha para a direção de um filme de orçamento gigantesco sobre um
Deus Nórdico (especialmente considerando que os filmes anteriores do personagem
foram focados muito mais na ação e nos efeitos visuais), porém a sua escolha
foi justamente para trazer algo novo à formula do MCU.
Esses novos ingredientes que são colocados na
mistura geram um universo cinematográfico que está em constante inovação.
Assim, mesmo após mais de duas dúzias de filmes, sempre existe aquele gostinho
de novidade.
Na sua empresa, essa postura de inovação também é
importante. Ainda que você venda com sucesso o mesmo produto ou serviço há
anos, uma mudança na forma de apresentá-lo ao seu cliente pode fazer toda a
diferença para a percepção de valor. Se os filmes da Marvel fossem sempre todos
iguais, o público de certo já teria enjoado deles. A mesma coisa pode acontecer
com o seu produto.
Formar uma equipe de profissionais
multidisciplinares ajuda no processo de inovação, pois a sua empresa não fica
aprisionada naquela bolha comum. Por exemplo, um escritório de contabilidade
que tenha alguém com conhecimento em tecnologia da informação na sua equipe
pode muito mais facilmente inovar e tornas os processos eficientes com o uso da
informática do que um outro escritório de contabilidade que tenha apenas
contadores e técnicos em contabilidade na sua equipe.
Ouvir e respeitar o seu público
O mais recente filme do MCU, “Homem-Aranha: Sem
volta pra casa”, produzido em parceria com a Sony Pictures (que ainda detém os
direitos cinematográficos do “cabeça de teia”) é um exemplo de como trabalhar
de forma eficiente na Era do Consumidor.
Novamente, a Marvel Studios fez o que parecia ser
impossível (ou, pelo menos, uma fantasia distante de algum nerd fã do
Homem-Aranha) ao unir em um único longa-metragem as três versões live-actions
do personagem.
Não à toa, o filme é o mais assistido no mundo
inteiro desde o início da pandemia, já tendo faturado mais de um bilhão de
dólares em bilheteria. Às vezes inovar é simples assim: basta saber ouvir o que
o seu público deseja e entregar isso a ele.
No seu negócio, conhecer o seu cliente pode ser uma
ferramenta importantíssima para a sua inovação empresarial. Saber o perfil do
seu consumidor, o que o leva a adquirir aquele produto, quais as suas
necessidades e como melhorar a sua satisfação é o primeiro passo para a
inovação.
Esse feedback pode ser utilizado para desenvolver
novos produtos ou até mesmo para melhorar os que já existem, deixando-os mais
adequados ao seu público. O cliente percebe quando algo é feito pensando nele e
isso agrega muito valor àquilo que ele consome.
Esses são apenas alguns dos ensinamentos sobre
inovação que podemos aprender estudando essa gigante do entretenimento.
Enquanto os diretores da Marvel Studios manterem essa gestão inovadora, parece
que ainda veremos muitos super-heróis por aí, salvando o universo e enchendo os
bolsos dos executivos da Disney de dinheiro.
Não perca tempo, inove também na sua empresa e siga
avante com os seus negócios!
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