quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

EXCEÇÃO À REGRA

 A tecnologia é fantástica e irreversível. Dela se faça uso com humanidade.

O ‘mercado’ contém ingredientes que o tornam rei, Rei Mercado. A inflação é um componente desse quadro. O mercado responde até por um cafezinho. Se um grupo de investidores decide instalar um shopping, imprescindível analisar primeiro o mercado. Sua temperatura ora aquece ora desaquece.

Faz muita gente cair do cavalo. Responde pela prosperidade financeira de felizardos empreendedores. Constitui uma resposta pronta ao custo de vida. Num regime de preços não regulamentados a concorrência deita e rola. E vamos nessa, ao sabor de oscilações mal justificadas de aumentos abusivos de preços no comércio, na tributação extorsiva e na adoção de privilégios.

Hoje compete com o Rei Mercado Sua Alteza a Rainha Tecnologia. Composta por uma teia sofisticada de programas de computador denominados ‘sistemas’, destinados a realizar funções específicas, e dos quais somos todos hoje tão dependentes. Consequências talvez mais visíveis dessa dependência são os contratempos causados pelas enervantes “quedas do sistema”. Em si, a solução é técnica, mas deve ser monitorada com humanidade.

 Como agir administrativamente quando o sistema cai? A Rainha Tecnologia é avançada, mas não infalível, e situações há de falha sem previsão de volta, o que, num hospital, é muito sério. Uma cirurgia dependente de sistemas de tecnologia, e que não pode ser interrompida, é hoje evento corriqueiro. Médicos e funcionários a cumprir normalmente seu horário e suas funções. Mesmo em situações de não emergência, pacientes debilitados, idosos, alguns com mobilidade reduzida, obrigados a esperar, sem previsão do restabelecimento do sistema. Aí passa a viger a lei do silêncio.

Ninguém informa. Até porque, nesses casos, ninguém saberia mesmo dar uma informação consistente, reféns que somos dos mistérios da Rainha Tecnologia. Sugere-se uma norma flexível: Quem quisesse, caso a caso, ir embora e voltar mais tarde poderia ser liberado “in casu”. Um caso a pensar.

Antônio de Oliveira.


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