A “política” é
importante para quem se preocupa com o desenvolvimento econômico do país e, por
conseguinte, com os reflexos deste desenvolvimento na melhoria da vida de todas
as classes sociais. Talvez muitos não saibam as razões do Brasil não conseguir alcançar,
continuamente, taxas de crescimento econômicas elevadas desde meados de 1980.
As respostas podem advir dos efeitos maléficos
da elevada carga tributária, da ineficiência do setor público, das taxas de
juros praticadas, da inflexibilidade das relações trabalhistas, do
desmantelamento da infraestrutura rodoviária, ferroviária e portuária, dos
equivocados incentivos à produção de automóveis em detrimento dos transportes
coletivos, entre tantos outros. O fraco desempenho da economia brasileira não
se resume, portanto, em apenas um fator negativo, mas num conjunto deles.
A questão é saber até
quando o país e seus habitantes irão suportar ineficiências na gestão pública,
resultado de decisões políticas equivocadas, seja pelo despreparo dos políticos
que decidem o destino do país ou por interesses coorporativos ou pessoais.
Em alguns momentos no contexto
político-governamental foi possível enaltecer pontos positivos implantados há
20 anos, que tem servido de base para a retomada do desenvolvimento. A estabilidade
monetária promovida pelo Plano Real, a consolidação da democracia e o processo
de participação da população também motivada pela redução das desigualdades de
renda, mesmo com caráter assistencialista, e o aumento do nível de emprego.
Estas ações, entretanto
são insuficientes para assegurar taxas de crescimento econômico condizentes com
o potencial dos recursos disponíveis no país. O que está faltando são reformas
modernizantes que possibilitem o retorno das taxas de crescimento expressivas,
que faça com que o país amplie a sua participação na economia internacional e
possa expandir o mercado doméstico, podendo de fato ser reconhecida como a
sétima economia mundial, a caminho da sexta ou quinta posições e não retroceder
como, afinal, tudo indica.
A primeira
reforma a ser implementada é a reforma política. Dela dependem outras reformas como a reforma tributária, a
reforma trabalhista e sindical e a reforma do Estado. O atual sistema político
em vigor no Brasil não assegura que o país possa mudar com as próximas eleições
e retomar o crescimento tão desejado por toda a população.
O Brasil tem no momento
32 partidos políticos registrados na Justiça Eleitoral, o voto é obrigatório,
inexiste fidelidade partidária, é possível coligações entre diferentes partidos
sejam de esquerda ou de direita, o importante é ampliar a votação da legenda
comum, partidos coligados para presidente num estado pode não se repetir em
outro, não há coincidências de data entre as eleições gerais e as municipais o
que exige do eleitorado ir às urnas a cada dois anos.
Além do mais, partidos
que atingirem um mínimo de 5% dos votos nacionais e ao menos 2% em nove
estados, continuarão tendo acesso ao Fundo Partidário, liderança em comissões,
relatórios de projetos, tempo de televisão, entre outros. As regras existem,
mas parece que agradam apenas os políticos, enquanto que a população tem
demonstrado descrença, revoltas com ameaças para o próprio regime democrático.
Quem, portanto, estará disposto a encabeçar o
movimento pela reforma política no Brasil? Estamos próximos de uma nova eleição
para a presidência, apostemos. Ou não???
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