Cícero Pereira Batista,
33 anos, é um ex-catador que conseguiu vencer as dificuldades financeiras e se
formar em medicina. Natural da cidade satélite de Taguatinga, ele começou o
curso de graduação por duas vezes e não conseguiu terminar, mas na terceira
tentativa se formou e atualmente é diretor clínico de um hospital municipal e
trabalha em outros dois hospitais.
Segundo uma matéria
publicada no Uol, Cícero chegou a passar fome e por isso era obrigado a
pegar comida no lixo. Aos cinco anos de idade ele começou a pegar livros que
eram jogados fora mesmo sem saber ler. De acordo com ele, os achados
serviam de inspiração e a alegria era maior quando os títulos eram de biologia
ou ciências.
A vida de Cícero era
muito complicada. Ele era órfão de pai, tinha uma mãe alcoólatra e mais dez
irmãos, dois deles mortos por assassinato. Mesmo diante de tudo, o médico foi o
único da família a se dedicar aos estudos. Acreditava que para ser alguém na
vida e conseguir sair da miséria a educação era a única alternativa.
Em entrevista à Uol,
ele contou que a ajuda de professores e colegas foi muito importante. Quando
ainda cursava o ensino médio, ele tinha que andar cerca de 30 km a pé para
chegar na escola, pois não tinha dinheiro para transporte e nem para a comida.
Cícero morava em Taguatinga e todos os dias precisava ir para Ceilândia
estudar.
Os professores e
colegas de classe de Cícero se sensibilizaram com a situação do rapaz, que
muitas vezes desmaiava de fome, e começaram a organizar doações de
vale-transporte e comida. Ele ainda afirmou que algumas vezes pensava em
recusar a ajuda por ser muito orgulhoso, mas mesmo com toda vergonha nunca
desistiu dos estudos.
Já na fase de
graduação, Cícero foi aprovado em uma instituição particular de medicina no ano
de 2006 na cidade de Araguari (MG). Ele passava a semana inteira na cidade e
aos fins de semana voltava para Brasília para trabalhar. O dinheiro era todo
investido na mensalidade, mas a dificuldade financeira fez com que ele
abandonasse o curso seis meses depois.
Quando voltou para
Brasília, Cícero começou a se dedicar para fazer o Enem (Exame Nacional do
Ensino Médio) e tentar ganhar uma bolsa de estudos do Prouni. Conseguiu uma
integral para uma instituição em Paracatu (MG), mas abandou o curso mais uma
vez pela distância de Brasília. Ele era técnico de enfermagem concursado e
precisava ficar no emprego e queria estar perto da família.
Cícero chegou a pensar
em desistir do sonho, mas persistiu e conseguiu mais uma bolsa integral, dessa
vez na Faciplac (Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto
Central), na cidade satélite de gama.
Segundo o médico, “não
há desculpa para não seguir os sonhos. É preciso focar naquilo que se quer. Não
é uma questão de inteligência e sim de persistência. A educação mudou a minha
vida e pode mudar a de qualquer pessoa”.
Hoje os maiores sonhos
do médico são: ganhar dinheiro e fazer um doutorado fora do país. Cícero
mostrou que quando uma pessoa tem força de vontade ela é capaz de conquistar
tudo que se deseja e que a condição em que está inserido na sociedade, jamais
pode impedir uma pessoa de lutar e correr atrás do que deseja.
Com informações Uol
Educação
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Oi William, que bacana! é sempre bom sabermos de pessoas vencedoras...realmente o Cícero está merecendo colher os bons frutos! abçs
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