Destruída por um grande
incêndio na madrugada de 25 de fevereiro de 2012, a Estação Antártica
Comandante Ferraz ainda precisa ser reconstruída. Mais de dois anos se passaram
e não foi possível retomar o trabalho normalmente. Para tentar resolver, enfim,
a situação, a Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar
lança a segunda licitação para escolher a empresa ou o consórcio responsável
pela obra.
O processo licitatório
foi aberto, desta vez, também para candidaturas internacionais. A expectativa é
que a reconstrução comece no verão antártico (que vai de outubro de 2014 a
março de 2015), termine em março de 2016 e custe até US$ 110,5 milhões.
Entre as empresas que
mostraram interesse em participar estão a coreana Hyundai e a alemã Kaefer,
segundo o secretário da comissão, contra-almirante Marcos Silva Rodrigues. Ele
diz que há o interesse também de empresas chinesa, inglesa, consórcios
espanhol, chileno e de Mônaco, além de algumas empresas nacionais.
As empresas terão que
apresentar qualificação técnica - engenheiros civis, mecânicos, engenheiro
eletricista, entre outros -, e capacidade financeira. Vencerá, obviamente, a
oferta mais barata. A vencedora precisará arcar com toda a logística. A partir
de hoje, as empresas terão 45 dias para apresentar as propostas e assinar o
contrato de construção da estação. No dia 10 de setembro, será feita a abertura
dos envelopes de candidatura.
"Existem empresas
nacionais e internacionais bastante interessadas. A maioria das internacionais
tem expertise. Mas isso não desqualifica [as brasileiras], nós não tínhamos
expertise em desmonte e fizemos um belíssimo trabalho [desmontando a estação
atingida pelo incêndio]", disse Rodrigues à Agência Brasil.
Na Estação Antártica
Comandante Ferraz, pesquisadores desenvolviam pesquisas e estudavam os
fenômenos naturais da região, entre outras atividades. A estação foi instalada
em 1984, na Península Keller, Baía do Almirantado, Ilha Rei George, e tinha
capacidade para 64 pessoas. Após o incêndio, foi construído o Módulo Antártica
Emergencial e as atividades foram mantidas.
No final do ano
passado, a Marinha selecionou, por meio de edital, o projeto arquitetônico para
a nova estação, que será construída no mesmo local da antiga, em respeito a
normas ambientais. Em janeiro de 2014, a Secretaria da Comissão
Interministerial para os Recursos do Mar lançou a primeira licitação para
selecionar a empresa responsável pela reconstrução. O processo era destinado apenas
para empresas nacionais. Nenhuma se candidatou. O valor máximo era R$ 147,70
milhões.
Na segunda tentativa,
aumentou-se o valor da proposta, que passou a ser em dólares. A abertura de
espaço para a candidatura internacional atender à reivindicação de empresas.
Rodrigues explicou que a nova estação deverá ser mais confortável, além de ter
mudanças na estrutura - serão 14 laboratórios na estação e quatro fora. Antes
eram apenas oito.
Por: DP.
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