Uma das doenças
menos comentadas pela população atinge 4% das pessoas em todo o planeta.
Quem já se deparou
com alguém em crise epiléptica por certo ficou em dúvida sobre como agir para
ajudar a pessoa e evitar que se machucasse. São coisas que não se aprende na
escola e muito menos o cotidiano ensina. Exceto quando há um caso na família.
Não é um assunto que se fala abertamente.
De certa forma, ainda há um estigma
relacionado com a doença por desencadear crises que provocam sensação de morte
iminente. Poucos trabalhos informativos existem a respeito, mas o fato é que a
epilepsia afeta de 0,5% a 4% da população mundial.
São 25 milhões de
pessoas sem tratamento e outras 25 milhões que buscam ajuda médica, fundamental
para o controle da doença e, por consequência, na melhora da qualidade de vida
do paciente. O Brasil não tem estatística oficial, inexistente também nos
âmbitos estadual e municipal. Mas é relevante o dado de que 80% dos pacientes
chegam à recuperação, pois a epilepsia pode ser apenas uma disfunção tratável,
frisa o neurologista Fernando Costa.
A epilepsia é uma
síndrome caracterizada pela alteração temporária e reversível do funcionamento
do cérebro, indicando que um grupo de células cerebrais se comporta de maneira
instável, causando reações físicas. É, a causa não é apenas genética. Pode ser
uma crise primária de causa desconhecida ou secundária por lesão direta no
cérebro, patologias como tumores, derrames, malformações vasculares, sequelas
de acidentes ou de infecções.
Dentro das
secundárias têm as extracerebrais, provocadas por causa ignorada ou abuso de
drogas, hipoglicemia, alcoolismo, abstinência de entorpecentes, distúrbios
metabólicos, perda de sódio ou falta de oxigênio. Seis horas depois de ingerir
bebida um alcoólatra pode ter uma crise por abstinência, explica o médico.
Tratamento
O tratamento medicamentoso proporciona a cura entre três e cinco anos. Há crises que dependem do uso de remédios para o resto da vida e outras de difícil controle, podendo ser necessária uma intervenção cirúrgica. Essas pessoas têm dificuldades de se inserir no meio social, de se manter trabalhando, mas têm os melhores índices de curas nas cirurgias.
O tratamento medicamentoso proporciona a cura entre três e cinco anos. Há crises que dependem do uso de remédios para o resto da vida e outras de difícil controle, podendo ser necessária uma intervenção cirúrgica. Essas pessoas têm dificuldades de se inserir no meio social, de se manter trabalhando, mas têm os melhores índices de curas nas cirurgias.
Costa ressalta, no
entanto, que os epilépticos têm de ser tratados como pessoas normais, porque o
são. Salvo se as crises impuserem limitações em relação a trabalho e esportes
radicais. Não há relação direta entre a epilepsia e a doença mental, mas pode
haver concomitância.
Núcleo da UFPel atende crianças
O Núcleo de Neurodesenvolvimento da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Mário Coutinho atende crianças e adolescentes com epilepsia, até os 16 anos de idade. Após são transferidos para o laboratório de adultos. Coordenador do Núcleo, o neurologista Alfredo Zauk explica que a epilepsia tem dois picos: infância e velhice. O tratamento depende da etiologia da doença, mas afirma que 85% dos pacientes têm crises controladas. Os outros 15% estão na faixa da epilepsia refratária ou de difícil controle.
O Núcleo de Neurodesenvolvimento da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) Mário Coutinho atende crianças e adolescentes com epilepsia, até os 16 anos de idade. Após são transferidos para o laboratório de adultos. Coordenador do Núcleo, o neurologista Alfredo Zauk explica que a epilepsia tem dois picos: infância e velhice. O tratamento depende da etiologia da doença, mas afirma que 85% dos pacientes têm crises controladas. Os outros 15% estão na faixa da epilepsia refratária ou de difícil controle.
Salienta que a
incidência é difícil de ser quantificada em função da discrepância existente
nos critérios metodológicos utilizados, sistemas de classificação distintos e
identificação inadequada dos casos. As mais comuns são as epilepsias
sintomáticas, que têm um fator determinante e o controle das crises leva o
paciente a ter uma vida absolutamente normal. O Núcleo atende de 50 a 60
crianças por semana, sendo a média de dez com epilepsia. Os pacientes são
selecionados na última quinta-feira de cada mês no ambulatório de triagem.
O funcionário
público Gladimir Augusto Rollo, 42, comemora a recuperação do filho Otávio, de
três anos. Aos oito meses convulsionou e foi levado ao Pronto-Socorro, onde
teve três crises. Ficou 12 dias internado, fez exames e passou a tomar
medicação, em tratamento realizado no Núcleo de Neurodesenvolvimento da UFPel.
Atualmente, após
três eletroencefalogramas que nada acusaram e nenhuma crise, teve alta. Os
remédios foram gradualmente suspensos e há uma mês e meio não toma mais nada.
“Tem gente que não gosta de falar que toma Gardenal, mas nós (ele e a mulher)
nunca nos importamos em conversar a respeito e hoje ele (o filho) está bem”,
comemora.
FIQUE ATENTO
Crises repetidas podem ser fatais
A epilepsia não mata, mas as crises repetidas, chamadas de mal epiléptico, são gravíssimas e podem levar ao óbito. O neurologista Fernando Costa explica que são crises contínuas. Mais de três em uma hora ou uma com duração de cinco minutos são graves e precisam de extremo cuidado médico. Entre as causas estão o uso de drogas ilícitas e a suspensão abrupta de medicamentos. Requerem a intervenção de um neurologista.
A epilepsia não mata, mas as crises repetidas, chamadas de mal epiléptico, são gravíssimas e podem levar ao óbito. O neurologista Fernando Costa explica que são crises contínuas. Mais de três em uma hora ou uma com duração de cinco minutos são graves e precisam de extremo cuidado médico. Entre as causas estão o uso de drogas ilícitas e a suspensão abrupta de medicamentos. Requerem a intervenção de um neurologista.
Outros tipos de crises
Existem outros tipos de crises, que popularmente jamais seriam identificadas como epilépticas.
Existem outros tipos de crises, que popularmente jamais seriam identificadas como epilépticas.
Na crise autonômica
- O adormecer de um braço só pode ser uma crise convulsiva.
- O adormecer de um braço só pode ser uma crise convulsiva.
- O braço pode
repuxar ou pular ou a perna ou a cabeça, depende onde o foco epiléptico se
encontra.
- A pessoa pode ter
flashes visuais, como se fosse uma enxaqueca.
- Pode ter
taquicardia, vermelhidão, palidez ou refluxo.
Na crise parcial simples
- Pode ouvir um barulho intenso no ouvido. Não perde a consciência
- Pode ouvir um barulho intenso no ouvido. Não perde a consciência
Na crise parcial complexa
- Pode sentir um cheiro forte
- Pode sentir um cheiro forte
- Sonolência
- Pânico
- Tem alteração de
consciência e a sensação de déjà vu (já visto)
Na crise generalizada de ausência
- Geralmente acomete crianças e adolescentes
- Geralmente acomete crianças e adolescentes
- Dura de um a três
segundos
- Às vezes as
crianças não têm um bom desempenho escolar
Na crise genética, extremamente grave
- Alterações comprometem a intelectualidade do paciente. É rara
- Alterações comprometem a intelectualidade do paciente. É rara
Como são as crises
As pseudocrises dificultam mais para investigação da fonte, se orgânica, emocional ou as duas. A crise convulsiva generalizada é a mais conhecida da população pela dramaticidade do quadro. Passa a clara sensação de morte iminente. Mas, dificilmente alguém morre ao convulsionar, embora fique roxo, se contraia e tenha abalos às vezes até depois da crise.
As pseudocrises dificultam mais para investigação da fonte, se orgânica, emocional ou as duas. A crise convulsiva generalizada é a mais conhecida da população pela dramaticidade do quadro. Passa a clara sensação de morte iminente. Mas, dificilmente alguém morre ao convulsionar, embora fique roxo, se contraia e tenha abalos às vezes até depois da crise.
O que fazer se isso acontecer perto de você?
* Espere passar a crise. Mantenha-se calmo.
* Espere passar a crise. Mantenha-se calmo.
* Proteja a pessoa
para que não machuque a cabeça.
* Vire a pessoa de
lado para favorecer a respiração e escorrer a saliva da boca.
* Não segure a
língua da pessoa e nem ponha nada na sua boca.
* Não tente
reanimar chamando a pessoa, dando tapa ou gritando.
* Também não faça
respiração boca-a-boca. A crise passa sozinha.
* Aguarde passar a
crise, que a pessoa desperta e sua respiração vai se normalizando.
* Algumas acordam
normais, outras confusas; podem ficar até 24 horas com algum tipo de confusão
mental.
* Vale ressaltar
que a doença não é transmissível. A pessoa saliva muito quando está em crise e
essa baba, ao contrário do que dizem, não pega. MITO
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