A idade pode ser
documento, mas alguns dizem o contrário. Quem está tentando uma vaga no mercado
de trabalho e tem mais de 40 anos sente que este pode ser um fator que pesa, e
até atrapalha, na hora da seleção. De acordo com especialistas em Recursos
Humanos (RH), esse fato não chega a vigorar como preconceito com relação aos
profissionais a partir dessa faixa etária, mas as empresas – especialmente nos
grandes centros urbanos – costumam fazer um corte de idade, próximo aos 45
anos, ao elaborarem o perfil pretendido de seus candidatos.
De acordo com a
consultora e diretora da Consultants Group by Tegon – empresa especializada em
processos de recrutamento e seleção – Luciana Tegon, a maioria das empresas que
apresentam restrições em contratar profissionais “seniores” acreditam que eles
apresentarão dificuldades de adaptação às equipes e gestores mais jovens.
Além
disso, segundo ela, há a crença de que pessoas mais velhas não estão
atualizadas quanto às tecnologias de trabalho, sistemas integrados, redes
sociais; e têm necessidades mais frequentes de saídas para cuidados com a
saúde.
Embora a situação
pareça crítica a esses profissionais, Luciana diz ser um erro resumir a
experiência dessas pessoas em apenas pontos negativos. Sobre a maior
necessidade de ir a consultas médicas, por exemplo, ela acredita que seja um
ponto de vista equivocado. “Ser velho neste País, muitas vezes, dá a impressão
que é ter obrigatoriamente doenças a tratar; o que não é uma realidade.
Conheço
pessoas que tem mais de 70 anos com mais saúde que jovens estressados e,
inclusive, já infartados. A saúde está ligada especialmente aos hábitos
adquiridos durante a vida e a idade não é o único fator determinante”.
Da mesma forma,
segundo a especialista, acontece quanto às reclamações de insubordinação dos
empregados mais velhos. De acordo com ela, isso pode acontecer, mas também pode
ser evitado se uma análise cuidadosa for realizada durante o levantamento do
perfil para a vaga disponível.
Ampla bagagem
Conforme a
consultora, um profissional mais maduro, em regra, leva consigo riquíssimos
conhecimentos e experiências que podem ser aplicados e ensinados a um time mais
jovem. Embora esse seja um atributo de enorme valor para as empresas, Luciana
diz que isso só se torna um ponto positivo se este profissional chegar com
espírito de desenvolver os mais jovens e se a empresa apostar nesta
contratação.
“Infelizmente, às
vezes há alguns comportamentos improdutivos dos dois lados da mesa. Do
profissional mais velho que chega com uma postura arrogante e acaba sendo
repudiado pela equipe, assim como também há uma equipe que recepciona com má
vontade e preconceito alguém mais experiente”, comentou.
Para não haver esse
tipo de estranhamento, de acordo com Luciana, as empresas precisam usar o bom
senso. Conforme explicou a profissional, o ideal é que – uma vez organismos
vivos e dotados de cultura de valores próprios – as empresas estimulem,
naturalmente, o acolhimento dos novos colaboradores e tenha um ambiente propício
para receber esses profissionais maduros.
“Inserir um
profissional mais velho em uma empresa com cultura discriminatória, onde não se
estimula a interação das áreas e cada um é fechado em sua própria célula é o
mesmo que jogar carne fresca aos leões na arena, pouca possibilidade de dar
certo. Mas se souberem aproveitar essa ampla bagagem de conhecimentos e
experiências, vão se deparar com pessoas de temperamento estável para enfrentar
cenários de crise, por exemplo”.
Critérios
de seleção
Como já mencionado
por Luciana Tegon, são as características exigidas pela vaga os fatores que
podem garantir o sucesso ou fadar ao fracasso a contratação de um profissional
mais velho. De acordo com a consultora, tudo isso pode ser acertado na hora de
definir o perfil correto que a empresa procura. “Quando começamos a trabalhar
uma vaga em uma empresa, entendemos o perfil do gestor para saber se podemos
trazer um profissional sênior e se este candidato terá um perfil que se
harmonizará com a empresa. Esta conduta evita muitos erros na hora de
contratar, poupando problemas para quem contrata e frustrações para o
contratado”, pontuou.
Graças a medidas
como essas – tomadas pelos empregadores e pelas consultorias de RH antes da
contratação – algumas vagas para trabalhadores seniores estão começando a
despontar em algumas regiões.
– têm empresas que até preferem pessoas com mais
experiência para cargos de confiança, especialmente devido à maior
responsabilidade desses profissionais e pela maior probabilidade de permanência
no cargo.
“É comum os
contratantes gostarem de pessoas mais jovens, mas ao mesmo tempo eles querem
alguém com boas qualificações. Isso fica complicado para os novos
profissionais, especialmente se esses critérios forem aliados com o desejo da
empresa de contratar alguém que tenha maiores chances de estabilidade. Nesse
caso não tem jeito, os mais velhos são as melhores opções”, comentou a analista
de RH, Andressa França.
De acordo com a
psicóloga – especialista em Gestão de Pessoas – Bárbara Lessa, mesmo que as
empresas apresentem alguma faixa etária de preferência, cabe ao responsável
pela seleção fazer à análise do perfil e aconselhar o contratante a fazer uma
melhor escolha.
“Não é bom olhar somente a idade. Ela não garante níveis de
responsabilidade e comprometimento nem para pessoas mais velhas, nem para as
mais jovens.
O ideal é sempre se orientar pelos currículos,
percebendo qualificações e demais lugares onde a pessoa atuou em outros
momentos da vida profissional”.
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Olá, tudo bem?
ResponderExcluirConsegui colocar nosso agregador no ar novamente, já pode voltar a envias suas postagens.
http://agregador.agenciawd1.com/
Olá,
ResponderExcluirA 3 anos eu fui despedido de uma empresa onde estava para completar 15 anos e tinha 45 anos sem ter concluído o ensino médio, fiquei desesperado e fiquei um 1 desempregado. Pensei, e agora? Só vinha na minha cabeça a idade esta avançada e sem estudo me ferrei! Mas graças a Deus hoje estou a 3 anos em outra empresa e conclui o ensino médio a 1 ano.