Tem sido discutido em vários países o
direito ao casamento gay e é interessante se pensar nas causas desta discussão,
que certamente teremos de fazer.
Mais surpreendente é a reação dos
heterossexuais, que a rigor, não deviam ter nada com isto, mas a velha
homofobia se manifesta, às vezes, raivosamente.
Na história de todos nós, temos
relações amorosas homossexuais. Com pais, mães, avós, irmãos, tios, primos e
amigos nutrimos sentimentos amorosos que devem ser dessexualizados, sem deixar
de ser amorosos. Os grupos de meninos ou de meninas, exclusivos durante parte
da infância, nos ajudam a superar amores proibidos dentro da família.
Já na puberdade dirigimos nosso
interesse sexual para o sexo oposto, trocando nosso interesse homossexual por
heterossexual, o que é feito com dúvidas e dificuldades, já que o interesse
heterossexual era proibido pelas conotações edípicas.
Nas primeiras vezes que um menino se
arrisca a chegar numa menina, faz isto cheio de dúvidas e com medo de ser
rechaçado. Alguns jovens neste momento ficam em dúvida sobre se são gays ou
não, mas a maioria faz esta transição.
A dificuldade que cada um teve para
lidar com seus sentimentos amorosos homossexuais estará diretamente ligada ao
grau de homofobia de cada um. Quanto mais intensos foram e de mais difícil
controle, mais ameaçados se sentirão pela visão de um comportamento homossexual
explícito.
Discute-se o papel da criação no
surgimento da homossexualidade. É bem conhecido o fato de meninos criados por
mulheres, com um pai fraco ou na ausência de uma figura masculina capaz de
oferecer um modelo de identificação, se tornarem gays, mas isto apenas não
basta, embora possa favorecer a expressão desta tendência, se existir.
Milhões de meninos perdem o pai cedo e isto
não acontece. Por outro lado inúmeros gays têm pais bastante adequados, irmãos
heterossexuais e ainda assim são gays. Milhões de meninas têm conflitos sérios
com suas mães, mas apenas uma minoria será gay, embora uma base de conflito
possa ajudar.
O que importa mais é a genética de cada um.
Quando a herança é muito intensa, desde a
infância se vai observar comportamentos homossexuais em meninos e meninas.
Quando é menos intensa, esta característica vai surgir mais tarde e pode nunca
aparecer. As vezes vai aparecer como um bissexualismo, que é até mais frequente
que o homossexualismo exclusivo, ou permanecer sem expressão. Para quem os
observa, entretanto, não é difícil identificar esta tendência, na mímica pessoal,
na entonação da voz ou nos interesses.
A importância do que é herdado,
responde a uma dúvida frequente desta discussão, como serão os filhos adotados
por um casal gay? A resposta é que se forem heterossexuais, serão
heterossexuais, se forem gays, serão gays. A tendência sexual dos pais não vai
se transmitir se não houver uma base genética prévia.
Apesar de ser apenas uma variação da
normalidade, o homossexualismo é fonte de muito sofrimento. Pais se culpam por
supostas falhas na criação dos filhos. Gays se culpam por serem diferentes do
que seus pais esperavam, sofrem com a homofobia da sociedade, sofrem bullyng na
escola.
Muitas vezes sofrem com o
comportamento de seus parceiros e com tentativas de tratamentos ditos curativos
impossíveis e fadados ao fracasso, que podem levar até mesmo ao suicídio. Não
há tratamento para o que não é doença. Culpas irracionais são frequentes e
devem ser aliviadas.
Claro que como qualquer pessoa, os
gays têm conflitos emocionais com parceiros, parentes e na vida em geral, que
podem e devem ser tratados em psicoterapia normalmente.
O casamento gay provavelmente não vai
ser muito frequente, especialmente entre os homens, que costumam ter relações
menos estáveis, mas o lógico é que o fato de serem diferentes da média, não deve
excluir direitos que todos têm.
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Até 1990 o homossexual era tratado como "louco" pela OMS.
ResponderExcluirAs pessoas confundem Homossexualismo com libertinagem e isso mostra o quanto precisamos "caminhar" ainda, quanto ao respeito que devemos às diferenças; diferenças estas que estão em todos nós, seja na orientação sexual, na cor da pele, etc...
Parabéns pelo post.