Todo mundo sabe dos transtornos que causa a falta
de energia elétrica. Tudo para e a todos causam prejuízos. E para piorar o
humor da população quando a luz não acende, o que era para cair – a conta de
luz – de fato não cai, pelo contrário, a tarifa aumentou.
É correto, portanto, que recaia sobre o setor
elétrico o olhar atento do Governo Federal, convencido que está de que o país
precisa de energia elétrica para dar sustentabilidade ao seu desenvolvimento.
A demanda crescente, a estrondosa venda de
eletrodomésticos e o aumento da renda das classes C e D são algumas das causas
visíveis decorrentes do desenvolvimento econômico do país, levantadas para
explicar a crise no abastecimento de energia nas grandes cidades brasileiras.
Atento, o Governo Federal trabalha para evitar, em tempo, o maior fator de
risco de um colapso do sistema elétrico brasileiro, que é o descompasso entre a
capacidade instalada para geração de energia elétrica e a tendência de aumento
do consumo da sociedade.
Nesse cenário, duas certezas rondam as cabeças dos
gestores do setor elétrico brasileiro. Primeiro, o aumento do consumo tende a
continuar. Segundo, é urgente a necessidade de aproveitar de maneira racional
todas as possibilidades de reverter a situação atual – decisão que passa pela
criteriosa seleção das fontes energéticas que deverão ganhar prioridade num
programa de investimentos para aumentar a geração de energia elétrica. Várias
medidas de emergência são anunciadas pelo governo, desde campanhas para mudança
de hábitos do cidadão até a maior utilização das termoelétricas e agilidade na
conclusão de obras das hidroelétricas em construção. Mas, segundo especialistas
do setor, nada disso resolve integralmente o problema.
Diante do reconhecido esgotamento dos
aproveitamentos hídricos viáveis técnica e economicamente no Sul-Sudeste, ganha
força a opção nuclear, que reúne condições de ampliar seu espaço na matriz
energética brasileira, por indiscutíveis razões. Primeiro, o Brasil conta com uma
equipe técnica capaz, tanto na construção como na operação das usinas
nucleares, já domina com competência técnica todas as etapas do ciclo do
combustível nuclear e é dono de uma das maiores reservas de urânio do mundo.
Tudo isso garante a autonomia brasileira na geração nucleoelétrica. Segundo, os
rigorosos critérios nacionais e internacionais que regulam a operação das
centrais nucleares brasileiras são uma garantia de redução do impacto no meio
ambiente. Terceiro, a fonte nuclear independe do regime de chuvas e, portanto,
pode ter sua operação programada para os períodos de seca. Quarto, uma central
nuclear pode ser instalada próxima dos grandes centros de consumo, reduzindo
custos de transmissão.
Nos futuros estudos para a definição da matriz
energética brasileira, que terá de ser dimensionada para sustentar o
desenvolvimento, o aumento da participação da fonte nuclear deve ser examinada
sem preconceito, pois além de ser uma fonte limpa, por não contribuir para o
aumento do efeito estufa, é também técnica e economicamente viável.
A energia elétrica é um item básico da vida. Não há
porque postergar as decisões necessárias para o setor por conta de preconceito
e desinformação. Sem energia, empresas têm prejuízos, profissionais liberais
deixam de cumprir tarefas corriqueiras do trabalho e a população como um todo
perde não apenas conforto e lazer, mas a conectividade que liga as pessoas ao
mundo. Sem falar nos riscos para a saúde dos pacientes em hospitais e na
insegurança gerada pela porta aberta para a ação impune dos marginais nas ruas
escuras. A falta de luz reduz a qualidade de vida e estressa o cidadão.
Por: Mário Moura
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