Segundo informações da operadora
Vivo, até 30 de abril de 2013 teremos a tecnologia de quarta geração da
telefonia móvel, ou simplesmente 4G, implantada nas cidades-sede da Copa das
Confederações. Sem dúvida a tecnologia possibilitará maiores velocidades para
aqueles que acessam a internet através de smartphones, desde que a implantação
seja bem dimensionada e a quantidade de antenas seja equivalente à quantidade
de linhas em funcionamento.
A questão é: foram instaladas antenas
suficientes para suprir a demanda atual pelo menos? Os clientes possuem
aparelhos com capacidade de navegação na tecnologia 4G a preços viáveis para a
maioria dos brasileiros? A resposta a ambas as perguntas é não.
Ao que parece, os mesmos erros
cometidos na implantação do 3G se repetirão agora. Podemos citar entre as
falhas o mau dimensionamento da quantidade de infraestrutura para suportar o
enorme tráfego de dados e voz em face da quantidade de linhas e serviços
vendidos, que torna a internet lenta e inoperante em alguns casos e regiões,
bem como a falta de concorrência entre as operadoras que de fato beneficiem o
cidadão brasileiro.
Onde
o Brasil errou na privatização?
Nos países de primeiro mundo há
muitos anos foi abolida a cobrança de taxa de assinatura nas contas de
telefonia fixa. Contratar a instalação de uma linha é simples e
rápido. A competição entre as operadoras não afeta a qualidade do serviço. No
passado tínhamos qualidade, mas não tínhamos linhas.
Hoje temos linhas, mas não temos serviço
satisfatório a preços justos. Penso que o desafio é criar regras que
possibilitem uma maior competição e punições efetivas para as operadoras que
não levarem a sério seus compromissos.
Ao invés de se estimular mais
"players" atuando no mercado de telecomunicações, na telefonia móvel
e fixa, assistimos à criação de oligopólios mediante a fusão das duas maiores
empresas do setor em faturamento, a Vivo e a Telefônica, sendo que ambas
possuem problemas de qualidade e atendimento ao consumidor. Será que a lei
antitruste e as autoridades competentes não são capazes de prever que o serviço
à população tende a cair de qualidade e o preço tende a aumentar ao se criarem
oligopólios?
E o desafio de levar telefonia
fixa e móvel nas regiões do Brasil em desenvolvimento, Norte, Nordeste e
Centro-Oeste? Cumpre salientar que as concessionárias de telecomunicações
exercem uma função social e devem também atuar visando o desenvolvimento social
dessas regiões, não somente nas grandes capitais, com maior quantidade de
consumidores e maior renda per capita.
E se as operadoras esquecessem o
4G e se preocupassem somente em melhorar o 3G? Talvez essa fosse a melhor
solução para a maioria dos clientes que ambicionam somente falar ao telefone
sem a linha cair a cada dez segundos. Ocorre que a inauguração do 4G ensejará a
venda de novos aparelhos, smartphones, modens e toda uma série de acessórios
que movimentaram bilhões de reais. Ou seja, mexe com os interesses do setor.
Uma reflexão mais profunda nos
leva à conclusão que a raiz do problema não está somente nas operadoras e nas
regras de regulação, mas também na imaturidade do consumidor, que cairá no
mesmo conto mais uma vez.
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