A operadora americana de TV por satélite
DishTV se prepara para operar comercialmente no Brasil.
A Folha apurou que a Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações) já aguarda o pedido de autorização, após a negociação
frustrada de parceria com a Telefônica.
Inicialmente, o controlador da DishTV – o bilionário Charles Ergen –
pretendia firmar acordo com uma operadora no país, uma forma de reduzir os
investimentos de entrada. Houve conversas sem sucesso com a Oi.
Com a Telefônica, estudou-se uma parceria efetivamente. A operadora
espanhola propôs compartilhar cerca de 670 mil assinantes que hoje recebem TV e
internet pela tecnologia de micro-ondas.
Ao vencer o leilão de 4G, em junho de 2012, a Telefônica ficou obrigada a
devolver justamente as licenças de TV por micro-ondas porque haverá
sobreposição, algo proibido pela legislação do setor.
Esses clientes da Telefônica poderiam ser atendidos via satélite pela
DishTV. Mas a empresa americana também queria participação na base de clientes
da Telefônica de TV e internet por satélite.
Os espanhóis não concordaram e as negociações foram encerradas.
ANTECEDENTES
A chegada da DishTV ao país está atrelada à Hughes, empresa também
controlada pelo bilionário Charles Ergen.
Em agosto de 2011, a Hughes venceu o leilão da Anatel que lhe deu o direito
de lançar um satélite em espaço brasileiro.
Com um lance de R$ 145 milhões e um ágio de 3.500%, a companhia americana
retirou a Sky da disputa.
Nos EUA, a Sky é controlada pela DirecTV, principal concorrente da DishTV.
Meses após a vitória, a Hughes reposicionou um satélite que estava cobrindo
o México para o Brasil. Enquanto isso, discutia com a Telefônica um acordo de
parceria.
Pelas regras do leilão, o grupo tem cinco anos para estrear comercialmente no
país. Ainda há chances de negociação com outras empresas. Mas, ainda segundo
apurou a reportagem, na Anatel, é dado como certo o pedido de autorização sem
parcerias.
CENÁRIO
Estima-se que a entrada da DishTV possa reduzir o preço dos pacotes em até
30%.
Para a empresa, o negócio é promissor. Um estudo recente da consultoria
Digital TV Research mostra que, até 2017, o Brasil responderá pela maior parte
do crescimento de assinantes de TV paga no mundo, contribuindo com a expansão
do lucro das empresas que atuarem no país.
Em seis anos, serão US$ 3,8 bilhões em lucros, mais que o dobro do que será
possível obter nos Estados Unidos.
Consultadas, as empresas não quiseram se manifestar.
Editoria de Arte/Folhapress.
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