sexta-feira, 6 de novembro de 2009

A banalização do sexo

Longe de mim querer bancar o supermoralista, mas acho que a banalização do sexo começa a render seus primeiros frutos - talvez podres. Há dois meses, uma professora baiana do ensino fundamental foi demitida. Motivo: apareceu dançando sensualmente em um vídeo na internet, ao lado de um grupo de pagode. Pela sua idade, presumo que seja fruto da geração "Tchan", suas roupas provocantes e suas mãos no joelho, dando uma baixadinha ou dançando na boquinha da garrafa.

Há poucos dias, no Paraná, dois meninos e uma garota de 13 anos foram afastados da escola onde estudavam por fazerem um vídeo de sexo no banheiro da instituição. Imagino que alguém virá me corrigir e dizer que esse caso ocorreu no Pará, então me antecipo: na verdade ocorreram histórias iguais nos dois Estados.

Se a professora baiana era fruto da geração "Tchan", os jovens paraenses e paranaenses do parágrafo acima são frutos da geração "funk sem pudores". São aqueles funks cujas letras escorraçam qualquer influência da MPB ou da Jovem Guarda e mais se assemelham a roteiros de filmes eróticos onde a última preocupação é exatamente o roteiro.

A mim, a banalização do sexo se confirma com o último caso que tive notícia, ocorrida em uma universidade (isso mesmo) de São Bernardo do Campo. Uma estudante de Turismo resolveu ir à aula trajando uma roupa minúscula, que mal se esforçava para chegar nas suas coxas. Sua vestimenta não somente abriu caminho para um sem-número de cantadas gorilescas como também animou os marmanjos a estuprá-la - e não estou exagerando. A moça teve que correr até uma sala, onde se trancou e de onde só saiu com escolta policial - e debaixo de gritos que lembravam, de forma vulgar, a dita "profissão mais antiga do mundo".

Ok, a moça se vestiu de forma inadequada. Ninguém vai aproveitar o calor da praia trajando terno e gravata, assim como ninguém vai a casamento usando um uniforme completo de futebol. Mas, por mais que sua vestimenta fosse inadequada, não há motivos para alguém pensar que estuprá-la é uma atitude óbvia e natural no caso.

Se universitários agem assim, parecem-me que as aulas de educação sexual da sétima série foram completamente inúteis e banais. Pelo andar da carruagem, eu não duvidaria que um aluno fosse capaz de pular na frente da classe e recitar o kama-sutra inteiro. E não digo que isso seja um problema.

O problema está onde as aulas de educação sexual não alcançam. Sexo, pelo visto, todo mundo sabe o que é. A questão é: alguém ainda lembra que sexo, mais que um ato, é um momento especial, e não letra de funk sem pudores? Não seria a falta dessa lembrança o motivo de aparecerem tantos jovens estrelando suas próprias Playboys, Sexys e outras publicações eróticas não-autorizadas?

Espero que a moçada lembre a tempo. Porque eu tenho um certo receio em ver o que vai se tornar a geração "mulher-fruta-créu".
fonte: Prof. Egidio Pizarro.





10 comentários:

  1. São casos que nos deixa realmente procupados com a situação do sexo em principalmente aqui no Brasil onde o sexo tormou-se um mercado extensso, e lucrativo. O que será que vai acontecer com as gerações futuras? Fica ai o meu questionamento.

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  2. Mulher, homem, ser...todos contemplados pelo sublime ato sexual daexistência. Mais uma vez o consumismo, onde o ter é mais que o sentir se manifesta. Quantas vezes precisei dizer a uma mulher que mais interessante que penetrá-la é saer o que pensa, pois o ato sexual em si é o resultado do pensamento, do desejo e do respeito que devemos ter por nós e pela vida...

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  3. Muito interessante seu texto.
    Acho que um dos problemas da banalização do sexo esta exatamente onde a "educação sexual", promovida pelo governo nas escolas, não consegue alcançar. Educação sexual não é só ensinar a usar camisinha. É uma educação integral da pessoa humana: isto é, dimensão corporal, psiquica e espiritual.

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  4. William,

    Não vou filosofar e racionalizar não!! A minha mãe diz q as meninas e guris estão com seus corpos desenvolvidos precocemente devido aos hormônios de crescimento injetados nos frangos, para q se desenvolvam rapidamente e antecipar os abates...não sei se isso, com o desenvolvimento precoce, ajudaria essa gartotada e soltar a franga e o pinto antes do tempo...

    Mas, com certeza, a banalização a descompostura e a falta de bom senso andam imperando no Brasil, assim como tudo o que não presta anda ganhando terreno...

    Curto, grosso e chato: EITA POVINHO IGNORANTE E PRIMITIVO (A MAIOR PARTE DELE)...

    Abçs!!

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  5. Ótimo texto e muito bom ver que há no mundo pessoas com bom senso e valores - ao ponto de detectar problemas como a banalização do sexo e desenvolver um texto tão bom quanto esse - o que ao meu ver (valores) é o que falta, pois o problema não está apenas na educação sexual promovida pelas escolas e sim nos valores passados pelas famílias que são as responsáveis pela base moral e primeira formadora de caráter do ser humano, mas, ainda existe "família"???

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  6. C. S. Lewis disse algo verdadeiro, que o sexo era considerado um problema por não se falar sobre, mas mesmo quando começou a se discutir abertamente sobre sexo, ele continuou sendo um problema, maior ainda. A tal da "educação sexual" ensina que os jovens não devem conter seus impulsos, mas se protegerem, em vez de ensinar que a verdadeira proteção é conter seus impulsos.

    Abraço!!!
    lhdessart.blogspot.com

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  7. William!
    Banalização do sexo ou da cultura, da educação? Porque, vai me desculpar, professora que dá uma agachadinha na boquinha da garrafa...Ninguém merece!
    Bjs

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  8. Belo texto esse do professor. Um amigo meu um dia me disse o seguinte, vê o q vc acha: tudo o que fazemos, no fundo no fundo é por causa de sexo. O q nos motiva é realizar para chamar a atenção do sexo oposto, mesmo de forma inconsciente tudo é feito em prol da sedução.
    Ah, obrigado por ser um dos poucos que apoiam meus links. Abç!

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  9. gostei do post ,da para fazer um seminário..

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  10. banalização do sexo é fruto de uma educação deficiente.
    tenho dito.

    abçs

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