terça-feira, 14 de janeiro de 2014

A educação financeira feita desde cedo

Nada melhor que aproveitar as férias e a volta às aulas para começar uma nova etapa na vida da criançada: a da educação financeira, que geralmente tem como ponto de partida a mesada. Experiências como a de Frederico Feijó, hoje com 17 anos, mostram que é possível conciliar consumo e poupança desde cedo. Hoje, em algumas escolas, já é ministrada a disciplina de educação financeira nos primeiros anos do Ensino Fundamental.

A inserção da matéria no currículo escolar é uma proposta do Conselho Regional de Economia (Corecon) gaúcho, seguindo a ideia lançada pela Conselho Federal de Economia (Cofecon). Mas na família, a questão da economia financeira pode ser apresentada para a criança já no supermercado.

Será a oportunidade de a criança conhecer os preços dos produtos, fazer comparações e escolher os mais acessíveis. “Nem sempre o que ela quer é o que ela precisa”, diz Rosa, alertando que os pais devem orientar que ela não pode levar tudo o que quer, já que o pai não poderá pagar tudo.

 É importante falar sobre a origem do dinheiro, como ele é ganho e como é gasto. Nas famílias endividadas, a criança e o adolescente precisam saber disso, recomenda o economista.
Sobre a mesada, diz que ela ensina a poupar e a pensar no futuro. Rosa recomenda que a criança e o adolescente poupem 50% da mesada, recebendo as primeiras noções sobre como investir para que seu dinheiro se multiplique. A poupança não rende muito, mas é garantia para o jovem que, no futuro, pode se tornar um empreendedor, a partir de uma ideia que desenvolva, alerta Rosa.

No segundo ano do Ensino Médio, Frederico começou a receber mesada do avô, o economista Henrique Feijó, quando tinha 11 anos. Na época, os R$ 50,00 eram apenas um valor simbólico, lembra Frederico. “Eu juntava três meses e comprava uma camiseta de time de futebol, do Pelotas ou do Grêmio, que são os meus times”, recorda o futuro estudante de Jornalismo.

A mesada aumentou e também o desejo de consumo de Frederico, que comprou no ano passado um iPad, através do cartão de crédito da tia. Parcelado em oito vezes, foi pago mês a mês, explica Frederico. Parte da mesada foi para a poupança ao longo dos últimos seis anos e agora há um novo objetivo: o jovem quer fazer a carteira de motorista, já que em setembro completará 18 anos.

“Eu nunca torrava tudo”, diz Frederico, que sempre recebeu a mesada através de conta bancária, primeiro como mesada eletrônica e agora através da Conta Jovem do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul), cujo contrato só terminará quando ele completar 21 anos. 

Hoje, os presentes da família vêm através dessa conta, explica. Há três meses, Frederico não faz retiradas da conta, para pagar a carteira de motorista.

Para o avô, esse comportamento de Frederico é motivo de satisfação. “Ele sempre lidou muito bem com a mesada. Ele economiza para comprar o que quer”, diz Feijó, que lembra: outras despesas do jovem são pagos pelo pai Henrique Feijó Júnior, que sempre deixou para seu pai a tarefa de dar a mesada a Frederico, que agora está em férias na praia.

Dicas de especialistas:


Através de sites de educação fianceira, na internet, também é possível obter dicas sobre o assunto. Confira:
- A mesada é ótima ferramenta para os pais iniciarem a educação financeira dos filhos.

- A partir dos três anos, quando a criança começa a demonstrar seus desejos, é o momento de informar sobre a troca de dinheiro por produtos. Mas a mesada em si deve ser adotada por volta dos sete ou oito anos, quando ela já estiver acostumada a lidar com dinheiro, mas sempre sob o olhar atento dos pais.

- Para definir o valor da mesada, os pais devem anotar os gastos próprios da criança ao longo do mês e com o total em mãos, é hora de conversar com a criança para estabelecer uma quantia para a mesada, que não deve passar de 50% da soma apurada. Também é o momento de conscientizá-la que a mesada deve durar 30 dias.

- É conveniente explicar que essa mesada também deve servir para a criança – e principalmente o adolescente – realizar seus sonhos: de curto prazo, até três meses, médio, até seis, e longo prazo, até um ano. Para isso, ela deverá dividir a mesada entre consumo e realização dos desejos.

- Os pais devem considerar que as crianças são semelhantes, mas nunca iguais, quando se trata de lidar com o dinheiro, sendo conveniente orientá-las quando os gastos vão além da conta e a falta de dinheiro é frequente. Sem um alerta, isso trará consequências para a fase adulta do consumidor, com o uso indiscriminado do crédito como complemento salarial ou o caminho da inadimplência.

- Na volta às aulas, a compra de material escolar é a oportunidade de conscientizar a criança sobre os diferentes preços para produtos iguais ou similares e como os amigos e a publicidade podem tornar essa compra mais cara.

A elaboração de uma lista e a negociação sobre a escolha de produtos é importante nessa hora.

Por: Maria da Graça Marques.


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