sábado, 4 de maio de 2013

Geração Z


As ruas estão vazias. Não há mais a alegria e os sorrisos da criançada correndo descalças atrás da bola ou brincando de esconde-esconde. Ninguém mais toca campainhas, muito menos coleciona álbuns de figurinha. Esse tempo já passou, sorte de quem o viveu. A realidade hoje é outra, os atrativos estão da porta de casa para dentro, de preferência conectados à internet. A juventude atual prefere o mundo virtual ao real, teclar do que dialogar, videogames à prática de esportes. Esta é a geração Z, formada por jovens nascidos em meados da década de 1980, que cresceram rodeados pelo boom tecnológico.

Uma geração que consome e produz muito conteúdo digital; sempre conectada aos mais diversos aparelhos eletrônicos - quase que ao mesmo momento - e por dentro de tudo que acontece na rede. A geração Z, como definiram alguns pesquisadores, tem no mundo virtual uma extensão fundamental de suas vidas, principalmente quando se trata de relações sociais. Um comportamento que atinge também, mesmo que em escala muito menor, gerações anteriores, que encontraram lazer nos encantos da internet. Ferramentas da internet superaram a relação espaço/tempo, conectando pessoas com o mundo de uma forma nunca antes vista.

No entanto, preocupa a relação de dependência desta geração com universo on-line. Adolescentes que passam horas conectados às redes sociais, games, e tantas outras seduções da internet. Os livros acabaram substituídos por timelines, as discussões beiram os 140 caracteres; e tudo permanece na superficialidade. Logo na internet, uma fonte interminável de informações, nem sempre conhecimento é a primeira opção. Basta ver as principais buscas feitas no Google; em 2012 as palavras mais buscadas no país foram: Facebook, BBB12 e Eleições 2012. Dados que não são privilégio do Brasil. No mundo, foi cantora americana Whitney Houston a mais procurada pelos internautas no mesmo período. Estudos apontam para uma dificuldade de comunicação destes indivíduos; falar em público transformou-se em tarefa complicada em mundo onde tudo acontece através de teclados.

Por outro lado é uma geração despojada e desapegada, que valoriza menos o bem material e mais as experiências. A ideia de possuir algo por status e necessidade, nesta ordem, está em extinção. Pelo menos é a tendência em países de Primeiro Mundo. Um bom exemplo é o carro, que não está mais na lista de desejos da maioria dos jovens. Eles preferem o transporte coletivo ou até mesmo alugar um veículo, do que comprar e arcar com as despesas de um automóvel particular. Salvam dinheiro para viajar, investir na carreira ou até mesmo para comer em bons restaurantes. Os “Zs” são também criativos. Várias áreas que se desenvolveram na última década têm como matéria-prima a criatividade, um exemplo disto é o design, curso cada vez mais procurado nas universidades.

A geração Z é capaz de saber de tudo um pouco, cheia de ideias e com ferramentas fantásticas para as por em prática. Ao mesmo tempo tem uma dificuldade de compreender que nem tudo na vida acontece na mesma velocidade da internet, de que o mundo lá fora continua sendo o real, por mais que às vezes o virtual seja mais atrativo. Ainda é cedo para vislumbrar o legado que esta geração vai deixar para a próxima, mas de uma coisa podemos ter certeza: não vai demorar muito.

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