Como a sociedade
deve reagir diante do progresso extraordinário da inteligência artificial
A IA fez
progressos extraordinários nos últimos anos graças a uma técnica versátil
chamada 'aprendizado profundo' (Foto: Reprodução/Youtube)
Os
especialistas advertem que “a substituição do trabalho humano pela máquina” põe
em risco o futuro das pessoas. Segundo eles, “a descoberta desse poder
antecedeu à noção de como empregá-lo corretamente”.
Essas preocupações refletem o receio que o
progresso da inteligência artificial (IA) possa eliminar milhões de empregos e
ser uma ameaça à humanidade. Mas palavras semelhantes foram ditas a respeito da
mecanização e da energia a vapor há dois séculos.
Na época, as
pessoas referiam-se à “questão das máquinas” quando discutiam os perigos da
utilização da máquina como substituto do trabalho humano. Agora, especialistas
em tecnologia, economistas, filósofos, entre outros, discutem temas muito
parecidos sobre o impacto da IA na vida dos seres humanos.
Depois de
muitas expectativas não concretizadas, a IA fez progressos extraordinários nos
últimos anos graças a uma técnica versátil chamada “aprendizado profundo”. Com
informações suficientes, as redes neurais artificiais grandes (ou “profundas”),
que têm um modelo matemático inspirado na estrutura neural do cérebro humano,
podem ser treinadas a realizar uma infinidade de tarefas.
As tecnologias de inteligência artificial são
usadas no mecanismo de busca do Google, no sistema automático de fotos do
Facebook, no assistente de voz da Apple, nas recomendações de compras da Amazon
e nos carros elétricos da Tesla que dispensam motorista.
Porém esse
progresso rápido também é motivo de preocupação quanto à segurança e à perda de
empregos. Stephen Hawking e Elon Musk, entre outros, temem que a inteligência
artificial possa fugir ao controle dos seres humanos e causar um conflito entre
os homens e as máquinas.
Outros se preocupam com o desemprego
disseminado, como resultado da automação de tarefas feitas antes só pelos
homens. Depois de 200 anos, a questão da máquina voltou à discussão e as
dúvidas precisam ser respondidas.
Mas, na
verdade, os progressos tecnológicos dos últimos anos criaram mais empregos,
porque a automação de uma atividade precisa ser complementada pelo trabalho
humano em áreas que a máquina não domina.
A substituição de caixas de banco por caixas
eletrônicos, por exemplo, diminuiu o custo de abrir novas agências e, em
consequência, criou mais empregos na área de vendas e atendimento ao cliente.
Do mesmo
modo, o comércio eletrônico expandiu os empregos no setor de varejo. Assim como
aconteceu com a introdução de computadores nos escritórios, a IA, além de não
substituir diretamente os funcionários, exigirá que aprendam novos
conhecimentos para complementá-la. Embora um artigo muito citado tenha sugerido
que 47% dos empregos nos Estados Unidos correm o risco de serem automatizados
nos próximos 10 a 20 anos, outros estudos indicam que menos de 10% do trabalho
humano será substituído por máquinas.
Como a
tecnologia muda as qualificações para o exercício de cada profissão específica,
as pessoas terão de se adaptar a um novo contexto. O aprendizado e o
treinamento terão de ser flexíveis o suficiente para que o ensino de novos
conhecimentos possa ser rápido e eficiente.
As mudanças
tecnológicas também irão exigir um aprendizado contínuo, um treinamento no
local de trabalho, o uso mais amplo das atividades educacionais online e da
metodologia de simulação de jogos empresariais.
A
inteligência artificial pode ajudar não só no aprendizado personalizado com o
uso da tecnologia, como também na identificação de deficiências e aptidões que
precisam ser atualizadas.
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