Cada vez mais percebemos que a leitura e a produção de texto em sala de
aula está decaindo. Notamos isso com o desinteresse que os alunos têm quando o
assunto é leitura. Geralmente, o que vemos são professores que impõem a leitura
de maneira obrigatória e valendo nota. Esse processo resulta em alunos
insatisfeitos e uma educação precária referente à leitura e à produção de
textos. Os alunos não conseguem escrever bem porque não lêem o suficiente para
adquirir conhecimentos.
Para introduzir a leitura para crianças de ensino fundamental, não é tão
difícil, pois as crianças nessa faixa etária estão receptivas a conhecimentos
variados. Se o planejamento for bem feito, essas crianças serão boas leitoras
no futuro. Uma aula simples, que acontece em algumas escolas de ensino
fundamental, é aquela em que o professor deixa a criança escolher um livro de
história a seu gosto, o aluno lê durante algum tempo, talvez uma semana, por ser um livro
infantil com poucas páginas, depois o professor deixa um espaço em aula onde a
turma faz uma roda para cada aluno contar, da sua maneira, a história do livro
escolhido, o aluno tem liberdade de falar sobre o que mais gostou, os
personagens, a cena favorita, etc. Essa aula funciona bem com crianças
pequenas, por que não funciona com adolescentes?
A resposta é simples, a escola chega em uma fase em que a leitura é
cobrada, exigida, se o aluno não leu ou não respondeu certo algo referente a
algum livro, ele perde nota ou repete o ano. Isso tira o ânimo daquele aluno
acostumado a ler por diversão e compartilhar sua leitura em um momento
tranquilo em aula.
A pergunta que todos os professores fazem é: “Como incentivar o meu
aluno a ler?”. Porém, não é suficiente fazer essa pergunta quando a maioria dos
professores não ouvem ou não querem ouvir a resposta. E qual seria a resposta?
É simples, em primeiro lugar, o professor deve analisar sua turma, ver os
diferentes tipos de alunos que ele possui, com suas diferentes realidades e
níveis de leitura e escrita. Logo, trazer para sala de aula algo que chame a
atenção do aluno e que tenha relação com um livro, por exemplo, um filme, uma
música, etc. O professor trabalhará com uma aula diferente, em vez de
quadro-negro, folhas e livros, a turma irá assistir um filme, como por exemplo
“Sherlock Holmes”. Um bom número da turma com certeza assistiu esse filme, e a
maioria ouviu falar dele. Os alunos ficarão atentos e tranquilos, pois nada irá
ser pedido, o professor simplesmente fez uma aula diferente. Porém, essa é a
sugestão de introduzir o aluno na leitura. O jovem assistirá ao filme, o
professor deixará um momento em aula para a discussão da história, sem nenhum
compromisso, a aula correrá bem e calma.
Após esses momentos, o professor verá se a turma realmente gostou do
filme, no caso do exemplo “Sherlock Holmes”, e introduzirá a leitura. Ele
mostrará que existem os livros que contam a história e as aventuras de
“Sherlock Holmes”. Esse tipo de atividade não poderá ser cobrada e nem valer
nota, porque assim o aluno ficará pressionado. Esse espaço dado em aula
simplesmente servirá para que, aos poucos, o aluno comece a ler. As atividades
comuns de sala de aula continuarão iguais, com a diferença que o adolescente
não terá tanto problema com as leituras e as produções de texto que o professor
pedirá.
Esse é um processo lento, mas com certeza resultaria em uma turma mais
tranquila na leitura e produções textuais. Em cada série ou ano da vida
estudantil, o aluno deve ser incentivado à leitura sem cobranças, assim como
era nos anos iniciais. Esse será um ótimo exercício para diversas matérias e
diferentes conteúdos que o aluno terá. Ele exercitará tanto em aula quanto em
casa, sem pressão, datas, cobranças ou notas, o aluno apenas terá um momento em
aula, talvez a cada quinze dias se for um conto, ou a cada mês se for um livro
com história maior, para discutir e contar sobre o que leu. Essa estrutura
deveria ser regular nas escolas e todos os professores de literatura e
português deveriam seguir esse padrão, dando continuidade um ao outro, ano após
ano, com o mesmo ritmo. Desse modo, os jovens não teriam tanto medo e
dificuldade de ler e produzir textos.
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