O filme Lincoln, de Steve Spilberg, está
credenciado para se tornar no grande premiado na festa da entrega do Oscar em
24 de fevereiro próximo. A película narra os últimos dias de vida do mais
icônico e reverenciado dos presidentes americanos, destacando seu papel a favor
da abolição da escravatura – tema muito atual, sobretudo na era Obama.
Pois a questão da escravidão nos EUA no século 19 e
o Brasil têm muita coisa em comum. Em 1850 o Brasil tomou várias medidas que
tentavam mudar a fisionomia do país, encaminhando-o para o que então se considerava
modernidade. Extinguiu-se o tráfico de escravos pela lei Eusébio de Queiróz,
promulgou-se a Lei de Terras (que evitava o acesso à propriedade da terra por
parte de futuros imigrantes), centralizou-se a Guarda Nacional e foi aprovado o
primeiro Código Comercial que, entre outros pontos, definiu os tipos de
companhias que poderiam ser organizadas no país e regulou suas operações.
No plano político, liberais e conservadores chegaram provisoriamente a um acordo
nacional, expresso, sobretudo, no Ministério da Conciliação.
Esboçava-se assim, nas áreas mais dinâmicas do país, mudanças no sentido de uma modernização capitalista; ou seja, nasciam as primeiras tentativas para se criar um mercado de trabalho, da terra e dos recursos disponíveis. Enquanto isso, nos Estados Unidos – e aí vamos para o filme – em meio a uma custosa, em vidas e dinheiro, Guerra Civil, em que a União estava desesperada por fundos a fim de sufocar a rebelião dos estados confederados, o presidente A. Lincoln, pedia ao Congresso a liberação de US$600 mil para outro fim que não o conflito.
Esboçava-se assim, nas áreas mais dinâmicas do país, mudanças no sentido de uma modernização capitalista; ou seja, nasciam as primeiras tentativas para se criar um mercado de trabalho, da terra e dos recursos disponíveis. Enquanto isso, nos Estados Unidos – e aí vamos para o filme – em meio a uma custosa, em vidas e dinheiro, Guerra Civil, em que a União estava desesperada por fundos a fim de sufocar a rebelião dos estados confederados, o presidente A. Lincoln, pedia ao Congresso a liberação de US$600 mil para outro fim que não o conflito.
“Os
congressistas precisam liberar o dinheiro necessário para a deportação de
pessoas negras livres para qualquer lugar fora dos Estados Unidos”, afirmou
Lincoln em seu discurso anual. Pouca gente sabe, mas o presidente Lincoln
procurava desesperadamente por um país que pudesse receber os negros a serem
libertados nos EUA.
Como muitos
políticos da época, ele tinha dúvidas sobre a assimilação de ex escravos na
sociedade dos brancos americanos. Em editorial, em agosto de 1862, o The New
York Times, afirmava: “o plano oficialmente proposto pelo presidente Lincoln e
sancionado pelo Congresso, para dar inicio à tarefa de colonizar fora dos EUA
os negros libertos ou em via de serem libertados no decorrer da guerra, está em
vias de se concretizar.
Eles serão transportados à custa do governo e mantidos durante a primeira estação à custa do Estado e para tal uma verba foi aprovada pelo Congresso”. Foi com esse espírito que Lincoln nomeou como representante extraordinário e ministro plenipotenciário dos Estados Unidos James Webb, um antiabolicionista que via a libertação dos escravos como potencialmente mais perigosa do que a escravidão em si. Webb, como embaixador americano na corte brasileira, não perdeu tempo. Ao ministro marquês de Abranches apresentou três propostas, cujo fim era transvasar para o vale do Amazonas os negros que se libertassem nos EUA. O projeto previa trazer até um milhão de ex escravos para assentá-los na Amazônia, em terras doadas pelo Brasil.
Eles serão transportados à custa do governo e mantidos durante a primeira estação à custa do Estado e para tal uma verba foi aprovada pelo Congresso”. Foi com esse espírito que Lincoln nomeou como representante extraordinário e ministro plenipotenciário dos Estados Unidos James Webb, um antiabolicionista que via a libertação dos escravos como potencialmente mais perigosa do que a escravidão em si. Webb, como embaixador americano na corte brasileira, não perdeu tempo. Ao ministro marquês de Abranches apresentou três propostas, cujo fim era transvasar para o vale do Amazonas os negros que se libertassem nos EUA. O projeto previa trazer até um milhão de ex escravos para assentá-los na Amazônia, em terras doadas pelo Brasil.
O plano era mirabolante, até mesmo inacreditável,
mas teve a chancela do secretário de estado americano William Seward e de
Lincoln. Sérgio Buarque de Holanda foi o primeiro a chamar a atenção para essa
história exótica, no prefácio que escreveu para o livro A Amazônia Para os
Negros Americanos, de Nicia Vilela em 1968. Mais recentemente, a historiadora
Maria Clara Sales Carneiro, da USP, na sua dissertação Fronteiras Negras do Sul, resgatou
detalhes do plano em documentos que encontrou na biblioteca da Universidade de
Yale, nos EUA.
O principal argumento apresentado por Webb em seu projeto baseava-se no suposto “estado crônico da falta de mão-de-obra no Brasil, em especial nas províncias do Norte. O rápido aumento do valor do negro no Rio de Janeiro e o avanço do café, somado ao decréscimo da população escrava, ao contrário da nossa, e que é de um tipo africano bastante inferior aos trazidos ao Brasil, está rapidamente despovoando as províncias do norte do Império”.
O principal argumento apresentado por Webb em seu projeto baseava-se no suposto “estado crônico da falta de mão-de-obra no Brasil, em especial nas províncias do Norte. O rápido aumento do valor do negro no Rio de Janeiro e o avanço do café, somado ao decréscimo da população escrava, ao contrário da nossa, e que é de um tipo africano bastante inferior aos trazidos ao Brasil, está rapidamente despovoando as províncias do norte do Império”.
A base seria a concessão ao governo brasileiro do
direito de exclusividade de trazer para o Brasil colonos, africanos ou afrodescendentes,
emancipados ou em via de o ser. O nome da proposta indica o sentido real:
concessão ao general James Webb, que teria esse privilégio mantido por 20 anos.
“As pessoas a serem introduzidas pelo concessionário e seus associados serão
chamadas de “aprendizes”: seu trabalho por um período de cinco anos e um mês do
dia do seu desembarque no Brasil será propriedade do concessionário”, afirmava
o contrato de concessão. Vamos conferir se o filme faz alguma menção ao tema.
Esse conhece, então vamos conferir....
É isso! Eu vou ver o filme, já que muita gente no dihitt está comentando sobre este filme e tal! Mas alías, claro que gostei do artigo.
ResponderExcluirEu como cinéfilo de plantão e curioso por história,irei assistir!!!abraço william!!
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