terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Sem projetos eficientes para reciclagem, sem educar a população


O lixo continua sem solução
Em 2013, o país gerou 76 milhões de toneladas de resíduos sólidos. Quase metade disso foi parar em lixões ou em aterros de baixa segurança, colocando em risco a saúde do meio ambiente e da população. Pior, quase 10% de todos os resíduos que produzimos no ano   sequer foi coletado pelos municípios, sendo lançado em rios e áreas clandestinas.
A política do laissez-faire com relação ao manejo do lixo resulta em situações como a que deixou atônita a população da região de Salto, em Sorocaba. Por conta da estiagem severa, o Rio Tietê, que corta o centro da cidade, transformou-se num fio de água e expôs toneladas de lixo acumulado ao longo de décadas.
Exame.com listou 10 números que mostram como o Brasil ainda cuida muito mal do seu lixo. Os dados são do novo Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2013. O estudo anual foi lançado nesta semana pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).
1) 76 MILHÕES DE TONELADAS: é quanto o Brasil gerou de resíduos sólidos em 2013;
2) 7,2 MILHÕES DE TONELADAS: quase 10% do total gerado sequer foi coletado, sendo lançado em rios e áreas clandestinas;
3) SÓ 58,3% dos resíduos sólidos urbanos coletados tiveram destinação final adequada;
4) Enquanto 41,7% do total coletado no ano (cerca de 28,8 milhões de toneladas) foi depositado em lixões e aterros que não garantem condições de segurança;
5) 3.344 MUNICÍPIOS encaminharam seus resíduos para locais inadequados. Destes, 1.569 utilizaram lixões, que é a pior forma de destinação;
6) NORDESTE TEM A PIOR SITUAÇÃO: 837 cidades usam lixão. A região é seguida pelo Norte (247 cidades), Sudeste (206), Centro-Oeste (158) e, por último, a região Sul (121);
7) POUCO MAIS DE 62% DOS MUNICÍPIOS registraram alguma iniciativa de coleta seletiva*. *Muitas vezes estas atividades resumem-se à disponibilização de entrega voluntária ou convênios com cooperativas de catadores;
8) MAIS DE 42 MILHÕES DE TONELADAS de resíduos de construção e demolição foram descartados em vias públicas em 2013, um aumento de 4,6% em relação a 2012;
9) 1 Kg: Quantidade de resíduo sólido que cada brasileiro gerou, em média, por dia em 2013;
10) R$ 114,84: Foi quanto os municípios gastaram, em média, por habitante/ano na coleta e demais serviços de limpeza urbana. Isso dá menos de R$ 10 por habitante ao mês. 
Fonte EcoDesenvolvimento.
A geração de lixo no Brasil aumentou 29% de 2003 a 2014, o equivalente a cinco vezes a taxa de crescimento populacional no período, que foi 6%, de acordo com levantamento divulgado hoje (27) pela Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). A quantidade de resíduos com destinação adequada, no entanto, não acompanhou o crescimento da geração de lixo. No ano passado, só 58,4% do total foram direcionados a aterros sanitários.
Mais de 41% das 78,6 milhões de toneladas de resíduos sólidos gerados no país em 2014 tiveram como destino lixões e aterros controlados. Segundo a Abrelpe, esses locais são inadequados e oferecem riscos ao meio ambiente e à saúde. No ano anterior, o percentual foi 41,7%. A metodologia da pesquisa envolveu 400 municípios, o equivalente a 91,7 milhões de pessoas. Por dia, o brasileiro gera, em média, 1,062 quilo de lixo.
Esse dados mostram que mais de 78 milhões de brasileiros, ou 38,5% da população, não têm acesso a serviços de tratamento e destinação adequada de resíduos sólidos. Além disso, mais de 20 milhões de pessoas não dispõem de coleta regular de lixo, pois cerca de 10% dos materiais gerado não são recolhidos. O volume de lixo produzido aumentou 2,9%, entre 2013 e 2014. A coleta de resíduos, por sua vez, melhorou 3,2%.
Esta é a primeira pesquisa que retrata a situação da gestão dos resíduos, depois da vigência da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), em 2010. Em relação à reciclagem, a pesquisa revela uma evolução de 7,2 ponto percentual. Em 2010, apenas 57,6% dos municípios tinham alguma iniciativa de coleta seletiva. No ano passado, o percentual aumentou para 64,8%.
O lixo não tratado constitui uma mazela na organização do saneamento básico no Brasil, pois traz diversas patologias (dengue, verminoses, micoses etc) à população além de constrangimentos como mal cheiro, detrimento visual das cidades. Poucas são as prefeituras em nosso país que desenvolvem soluções ecologicamente corretas ou destinam alguma atenção ao problema aqui apresentado.
Uma solução para tal problema encontrada por países desenvolvidos como França e Alemanha foi transmitir essa responsabilidade para a iniciativa privada e educar a população para obter sua colaboração. Por exemplo, quando um cliente vai adquirir uma pilha nova, deve devolver uma antiga já utilizada.
Algumas cidade brasileiras (Ex: Betim-MG, Rio Negro-Pr, Taboão da Serra-SP) possuem um plano municipal de gestão de resíduos sólidos.
 Nada ainda muito expressivo, pois são iniciativas isoladas e ainda não contam com uma uniformidade em suas legislações. Já funcionam, claro, como uma esperança de futuras iniciativas em massa adotadas a nível nacional, porém atualmente a saída mais adotada pelos governos para destino do lixo (os aterro) ainda representa risco à saúde da população.
De acordo com um estudo feito pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) no fim do ano passado aponta que, em 232 municípios goianos, apenas nove tratam o lixo urbano de maneira adequada.
O Diagnóstico do Monitoramento dos Sistemas de Disposição do Lixo Urbano dos Municípios Goianos revela que, ao todo, 146 cidades – ou 62,93% do total – utilizam lixões para armazenar os resíduos, que é considerado o pior tipo de sistema para deposição dos rejeitos, que não recebem qualquer tipo de tratamento.
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