segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Inadimplência deve subir


O indicativo é de piora. Os níveis de inadimplência dos empréstimos bancários ainda estão baixos. Porém, segundo o chefe adjunto do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Fernando Rocha, a expectativa é de crescimento, devido ao aumento do desemprego e a redução da renda, neste momento de retração da economia.
“É esperado algum crescimento da inadimplência de acordo com o ciclo econômico”, afirmou à Agência Estado. Ele lembrou, no entanto, que os bancos estão bem capitalizados e com dinheiro reservado para lidar com a situação.
De setembro para outubro, a inadimplência das famílias, considerados os atrasos superiores a 90 dias, subiu 0,1 ponto percentual para 5,8%. A inadimplência das empresas subiu 0,2 ponto percentual para 4,3%.
Especificamente no mês passado, a greve dos bancários, entre os dias 6 e 23 de outubro, também influenciou os dados da inadimplência. Segundo Rocha, os clientes podem ter tido dificuldades para renegociar dívidas, no período da greve.
A paralisação dos bancários também gerou impacto na concessão de empréstimos pelos bancos. De setembro para outubro, os bancos concederam menos empréstimos às pessoas físicas (queda de 0,3%) e às empresas (5,5%).
Para Rocha, além da greve, as concessões de empréstimos foram influenciadas pelo aumento do desemprego, a redução na renda das famílias e também nas vendas, que refletem a retração da economia.
Em outubro ocorreu a primeira queda do ano no saldo devedor do crédito, incluídas as novas concessões e os juros devidos pelos clientes aos bancos. O saldo total do crédito chegou a R$ 3,157 trilhões, com retração de 0,1% no mês.
Segundo Rocha, além da influência da queda da atividade econômica, a redução no saldo é impactada pela alta do dólar, porque há empréstimos vinculados à variação cambial. Outro fator é que o saldo do crédito em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, está em 54,7%. “Bem maior do que era antes. Então as taxas [de crescimento] serão naturalmente menores”, disse.
Os dados do BC divulgados recentemente também mostram aumento nas taxas de juros. A taxa média de juros cobradas das pessoas físicas subiu 2,5 pontos percentuais de setembro para outubro, quando ficou em 64,8% ao ano. As empresas pagaram 0,9 ponto percentual a mais, com taxa em 30,2% ao ano.

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Um comentário:

  1. O pais afunda a cada dia enfraquecido pelos desfalques causados pelos nossos gestores, e os vampiros no poder sugam as ultimas gotas de sangue dos consumidores através dos faraônicos cobrados aos trabalhadores.

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