terça-feira, 10 de novembro de 2015

Os crimes mais graves não estão no Código Penal


Os dilemas morais causam as maiores tragédias

Tenho um paciente de 56 anos que largou a esposa e os filhos que o adoram para ficar com uma moça de 22 anos. Ele diz que a mulher, já “velhinha”, não gosta tanto mais de sexo, e aí ele “tem” de ir atrás de quem o sustenta com esta “grande alegria da vida”. 
A filha dele deprimiu, outro filho abandonou a faculdade no último ano e outro acabou  com a empresa da família, que o pai tomava conta.
 A ex-mulher até deixou de frequentar sua religião, pois, depois de “tamanha solidão e decepção”, não acredita em mais nada, nem em Deus, nem no ser humano. 
São “crimes” que ocorrem todos os dias, mas não estão no código penal. O “crime” dele foi colocar o instinto acima do amor. Mas é complicado “jogar pedras” em alguém por causa disso, uma vez que, no homem, de modo geral, o instinto sexual é bem maior que o amor pelos filhos, pela esposa, pela família. 
Este “instinto” é tão forte que derruba até pessoas supostamente equilibradas, amorosas, religiosas, honestas. Isso, é claro, varia de pessoa para pessoa. Há alguns que têm um organismo no qual o amor suplanta o sexo. 
Aí é mais fácil resistir… Até a religião tradicional – aquela de ir orar na Igreja – ajuda pouco nessas horas. Só ajuda quando leva o indivíduo a praticar o amor – caridade – e nesta prática sente uma “calma de Deus” que não quer mais abandonar (nem por sexo ). 
Nesta “calma”, ele sente não só o amor das pessoas para com ele, mas também um misterioso amor vindo de Deus, uma misteriosa “calma” por estar fazendo a “coisa certa”, por estar “nadando a favor da correnteza de Deus”. 
É um tipo de amor e paz que fazem com que o indivíduo passe a temer abandonar esta felicidade calma e esta tranquilidade no amor e no dever cumprido. Na base destes dilemas morais estão a maior parte das tragédias passionais que assolam o mundo e matam mais do que qualquer guerra.
Mas fica a dúvida, será que ele está certo???

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