Os dilemas morais
causam as maiores tragédias
Tenho um
paciente de 56 anos que largou a esposa e os filhos que o adoram para ficar com
uma moça de 22 anos. Ele diz que a mulher, já “velhinha”, não gosta tanto mais
de sexo, e aí ele “tem” de ir atrás de quem o sustenta com esta “grande alegria
da vida”.
A filha dele deprimiu, outro filho abandonou a faculdade no último
ano e outro acabou com a empresa da família, que o pai tomava conta.
A
ex-mulher até deixou de frequentar sua religião, pois, depois de “tamanha
solidão e decepção”, não acredita em mais nada, nem em Deus, nem no ser humano.
São “crimes” que ocorrem todos os dias, mas não estão no código penal. O
“crime” dele foi colocar o instinto acima do amor. Mas é complicado “jogar
pedras” em alguém por causa disso, uma vez que, no homem, de modo geral, o
instinto sexual é bem maior que o amor pelos filhos, pela esposa, pela família.
Este “instinto” é tão forte que derruba até pessoas supostamente equilibradas,
amorosas, religiosas, honestas. Isso, é claro, varia de pessoa para pessoa. Há
alguns que têm um organismo no qual o amor suplanta o sexo.
Aí é mais fácil
resistir… Até a religião tradicional – aquela de ir orar na Igreja – ajuda
pouco nessas horas. Só ajuda quando leva o indivíduo a praticar o amor –
caridade – e nesta prática sente uma “calma de Deus” que não quer mais
abandonar (nem por sexo ).
Nesta “calma”, ele sente não só o amor das pessoas
para com ele, mas também um misterioso amor vindo de Deus, uma misteriosa
“calma” por estar fazendo a “coisa certa”, por estar “nadando a favor da correnteza
de Deus”.
É um tipo de amor e paz que fazem com que o indivíduo passe a temer
abandonar esta felicidade calma e esta tranquilidade no amor e no dever
cumprido. Na base destes dilemas morais estão a maior parte das tragédias
passionais que assolam o mundo e matam mais do que qualquer guerra.
Mas fica a dúvida, será que ele está certo???
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