segunda-feira, 13 de maio de 2013

Igualdade na diversidade. Será que admitimos isso?


Tem sido discutido em vários países o direito ao casamento gay e é interessante se pensar nas causas desta discussão, que certamente teremos de fazer.
Mais surpreendente é a reação dos heterossexuais, que a rigor, não deviam ter nada com isto, mas a velha homofobia se manifesta, às vezes, raivosamente.
Na história de todos nós, temos relações amorosas homossexuais. Com pais, mães, avós, irmãos, tios, primos e amigos nutrimos sentimentos amorosos que devem ser dessexualizados, sem deixar de ser amorosos. Os grupos de meninos ou de meninas, exclusivos durante parte da infância, nos ajudam a superar amores proibidos dentro da família.

Já na puberdade dirigimos nosso interesse sexual para o sexo oposto, trocando nosso interesse homossexual por heterossexual, o que é feito com dúvidas e dificuldades, já que o interesse heterossexual era proibido pelas conotações edípicas.

Nas primeiras vezes que um menino se arrisca a chegar numa menina, faz isto cheio de dúvidas e com medo de ser rechaçado. Alguns jovens neste momento ficam em dúvida sobre se são gays ou não, mas a maioria faz esta transição.
A dificuldade que cada um teve para lidar com seus sentimentos amorosos homossexuais estará diretamente ligada ao grau de homofobia de cada um. Quanto mais intensos foram e de mais difícil controle, mais ameaçados se sentirão pela visão de um comportamento homossexual explícito.

Discute-se o papel da criação no surgimento da homossexualidade. É bem conhecido o fato de meninos criados por mulheres, com um pai fraco ou na ausência de uma figura masculina capaz de oferecer um modelo de identificação, se tornarem gays, mas isto apenas não basta, embora possa favorecer a expressão desta tendência, se existir.

 Milhões de meninos perdem o pai cedo e isto não acontece. Por outro lado inúmeros gays têm pais bastante adequados, irmãos heterossexuais e ainda assim são gays. Milhões de meninas têm conflitos sérios com suas mães, mas apenas uma minoria será gay, embora uma base de conflito possa ajudar.

 O que importa mais é a genética de cada um.

 Quando a herança é muito intensa, desde a infância se vai observar comportamentos homossexuais em meninos e meninas. Quando é menos intensa, esta característica vai surgir mais tarde e pode nunca aparecer. As vezes vai aparecer como um bissexualismo, que é até mais frequente que o homossexualismo exclusivo, ou permanecer sem expressão. Para quem os observa, entretanto, não é difícil identificar esta tendência, na mímica pessoal, na entonação da voz ou nos interesses.

A importância do que é herdado, responde a uma dúvida frequente desta discussão, como serão os filhos adotados por um casal gay? A resposta é que se forem heterossexuais, serão heterossexuais, se forem gays, serão gays. A tendência sexual dos pais não vai se transmitir se não houver uma base genética prévia.

Apesar de ser apenas uma variação da normalidade, o homossexualismo é fonte de muito sofrimento. Pais se culpam por supostas falhas na criação dos filhos. Gays se culpam por serem diferentes do que seus pais esperavam, sofrem com a homofobia da sociedade, sofrem bullyng na escola.

Muitas vezes sofrem com o comportamento de seus parceiros e com tentativas de tratamentos ditos curativos impossíveis e fadados ao fracasso, que podem levar até mesmo ao suicídio. Não há tratamento para o que não é doença. Culpas irracionais são frequentes e devem ser aliviadas.

Claro que como qualquer pessoa, os gays têm conflitos emocionais com parceiros, parentes e na vida em geral, que podem e devem ser tratados em psicoterapia normalmente.
O casamento gay provavelmente não vai ser muito frequente, especialmente entre os homens, que costumam ter relações menos estáveis, mas o lógico é que o fato de serem diferentes da média, não deve excluir direitos que todos têm.


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Um comentário:

  1. Até 1990 o homossexual era tratado como "louco" pela OMS.
    As pessoas confundem Homossexualismo com libertinagem e isso mostra o quanto precisamos "caminhar" ainda, quanto ao respeito que devemos às diferenças; diferenças estas que estão em todos nós, seja na orientação sexual, na cor da pele, etc...
    Parabéns pelo post.

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