domingo, 7 de agosto de 2011
Mitos sexuais: uma carta aos homens
Nada de Marilyn Monroe, Cléo Pires ou Angelina Jolie. Não é sobre esses mitos sexuais que nós vamos falar. Vamos conversar um pouco sobre aquelas coisas que você sempre quis perguntar mas tinha vergonha de ouvir alguém respondendo: os famosos mitos sobre o sexo.
Como isso aqui hoje é uma crônica de machos, que venha o primeiro mito: afinal, tamanho é documento? Porque se fosse assim, o elefante seria o rei da selva e sua carteira de identidade mediria pelo menos um metro e meio de altura, certo? Nem tanto, e esta pode ser uma verdade dura para alguns de nós.
Os homens costumam fazer uma tabela de equivalência entre sua masculinidade e o tamanho do órgão copulador. Nessa tabela, o macho top de linha é aquele sujeito com uma tromba capaz de fazer qualquer mamute corar de vergonha no meio da manada.
Pura bobagem. Pesquisas revelaram que o tamanho médio do pênis varia de 6-8 cm (em repouso) a 12-16 cm (pronto para o ataque). Além disso, a vasta maioria dos casais envolvidos em relacionamentos maduros, longos e estáveis, concorda que o tamanho do pênis não importa tanto assim. É o tamanho do contra-cheque que faz a diferença.
Outro mito, bastante freqüente, também diz respeito ao pênis. Mais especificamente, à sua performance. É quase como se houvesse uma tirania do órgão sobre seu possuidor: na cama, o sujeito só vale por aquilo que traz entre as pernas. Errado novamente.
Vários livros, incluindo o best-seller “She Comes First”, de Ian Kerner, mostram que menos de 1/3 das mulheres atinge o orgasmo durante o intercurso sexual. Em comparação, mais de 80% delas é capaz de chegar ao clímax através do sexo oral. Vale o alerta: seja mais carinhoso e criativo, e tome cuidado com cafezinhos muito quentes.
Falando em mulheres, devemos um dos mitos sexuais femininos mais famosos ao médico alemão Dr. Ernst Grafenberg. Na década de 1970, os estudos do Dr. Grafenberg levaram a descoberta de um ponto erótico batizado de Ponto G. Reza o mito que este ponto, localizado logo atrás da pube, seria capaz de catalisar orgasmos femininos espetaculares. Imagino que a popularização desta teoria tenha resultado em tardes bem animadas no consultório de Ernst, mas a real existência do ponto G ainda é motivo de controvérsias.
O fato é que o sexo deve ser encarado como o processo dinâmico de encaixe de várias partes em uma unidade e vice-versa, com intenções mútuas de prazer, e não como a busca por um único ponto específico, seja ele G, H, I ou o raio que o parta. Se você tem tara por pontos, poupe o tempo dela, pegue uma folha de papel e uma caneta e vá divertir-se desenhando reticências em um canto da sala. Na manhã seguinte, marque um psicólogo.
A infinidade de zonas erógenas a serem exploradas no corpo de uma mulher poderia dar origem a vários volumes de uma enciclopédia. Ou a um novo período de grandes navegações ao redor do globo. Exatamente por isso, os homens se preocupam sobre a duração do sexo. O rala e rola tem que durar tempo suficiente para pelo menos uma voltinha no Mediterrâneo ou uma rápida incursão na Polinésia. E aí, como um tsunami desgraçando a nau, surge o fantasma da ejaculação precoce.
A ejaculação precoce afeta 20-30% dos homens em todas as faixas etárias. Todavia, é difícil determinar o que é a ejaculação precoce. Pesquisas em laboratório mostram que até mesmo indivíduos capazes de fazer o intercurso durar mais de 20 minutos acham que sofrem do problema. No final das contas, o pulo do gato está na percepção que cada um tem do próprio desempenho.
Segundo dados publicados no Journal of Sexual Medicine, em 2005, o tempo médio de uma relação sexual é de 5-7 minutos, sendo 2 minutos o parâmetro científico para diagnosticar a ejaculação precoce. Ou seja: se após 2 minutos de aquecimento dos motores o sujeito já está acenando com a bandeirada final, então ele pode estar sofrendo do distúrbio.
Felizmente, a ejaculação precoce é um problema tratável e tem uma interpretação darwinista construtiva: se cada homem deste planeta levasse mais de 1 hora para atingir o orgasmo, seríamos uma raça bem, bem menos numerosa.
As dúvidas e os mitos sobre sexo não caberiam todos em uma crônica apenas, você sabe disso. A lição que deve ficar aqui é a seguinte: o sexo não é algo que ocorre suave e naturalmente como um passeio de mãos dadas durante o entardecer em um filme da Disney. Sexo é uma viagem ao desconhecido, um curso vitalício de educação continuada. Vez ou outra você levará bomba em uma matéria. Mas desde que mantenha o interesse e a dedicação, os créditos estarão a seu favor.
Por Alessandro Loiola.
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Postado por
William Junior
às
17:01
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Muito interessante seu texto. É bom se informar e quebrar os mitos que envolve um assunto tão corriqueiro. Às vezes a gente padece por falta de conhecimento...
ResponderExcluirMuito interessante!
ResponderExcluirSão coisas que sabemos mas como trata-se de um assunto sempre polêmico, é bom rever.
William, como sempre capricha nas suas postagens. Obrigado por compartilhar o texto. O assunto tão propalado ainda rende especulações ad infinitum... Abraços.
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