sábado, 11 de maio de 2013

Nuclear: energia para viver melhor?









Todo mundo sabe dos transtornos que causa a falta de energia elétrica. Tudo para e a todos causam prejuízos. E para piorar o humor da população quando a luz não acende, o que era para cair – a conta de luz – de fato não cai, pelo contrário, a tarifa aumentou.
É correto, portanto, que recaia sobre o setor elétrico o olhar atento do Governo Federal, convencido que está de que o país precisa de energia elétrica para dar sustentabilidade ao seu desenvolvimento.
A demanda crescente, a estrondosa venda de eletrodomésticos e o aumento da renda das classes C e D são algumas das causas visíveis decorrentes do desenvolvimento econômico do país, levantadas para explicar a crise no abastecimento de energia nas grandes cidades brasileiras. Atento, o Governo Federal trabalha para evitar, em tempo, o maior fator de risco de um colapso do sistema elétrico brasileiro, que é o descompasso entre a capacidade instalada para geração de energia elétrica e a tendência de aumento do consumo da sociedade.
Nesse cenário, duas certezas rondam as cabeças dos gestores do setor elétrico brasileiro. Primeiro, o aumento do consumo tende a continuar. Segundo, é urgente a necessidade de aproveitar de maneira racional todas as possibilidades de reverter a situação atual – decisão que passa pela criteriosa seleção das fontes energéticas que deverão ganhar prioridade num programa de investimentos para aumentar a geração de energia elétrica. Várias medidas de emergência são anunciadas pelo governo, desde campanhas para mudança de hábitos do cidadão até a maior utilização das termoelétricas e agilidade na conclusão de obras das hidroelétricas em construção. Mas, segundo especialistas do setor, nada disso resolve integralmente o problema.
Diante do reconhecido esgotamento dos aproveitamentos hídricos viáveis técnica e economicamente no Sul-Sudeste, ganha força a opção nuclear, que reúne condições de ampliar seu espaço na matriz energética brasileira, por indiscutíveis razões. Primeiro, o Brasil conta com uma equipe técnica capaz, tanto na construção como na operação das usinas nucleares, já domina com competência técnica todas as etapas do ciclo do combustível nuclear e é dono de uma das maiores reservas de urânio do mundo. Tudo isso garante a autonomia brasileira na geração nucleoelétrica. Segundo, os rigorosos critérios nacionais e internacionais que regulam a operação das centrais nucleares brasileiras são uma garantia de redução do impacto no meio ambiente. Terceiro, a fonte nuclear independe do regime de chuvas e, portanto, pode ter sua operação programada para os períodos de seca. Quarto, uma central nuclear pode ser instalada próxima dos grandes centros de consumo, reduzindo custos de transmissão.
Nos futuros estudos para a definição da matriz energética brasileira, que terá de ser dimensionada para sustentar o desenvolvimento, o aumento da participação da fonte nuclear deve ser examinada sem preconceito, pois além de ser uma fonte limpa, por não contribuir para o aumento do efeito estufa, é também técnica e economicamente viável.
A energia elétrica é um item básico da vida. Não há porque postergar as decisões necessárias para o setor por conta de preconceito e desinformação. Sem energia, empresas têm prejuízos, profissionais liberais deixam de cumprir tarefas corriqueiras do trabalho e a população como um todo perde não apenas conforto e lazer, mas a conectividade que liga as pessoas ao mundo. Sem falar nos riscos para a saúde dos pacientes em hospitais e na insegurança gerada pela porta aberta para a ação impune dos marginais nas ruas escuras. A falta de luz reduz a qualidade de vida e estressa o cidadão.

Por: Mário Moura


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