quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Império Romano: 5 invenções que revolucionaram o mundo


 Uma brincadeira que tomou as redes sociais recentemente fez com que o mundo refletisse sobre o impacto deste período nos dias atuais

Nos últimos dias, uma pergunta inusitada se espalhou pelas redes sociais ao redor do mundo. Com que frequência os homens pensam no Império Romano? Aparentemente, muita. 

O que começou como uma brincadeira, fez com que as buscas pelo período histórico em ferramentas de busca aumentassem exponencialmente. Nos Estados Unidos, as pesquisas sobre o tema no Google atingiram seu maior número em dez anos, com um crescimento de 600% de uma semana para outra. 

Mas, afinal, o que há para pensar sobre o Império Romano de forma tão frequente nos dias atuais? 

Fundado em, aproximadamente, 27 a.C., o Império Romano existiu por cerca de 500 anos e teve seu fim em 476 d.C, com a queda do Império do Ocidente. Durante esse período, ele dominou grande parte da Europa Ocidental, assim como pedaços do norte da África e do Oriente Médio.

O Império Romano, caracterizado por sua organização política, militar e administrativa altamente sofisticada, estabeleceu uma série de instituições e leis que influenciaram profundamente a cultura e a política subsequentes em todo o mundo ocidental. Seu impacto perdura até os dias de hoje em áreas como governo, direito, língua e cultura.

 

Confira a seguir algumas das invenções do Império Romano que continuam presentes na vida das pessoas atualmente: 

1- Concreto

Os antigos romanos desenvolveram, por volta do século III a.C, uma forma primitiva de concreto, conhecida como “opus caementicium”, que era composta por uma mistura de cinzas vulcânicas, cal, pedras e água. Esse material foi utilizado para construir uma variedade de estruturas, inclusive aquelas que se tornaram pontos turísticos nos dias presentes como o Panteão, o Coliseu e o Fórum Romano. 

Desde então, o concreto se tornou um dos materiais mais amplamente usados na construção civil devido à sua versatilidade, durabilidade e resistência. Desde então, ele tem sido usado em uma variedade de aplicações, desde edifícios e pontes até barragens e estradas, desempenhando um papel fundamental na infraestrutura moderna.

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2- Estradas

No seu auge, o Império Romano cobria uma vasta área. Presidir e administrar um território tão grande exigia um sistema rodoviário sofisticado. As estradas romanas, muitas das quais  ainda são usadas, foram construídas com terra, cascalho e tijolos feitos de granito ou lava vulcânica endurecida e acabaram se tornando o sistema de estradas mais sofisticado que o mundo antigo já viu.

Os engenheiros aderiram a regras arquitetônicas rígidas, criando estradas famosas por seu formato reto e com laterais e margens inclinadas para permitir o escoamento da água da chuva. Por volta de 200, mais de 80.000 quilômetros de estradas haviam sido construídos, o que permitiu que a legião romana viajasse até 40 quilômetros por dia. 

Placas de sinalização informavam aos viajantes o quão longe eles teriam que percorrer, e equipes especiais de soldados atuavam como patrulha rodoviária. Juntamente com uma complexa rede de correios, as estradas permitiam uma transmissão mais rápida de informações.

Hoje, a construção e manutenção de estradas é uma parte vital da infraestrutura em todo o mundo. Elas desempenham um papel fundamental na mobilidade, no comércio e na conectividade global e sua qualidade e eficiência continuam a ser melhoradas pela tecnologia moderna.

3- Aquedutos e sistema de saneamento

Embora os antigos romanos não tenham sido os primeiros a implementar um método de saneamento, o seu sistema era muito mais eficiente e se baseava nas necessidades do público. Eles construíram não apenas um sistema de drenagem, como também banheiros, linhas de esgoto interligadas, latrinas e um sistema de encanamento eficaz.

A água do riacho passava pelas tubulações de água e descarregava regularmente o sistema de drenagem, o que o mantinha limpo. Ainda que as águas residuais fossem despejadas no rio mais próximo, o sistema era eficaz como meio de manter um nível de higiene.

Estas inovações sanitárias foram, em grande parte, possíveis graças ao aqueduto romano, que foi desenvolvido por volta de 312 a.C. Ao utilizar a gravidade para transportar água ao longo de condutas de pedra, chumbo e betão, grandes populações foram libertadas da dependência de abastecimento de água próximo.

Centenas de aquedutos cobriram o império, alguns deles transportando água até 60 milhas, e alguns até sendo usados ​​hoje. A Fonte de Trevi, em Roma, por exemplo, é abastecida por uma versão restaurada do Aqua Virgo, um dos 11 aquedutos da Roma antiga.

Atualmente, os aquedutos continuam sendo parte importante dos sistemas de abastecimento de água modernos, que utilizam uma variedade de métodos e tecnologias para garantir que água limpa e segura esteja disponível para as populações urbanas e rurais. 

Já o saneamento básico, ainda que enfrente desafios em muitas partes do mundo, tem um impacto significativo na melhoria da saúde pública e na qualidade de vida de comunidades espalhadas por todo o planeta.

4- Serviço postal

Estabelecido por volta de 20 a.C pelo imperador Augusto, o sistema postal criado pelo Império Romano era conhecido como ‘cursus publicus’ e se tratava de um serviço de correio obrigatório e supervisionado pelo Estado. Nele, eram transportadas mensagens, receitas fiscais entre a Itália e as províncias, e até funcionários quando estes precisavam de viajar por grandes distâncias.

Para este fim, era utilizada uma carroça conhecida como ‘rhedæ’. Em um dia, um mensageiro montado podia viajar 80 quilómetros e, com a sua vasta rede de estradas bem concebidas, o sistema postal da Roma antiga foi um sucesso e funcionou até ao século VI.

Séculos depois, os serviços postais em todo o mundo oferecem uma ampla gama de serviços, desde a entrega de correspondências e pacotes até serviços bancários e logísticos. As agências de correio modernas são essenciais para a comunicação global e o comércio internacional.

5- Subsídio governamental

Os programas governamentais de bem-estar social, mesmo que possam ser considerados um conceito moderno, já existiam na Roma Antiga, em 122 a.C. Na época, foi implementada uma lei conhecida como “lex frumentaria”, que ordenava ao governo de Roma que fornecesse aos seus cidadãos quantidades de cereais baratos.

Em seguida, surgiu um programa chamado ‘alimenta’, que ajudou a alimentar, vestir e educar crianças pobres e órfãs. Outros itens como azeite, vinho, pão e carne de porco foram posteriormente adicionados a uma lista de bens com preço controlado, que provavelmente foram recolhidos com fichas conhecidas como ‘tesserae’. 

Essas ações eram populares entre o público da época, mas, de acordo com alguns historiadores, contribuíram para o declínio económico de Roma.

Até os dias atuais, muitos países utilizam os subsídios governamentais em diversas áreas, como agricultura, energia, educação, saúde, transporte e indústria. Eles podem ser usados para atingir diversos objetivos, incluindo o apoio a setores estratégicos, a redução da desigualdade, o estímulo ao crescimento econômico e a promoção de políticas públicas específicas. A natureza e o escopo dos subsídios variam amplamente de acordo com as políticas e as necessidades de cada nação.

E você, com que frequência pensa no Império Romano?

Anna Dulce.

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