O déjà
vu é uma sensação muito comum que causa a impressão de já termos
vivido certa experiência, por mais que seja a nossa primeira vez; de já termos
visto certa pessoa, mesmo que a estejamos conhecendo agora. Esse fenômeno já
deu gás a teorias da conspiração e explicações místicas, no entanto, ele pode
ser explicado ao analisarmos o que ocorre no cérebro durante ele.
Esse
fenômeno é considerado normal se ocorrer apenas ocasionalmente, mas caso
aconteça com frequência, pode ser um sinal de alguma condição mais grave, como
a epilepsia do lobo temporal, como explico no artigo "O que é
o déjà vu?", publicado pela revista
científica Brazilian Journal of Development.
De
acordo com uma pesquisa realizada em 2003, o déjà vu está
relacionado a sintomas como cansaço, ansiedade, stress, grande imaginação e
elevado grau de instrução e pode ser explicado por 4 situações.
- Duplo
processamento: uma falta de sincronia na mente, embora o indivíduo
acredite que já viveu certo acontecimento, ele sabe que isso nunca
aconteceu;
- Fenômenos
neurológicos: pode decorrer de convulsões epilépticas, desmaios, lesões no
lobo temporal, esquizofrenia, entre outras;
- Memória:
lembranças similares a novas situações podem ser relacionadas pelo
cérebro, dando a impressão que são iguais. Além disso, memórias obtidas
por filmes e livros também podem ser confundidas com acontecimentos reais;
- Atenção:
distrações e falta de atenção total à determinada situação podem
dificultar a geração de memórias claras e, quando forem vivenciadas
novamente, serem reconhecidas como uma situação familiar, enquanto o
cérebro não consegue lembrá-las totalmente devido à distração no momento
em que elas ocorreram.
Apesar
de a ciência ainda não conseguir detalhar totalmente os efeitos causadores
dessa sensação, pesquisas apontam que o fenômeno pode ter raízes multifatoriais
que, a depender da sua frequência, podem indicar problemas cerebrais graves.
Fabiano de Abreu.
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