Nós não nos casamos pensando que um dia vamos nos divorciar.
Quando percebemos que já tentamos de tudo e mesmo assim, nada melhorou, o
divórcio parece ser a única solução para que a gente não viva em constantes
conflitos.
Os
conflitos ficam ainda pior quando existem filhos porque, inevitavelmente, a
gente acaba ensinando a eles o oposto do que gostaríamos, porque a gente acaba
transparecendo, através dos nossos comportamentos diários, um exemplo de
desamor.
Mesmo
que a gente tente evitar as brigas na frente das crianças, elas conseguem
sentir e perceber que algo não está bem entre os pais e, a gente pode tentar
contornar os fatos, distorcer a verdade, pensando que, assim, eles não vão
perceber, mas não é isso que, geralmente, acontece.
As crianças são muito mais sensíveis e espertas do que a gente imagina. Muitos pais acham que seus filhos não entendem nada, mas na verdade, eles entendem tudo. E quanto mais a gente tenta esconder, quanto mais a gente mente para eles, mais eles internalizam que o relacionamento dos seus pais, mesmo aos trancos e barrancos, é normal.
Se
normalizamos as brigas e o desrespeito entre o casal, acabamos,
inconscientemente, ensinando a eles que, relacionamentos são assim mesmo e,
infelizmente, quando eles crescerem, eles terão a tendencia de se relacionar
com pessoas que também acreditam que as brigas são normais. É aí que começam os
relacionamentos tóxicos, quando a gente acredita que o casamento e as relações
são assim mesmo, cheias de conflitos.
Mas
isso não é verdade. É comum a gente discutir de vez em quando com quem a gente
ama, existem divergências de interesses, acordos descumpridos, amor
interrompido, tudo isso existe de fato, mas isso não quer dizer que essas
“diferenças”, precisem ser tratadas com desamor. Pelo contrário, quando existe
algum desintendimento, o ideal é que os casais sentem e conversem como adultos
que são e, não tragam as suas crianças feridas para a discussão.
O
ideal é que sejam assinados novos acordos, que façamos novos contratos e que
alinhemos os nossos objetivos com amor. Por outro lado, é preciso que exista
vontade para que o entendimento aconteça, mas se uma das partes, ou as duas,
não estão dispostas a se entender, caso um queira sobrepor a sua vontade e,
simplesmente, espere, que o outro obedeça, não há relacionamento que aguente.
Um casamento é comporto por duas pessoas que são diferentes e possuem sonhos
igualmente diferentes, é verdade que quando casamos, buscamos reorganizar as
rotas e focar em um objetivo em comum, porém, não dá para desistir dos próprios
sonhos em prol do sonho do parceiro eternamente. Se fizermos isso, com toda
certeza, nos tornamos infelizes e, uma hora, acabamos descontando o nosso
descontentamento no parceiro.
A
VERDADE É QUE, QUEM SOFRE MAIS COM O DIVÓRCIO SÃO AS CRIANÇAS, MAS ELAS SOFREM
AINDA MAIS, QUANDO OS PAIS TENTAM MANTER O CASAMENTO, MESMO SEM AMOR, SÓ POR
CAUSA DELAS.
O
que fazer então?
Se
a gente deseja que os nossos filhos cresçam felizes e quando adultos vivam
relacionamentos saudáveis, nós precisamos trabalhar com a verdade. Mesmo que a
gente ache que a criança não vai entender, quando falamos a verdade, essa
lembrança fica armazenada no seu subconsciente e, ela será acionada quando for
preciso, quando ela se deparar com qualquer abuso na vida adulta.
Mas
se mentimos para ela, tentando aliviar a pressão, ela tenderá a fazer o mesmo
quando estiver em um relacionamento tóxico, ela tentará amenizar as atitudes
abusivas do seu parceiro.
Se você está vivendo uma situação de abuso ou conflitos que passaram a ser
desrespeitosos e está com dúvida se pede o divórcio por conta das crianças, o
melhor que você tem a fazer é procurar ajuda e aconselhamento terapêutico para
você e para os seus filhos.
Essa
fase é muito complicada mesmo e, se você percebe que não sabe como falar, que
já mentiu muito para os seus filhos, está na hora de dar um passo com mais
responsabilidade.
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