Salta aos
olhos de qualquer cidadão atento o clima de radicalismo em que vivemos.
Refiro-me aqui, especificamente, ao nosso Brasil, de incitações e de
desentendimentos, sobre qualquer ambiente.
A
animosidade parece sempre ser bem-vinda, nesta verdadeira “civilização do
espetáculo”, hipócrita por falsa necessidade. Para este tipo de sentimento
disseminado, sempre haverá aplausos, consequência natural para um País carente
de apaziguamento, de pacificação dos espíritos acirrados.
Percebo
que enquanto perdurar esta fórmula estúpida, permaneceremos muito afastados de
qualquer esboço de paz social. Conceito utópico para muitos, não vejo o menor
sentido em assumir responsabilidades públicas sem a busca de objetivos
convergentes, independente da formação ideológica de cada cidadão.
Poucos representantes são capazes de exercer
esse papel. A representação política, definitivamente, não é para amadores. O
problema é que os “amadores”, sejam criminosos ou simplesmente irresponsáveis
despreparados, são cada vez mais a regra vigente no nosso meio político.
Mais
humanidade e compreensão! Menos fórmulas prontas, dignas dos ultrapassados
sabichões, que apontam o dedo antes de ouvir. Insisto em alertar que existe um
sistema falido, que não mais atinge às expectativas da sociedade contemporânea.
Por isso, trago à tona a ideia de “paz social”.
E já
alerto que o rótulo de “utópico” me cai bem, tendo a plena noção de que o tempo
é finito e que estamos de passagem. Para minhas filhas, quero ensinar a lição
de Eduardo Galeano: “A utopia está lá no horizonte (…) Por mais que eu caminhe,
jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não
deixe de caminhar”.
Respeitando
sempre as determinações Constitucionais que regram o País, não me abstenho de
lançar uma visão de mundo, responsável com minha geração e as próximas que
virão: mais diálogo, menos intolerância. Ouvir muito mais, falar bem menos!
Nosso tempo é finito e, sobre essa avaliação, é fundamental a tentativa de
deixar a nossa melhor mensagem.
Christopher
Goulart.
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