Estudo recente capitaneado por
cientistas da Universidade British Columbia, no Canadá, apontou que centenas de
espécies de peixes poderão evaporar das regiões tropicais até o final de 2050.
Por quê? A resposta é simples: aquecimento global.
As
mudanças climáticas, de acordo com a pesquisa, deverão fazer com que os peixes
cada vez mais migrem em direção às águas do Ártico e da Antártida. Ao usar três
modelos matemáticos de distribuição de espécies, o estudo, publicado na revista
Ices Journal of Marine Science, examinou o impacto das mudanças climáticas na
biodiversidade marinha e identificou os pontos críticos do planeta para
extinção local de peixes.
Tomando por base os cenários
produzidos pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), os
cientistas usaram os modelos para prever como 802 espécies de peixes
comercialmente importantes reagiriam a um aquecimento da temperatura dos
oceanos. A conclusão é de que haverá uma mudança em larga escala dos habitats
dos peixes rumo aos polos.
No pior cenário, de alta
emissão de carbono, no qual a temperatura dos oceanos subiria 3°C até 2100, os
peixes migrariam para longe da Linha do Equador em uma taxa de 26 quilômetros
por década, em média.
No cenário mais otimista
possível, com baixas emissões e com um aumento de temperatura de 1°C, os peixes
se moveriam para os polos na taxa média de 15 quilômetros por década. Esse
padrão de deslocamento das espécies, de acordo com os autores, é semelhante ao
que já foi verificado a partir de 1970.
William Cheung, um dos autores do estudo, afirmou que as regiões tropicais sofrerão alto impacto no estoque pesqueiro. "Não há lugares onde todas as espécies serão extintas. Mas em algumas áreas, até 70% delas podem desaparecer".
William Cheung, um dos autores do estudo, afirmou que as regiões tropicais sofrerão alto impacto no estoque pesqueiro. "Não há lugares onde todas as espécies serão extintas. Mas em algumas áreas, até 70% delas podem desaparecer".
As áreas de alto risco de
extinção, ele explica, concentram-se na região equatorial, entre os paralelos
10 norte e 10 sul. "Nessa faixa, cerca de 260 espécies seriam localmente
extintas no pior cenário", disse Cheung. Se o estudo identificou os
trópicos como áreas com grande perigo de extinção de peixes, por outro lado, o
Ártico e a Antártida foram indicados como pontos de alto risco de invasão
biológica. "A invasão de espécies será cada vez maior nos polos. Ainda
assim, o número de espécies novas nessas áreas não será tão grande como o de
extintas na região equatorial."
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