terça-feira, 6 de setembro de 2011

Sonhos e seu projeto de vida



Poucas verdades são tão reais quanto a verdade do desejo. Isso porque o ser humano é movido por desejos, como uma forma de suprir a sua incompletude. A questão é que se deseja o que não se tem, pois o que se tem se aproveita. Psicanálise pura, ou quase.

Isso nos remete a questão dos sonhos, mas não daqueles que dominam o indivíduo enquanto se dorme e que é movido por impulsos desconhecidos condutores de grandes desvarios. Discorro sobre os sonhos acalentados em projetos e objetivos de vida, em outras palavras, sobre aquilo a que aspira um indivíduo.

Neste momento não se busca escrever sobre sonhos individuais, focado na obtenção de dinheiro e no poder que a riqueza proporciona, egoisticamente. Aliás, isso compete ao planejamento de vida de cada um, conforme os juízos e valores pessoais. Melhor seria se o bem comum falasse mais alto no interior de todos. Bem, juízos de moral não são cabidos nesta ocasião, mas fica a dica.

O tempo atual, instigante pelo reforço da liberdade de cada ser humano na satisfação dos seus desejos, parece ter solapado as grandes utopias. Os grandes discursos salvacionistas da humanidade parecem sucumbidos, alimentados por uma idéia de que possível ser feliz sozinho, mesmo que rodeado de sofrimento e dor.

Não que existam poucas pessoas com espírito solidário, refratário à indiferença. O engajamento nas grandes questões da sociedade, que interessam coletivamente a todos, parece diminuído. Talvez a descrença de que algo possa efetivamente mudar ou o estarrecimento com os escândalos na vida pública, que deveria ser um lugar de plena austeridade, tenha esfriado os ânimos.

Nessa quadra da história importa resgatar os projetos coletivos, as grandes utopias e os ideais de um mundo melhor. É preciso resgatar o espírito público e o engajamento nas causas sociais. É preciso combater a onda individualista e egoística que busca se impor como um imperativo para a felicidade. Tais questões podem parecer simples e singelas. Realmente são. Mas fazem toda a diferença!


Por Giovani Corralo.

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