quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Dinheiro nosso de cada dia.

Dentro do manual, caso não houvesse empréstimo bancário, não houvesse limite bancário, não houvesse cartão de crédito e outros meios legais para obter dinheiro, o cidadão comum deveria em principio sobreviver com os recursos que recebesse, ou de algum trabalho, da aposentadoria, da venda de algum recurso. Claro, quando faltasse ele iria recorrer a parentes, e talvez apelaria para o famigerado agiota, de preferência um que não fosse assim tão violento. Dentro do nosso mundo capitalista, que tudo gira em torno do dinheiro, por enquanto não inventaram nada de novo que possa substituir este sistema de troca.

Entretanto dentro dos sistemas, na vida moderna, várias formas de crédito apareceram, cartão, empréstimos bancários, dependendo de sua ficha corrida você tem mais opções, para ter como antecipar dinheiro para obter outros bens, investir, criar um negócio, fazer mais dinheiro, assim fazendo a roda da economia girar.

Aos poucos, nem tudo dá certo, muita gente começa a perder o dinheiro, o que ganha com o trabalho já nem cobre nem os seus custos, ou de uma forma ou de outra passa a gastar muito mais do que arrecada, com coisas sérias, e outras nem tanto, principalmente nos dias atuais com bets e outros vícios.

Por um certo período você acredita que tudo vai mudar, como um passe mágica, sei lá, você vai ter um aumento, vai conseguir um bom dinheiro numa aposta, e enquanto isso não acontece para outras pessoas, você aparenta estar muito bem, gastando como não houvesse amanhã, continuando a ir em restaurantes, viajando bastante e esperando o milagre.

Assim, você passa a ter problemas para pagar os empréstimos, então começa a arrumar dinheiro pagando mais caro e continua girando as dívidas, que só aumentam, cada vez você paga juros mais caros.

Eu sei, vão dizer que sou derrotista, que tudo no Brasil está bem, nunca se viu praias tão cheias, restaurantes lotados, nunca no Brasil se arrecadou tanto, nunca tivemos tanta gente empregada, nunca a massa salarial foi tão alta, nunca o Brasil distribuiu tanto dinheiro a título de ajuda social. A questão que o Brasil está utilizando o “cartão de crédito” e pagando juros para girar tudo isto em torno de 15% e se nada acontecer de diferente cada dia que passar mais caro ira ficar este financiamento e aos poucos os credores passam a ficar desconfiados até que ponto isto pode ser rolado, e se o devedor vai conseguir honrar estes compromissos. E novamente as soluções mirabolantes poderá ocorrer e uma delas é a emissão de dinheiro, expandindo ainda mais a base monetária que tem nome e sobrenome a consequência. Inflação na veia.

Isto ainda pode ser mudado, não precisamos chegar nas últimas consequências. Ainda dá tempo.

Joselito Bortoloto.

 


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