quarta-feira, 31 de outubro de 2012

A fé move montanhas e pode cavar sepulturas



Não poucos tiveram um 2012 tenso com a previsão de que o mundo acabaria conforme inscrição no calendário da extinta civilização Maia. O medo segue, restam dois meses para um alivio geral, pois é grande número de quem não crê nos desmentidos. A descompressão virá, mesmo, só à meia noite do dia 31 de dezembro.

Não é de hoje que nos angustiamos com a possibilidade do fim de tudo. E poucas coisas geram mais conflito, reações raivosas (principalmente se Deus entrar em pauta) do que duvidar de quem não duvida disso.

Além das previsões de Nostradamus e das citações em livros sagrados sobre o fim dos tempos a humanidade tem se esmerado na geração de intranquilidade, sempre adubando nosso medo e nossa ignorância. As armas nucleares e a tese do aquecimento global antropogênico, por exemplo, mantém de plantão e sempre refrescada a tese do fim do mundo. Claro, com os espertalhões tirando bastante proveito desse caos mental.

Até prova em contrário o aquecimento global antropogênico não nos levará para o beleléu e só voltaremos a acreditar nele depois que o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU recuperar sua credibilidade arranhada com as denúncias do “climagate”. O que não dá tranquilidade, pois Planeta estaria esfriando conforme estudo de meteorologistas alemães. E o esfriamento, dizem, é mais nefasto do que o aquecimento. Em todo caso precisamos tempo para saber se a coisa vai ser muito quente, o que é ruim, ou muito fria, o que é pior.

Assim, do jeito que a ciência evolui, o perigo está mais perto do supomos. Não vai longe e montar arma de destruição em massa só dependerá de kit básico a ser pedido via internet (sem força de expressão). Nessa hora quem nos meterá medo, mesmo, serão as pessoas de fé inabalável, dessa fé que move montanhas. Nada de estranho, pois é a mesma fé que já cavou número descomunal de sepulturas na história da humanidade.

Para ilustrar, fiquemos com um homem de fé, temente a Deus que segue ao pé da letra o livro sagrado, pois crê que ele é manifestação direta do seu Deus. Esse homem pegou a Bíblia e lê Deuteronômio 13,12-16: “Quando ouvires dizer, de algumas das tuas cidades que o Senhor teu Deus te dá para ali habitar, que uns homens, filhos de Belial, que saíram do meio de ti, incitaram os moradores da sua cidade, dizendo: “Vamos, e sirvamos a outros deuses que não conheceis”; então inquirirás e investigarás, e com diligencia perguntarás; e eis que, sendo verdade, e certo que se fez tal abominação no meio de ti, certamente ferirás, ao fio da espada, os moradores daquela cidade, destruindo a ela e a tudo o que nela houver, até os animais. E ajuntarás todo o seu despojo no meio da sua praça; e a cidade e todo o seu despojo queimarás totalmente para o Senhor teu Deus, e será montão perpétuo, nunca mais se edificará”.

Outro homem, com as mesmas virtudes, lê sobre os incrédulos no Corão. Lê que eles são como animais, que são surdos, mudos, cegos e que sofrerão doloroso castigo. “Matai-os onde quer que os encontreis. Expulsai-os de onde eles vos expulsaram, pois o erro é pior do que a matança... (2, 191). Combatei-os até que não haja mais idolatria e que prevaleça a religião de Deus. Se detiverem sua hostilidade, detende-vos, exceto contra os iníquos” (2-193).

Para ter ideia aonde pode levar se seguidos ao pé da letra tais ensinamentos do livro sagrado dos cristãos e do livro sagrado do Islã basta ver o noticiário diário. De cara vamos preferir os Maias, ou o aquecimento ou até mesmo o resfriamento...



domingo, 28 de outubro de 2012

Homem em crise dos 40 anos

O fato de eu ter chegado aos 40 anos e não ter entrado em crise causou tantos problemas em minha vida que não tive escolha. Entrei em crise. A correria no trabalho, a educação das crianças, os afazeres domésticos e o eterno problema na lateral esquerda do Internacional ocupam minha vida de tal forma que não consigo reservar na agenda um horário para aquilo que a sociedade exige de mim: ser um homem com quatro décadas de vida e parte da personalidade sequelada.


Uma amiga próxima até ficou chateada por eu não estar em processo de convulsão provocada pela meia-idade. Para ela, ir no caminho contrário ao da psiquatria de consultório do doutor Google era uma situação quase inadmissível. Minha rotina, a mesma de quando tinha 30 anos, a incomodava muito e na sua cabeça eu deveria sinalizar.

Até pesquisei como eu, agora um quarentão, deveria reagir. Surpreender a família e abrir uma loja de vinis, tornar-me um lobo metrossexual, torrar a poupança das crianças com uma moto, substituir a esposa por uma ninfeta. Confesso que a terceira opção - a da moto - foi a que mais despertou meu interesse, mas e tempo para pegar a estrada sobre duas rodas e desbravar as curvas até o castelo de Pedras Altas? Minha coluna também não aguentaria. Já a ninfeta, seríamos incompatíveis. Tentaria me convencer que Katy Perry é melhor que The Beach Boys, um “grupinho” do passado, motivo suficiente para eu sentir saudade de meu mundo.

Como eu estava disposto a não decepcionar minha amiga, decidi presenteá-la simbolicamente com gotas psicológicas de alguém na crise dos 40. Nada exagerado, mas o suficiente para ela ficar satisfeita e me deixar em paz. E aconteceu quando nos encontramos na rua, em uma bela manhã de sol, daquelas que ninguém consegue ficar dentro de casa, a não ser os homens deprimidos pela idade.

- Que dia maravilhoso, hein?

- Pois é.

- O que foi? Parece desanimado?

- Não sei. Minha cabeça não tá boa. Tô pensando muito na vida, nas preocupações. Nada me deixa alegre.

- Ah, mas isso é normal. É da idade. Não dá bola que passa. Uma questão de se aceitar. Olha, se precisar conversar me procura.

Foi desse jeito, rápido e eficaz. Minha amiga foi embora toda feliz porque finalmente a ordem do mundo estava restaurada e eu, um impuro, recuperado. Pelos padrões, em plena desordem psíquica e hormonal. Só esperei ela dobrar a esquina para continuar a caminhada antes do futebol da tarde, da limpeza da garagem, do passeio de bicicleta, do banho do cachorro, do texto que precisava escrever para o jornal, de levar as crianças ao cinema e do jantar a dois com minha esposa. E numa crise daquelas.

Por: Jarbas Tomaschewski.

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sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Planetarização do homem

"...O homem coloca toda a biosfera em um ciclo de renovação rápida. A partir de agora, nós dominamos a biosfera. Mas será que nos servimos da Terra ou a vida serve-se de nós para evoluir mais rápido ainda?" Pierre Lévy




Quando alcançamos o interior do DNA e passamos a controlar a substância que controla e organiza a vida na Terra, tivemos a impressão pretensiosa de que estávamos dominando a vida no planeta e, desta forma, segundo nossa orientação, do processo evolutivo.

Modificamos a genética de animais e plantas; transportamos genes de um organismo a outro mudando características funcionais e estruturais; eliminamos algumas espécies e criamos outras; alteramos a capacidade de resistência com propósitos diversos: para matar ou salvar; aumentamos a capacidade de operar junto ao meio através de periféricos criados pela nossa inteligência, desde a pedra lascada (de silício) até equipamentos de informática (de silício).

Tanto o meio não vivo (abiótico) até o meio vivo (biótico), em razão de nossa capacidade criativa, apresentam-se em processo de mudança acelerada, pois, sem a interferência do homem, a biosfera teria uma outra configuração: animais que atualmente proliferam, como bovinos, ovinos e galináceos, por exemplo, ocupam lugar de outros que, em razão da existência destes, ou se extinguiram ou estão em processo acelerado de extinção; as plantas de diferentes regiões do planeta começaram a ser transportadas e readaptadas provocando uma miscigenação somente possível pela interferência do homem e segundo suas conveniências.

Esta planetarização do homem, que na verdade é o domínio do DNA humano sobre os demais, mas sem se desconsiderar que todo este material genético teve uma origem comum nos primórdios da formação da vida na Terra, é um atestado que, neste momento, sendo o objeto e sujeito do processo evolutivo da biosfera, acentua sua (do homem) responsabilidade sobre o conhecimento científico, que não poderá colocar por terra todo o esforço natural de dotar uma criatura de um seleto conjunto de nucleotídeos, reunindo toda a informação genética desde a gênese até os dias atuais. Mais importante, ainda, é que esta dotação de conhecimento evolutivo impresso nos genes humanos deve se constituir em material básico para novas criações: a criação do homem do futuro.

Que fantástica responsabilidade a nossa! Somos a criatura mais complexa do planeta e ainda assim somos apenas o alicerce do que está por vir e nos utilizamos de periféricos eletrônicos para acelerar esta evolução, pior ainda, temos que ter o máximo de cuidado para não prejudicarmos toda esta obra de criação... de evolução... de futuro.

Por: Neiff Satte Alam.

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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Separação é um negócio?

Constata-se que os advogados de família, em geral, carecem da compreensão dos negócios de seu cliente como um todo e da análise dos aspectos familiares. Os descontentamentos e as frustrações do cliente em relação ao seu ex-marido/esposa, a necessidade do amparo psicológico e moral e a urgência em estabelecer os alimentos adequados à sobrevivência dos filhos têm suplantado a análise do patrimônio do casal de forma ampla e completa.


Em alguns casos, principalmente naqueles de maior litígio, efetivamente o ex-marido/esposa recebe pensionamento por um período sem que sua meação lhe seja entregue como deveria. Quem recebe, nunca recebe o que é seu. E quem paga, paga errado.

A socialite e modelo Ivana Trump, que foi casada com o bilionário Donald Trump, aconselha as mulheres que se separam a não ficarem tristes e, sim, a ficarem com “tudo”. Nas circunstâncias acima descritas, ninguém fica com sua parte. Anos de processo e de desgaste acabam transferindo o patrimônio do casal para o Estado por meio de custas infindáveis, de gastos com peritos judiciais. Os filhos até recebem porção dos bens, mas as partes perdem muito economicamente.

Nos homens, ainda é característico o comportamento de querer manter sob sua administração o patrimônio familiar, inclusive como forma de controle da ex- companheira. As mulheres, buscando ilusória indenização pela perda da juventude, tentam amealhar ao máximo. E os advogados acabam pressionados pelo desespero de seus clientes.

Tal paradigma já deveria ter sido alterado com a independência financeira das mulheres. Não o foi, infelizmente, em parte em razão da cultura machista na qual se vive. Aos advogados, entretanto, há um papel maior a ser exercido. Qualquer separação, divórcio etc implica em conhecer, verdadeiramente, a realidade patrimonial do casal e o domínio de ferramentas como as disponíveis no direito empresarial, notarial e registral, de forma a prestar uma sólida garantia de preservação da situação econômica das partes.

Significa não permitir que o ressentimento resulte em prejuízo e habilitar o seu mandatário a diferenciar as questões emocionais das patrimoniais. É fazê-los compreender que se o casamento é um contrato a separação é um distrato que não pode, em momento algum, resultar em prejuízo maior aos envolvidos.

É preciso ter habilidade para minorar o prejuízo causado pelo encerramento da convivência marital, resguardando os interesses dos menores envolvidos e os anseios do cliente, inclusive impedindo que se prejudiquem financeiramente em longas e infrutíferas contendas e salvaguardando os negócios da família.

Por: Isabel Cochlar.

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Confessando...

Um peregrino, a caminho de Fátima, pernoita na casa de uma viúva deslumbrante.

No meio da noite, a viúva o procura, toda nua!
Ele, com medo de pecar, foge e vai confessar-se.
 O padre diz-lhe: - Volte para casa e coma 5 kg de CAPIM.
 - Sr. Padre, eu não sou um cavalo!
- Mas é burro!
- Primeiro deveria ter comido a viúva e depois vindo confessar! - Entendeu?

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Por que caímos? Para ficarmos em pé novamente!

Muitas pessoas tem medo das palavras cair, perder, fracassar... Admitir um fracasso, uma perda, uma queda, é assumir que você errou, falhou em algum momento, e que para reverter este jogo será necessário olhar-se de frente e ver quando e porque esse fracasso aconteceu. E a maioria dos seres humanos não admite a ideia de não obter êxito - seja no âmbito profissional ou pessoal.

Mas o que não enxergamos é que o fracasso não é totalmente ruim, tudo depende de como o encaramos. Ele pode ser uma benção, se o analisarmos como uma nova forma de fazer o que não deu certo na primeira tentativa, ou uma maldição, que nos trás até um sentimento de inferioridade.

Como tudo em nossa vida, precisamos escolher qual papel iremos interpretar - o de vencedores ou perdedores da nossa própria história. O fracasso é uma derrota temporária que nos permite medir nossas fraquezas, além de nos dar a oportunidade de corrigi-las para atingirmos nossos reais objetivos.

Precisamos entender que o fracasso tem seus benefícios, ele abre novas portas, cria novas oportunidades, nos possibilita novas descobertas e cura a nossa vaidade, que muitas vezes nos deixa cegos e prepotentes diante das demais pessoas e situações.

Reagir de forma positiva às adversidades do dia a dia já é uma forma de reverter as frustrações e não dar chance para que nossas fraquezas se fortaleçam. O fracasso gera em nós uma reação que deverá se transformar em ação, ou seja, criar uma oportunidade de recomeçar, de fazer diferente e entender que as frustrações fazem parte do nosso crescimento.

 Precisamos entender que cada fracasso nos ensina o que precisamos aprender naquele momento, e também que precisamos ter coragem para assumi-lo. Devemos compreender que o sucesso geralmente nasce após esse fracasso, mas que para chegarmos a ele precisamos ter sabedoria e esperar o tempo certo para reverter uma frustração.

Não deixe que o desânimo, o medo ou o sentimento de derrota te atropele, te engesse, faça com que perca a força de vontade, a autoconfiança, a perseverança em conquistar seus objetivos e sonhos. É necessário buscarmos atitudes e transformá-las em ação, a fim de que nossa meta seja alcançada e que o sucesso venha até nós.

Os vencedores são persistentes e sabem que as derrotas fazem parte da vida. Eles nunca desistem, não se cansam de encontrar novas maneiras de realizar seus sonhos. Aquele que nunca errou não pode dizer que é um grande vencedor, porque os maiores ganhadores são aqueles que perderam muitas batalhas, mas nunca desistiram da guerra.

E por último, lembre-se sempre que precisamos direcionar nossa mente para que ela nos traga o sucesso, usando situações desvantajosas e tornando-as favoráveis para nós. Tudo depende de você e de seu modo de enxergar as perdas - tantos materiais como pessoais.

As perdas fazem parte da vitória, e se caímos, é para termos a chance de nos levantarmos novamente.

Por Renata Rissato.

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segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Como é difícil ser sincero

Quantas vezes nos deparamos com as verdades e mentiras que assistimos ou escutamos no nosso dia a dia? Alguns filósofos dizem que mentira e engano estão nos nossos genes, motores da nossa evolução.

A verdade em muitos momentos dói e arde. A vida vai nos ensinando a separá-las e afastá-las neste mundo globalizado, tão diversificado, com variedades de tipos humanos, com grandes e pequeníssimas pessoas.

Muitos se revelam numa linguagem corporal, tom de voz, ganham requintes bem pensados. Tivemos inúmeros exemplos na recente campanha dos candidatos no primeiro turno.

 Claro que nós adulamos e sorrimos diariamente com olhar inocente para manter uma boa conduta com o próximo. Como escreveu o jornalista Carpinejar: “A gente desconfia mais das verdades do que das mentiras. - e isso é um modo de inspirar novos enganos”.

Sempre quando pretendemos ser donos da verdade, de tudo, e de si mesmo, a impossibilidade nos alcança, ficamos restritos, acuados, impossibilitados. Sempre é difícil admitir culpas. Quando somos sinceros com palavras, gestos, apontando verdades e caminhos, somos taxados de conservadores, altivos, querendo produzir impressão.

No aspecto dual, entre a verdade e a mentira, temos a sinceridade, que garante a liberdade do indivíduo. “Os românticos no século 19, no Brasil, eram eufóricos por liberdade, como Machado de Assis que escreveu: ”A mentira muitas vezes é tão involuntária como a respiração”.

Também o português Fernando Pessoa numa das suas citações: ”Não sei quem sou que alma tenho. Quando falo com sinceridade não sei com que sinceridade falo“. Por fim, acredito que a mentira jamais procede da verdade, mas ser sincero, dizer o que pensa em todas as questões relativas à vida, é difícil.

Por: Por: Eduardo Stein Teixeira.

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domingo, 21 de outubro de 2012

Conexões em nossas vidas

Há diferentes tipos de conexões. Desde as elétricas até as que vêm diretamente da alma. Quando conhecemos uma pessoa estabelecemos ou não algum tipo de conexão. Quando lemos algo nos conectamos com o autor ou não. Existem conexões instantâneas e outras demoradas. Tudo na vida pode-se resumir em conexões. Até o DNA depende de como as conexões são feitas para estabelecer as características do ser humano.

Neste mundo que vivemos tudo depende se estamos ou não conectados, mas algumas pessoas pensam que o importante é estar conectada ao twitter, internet ou na rede social do momento, quando em verdade as conexões devem ser entre seres humanos.

Agora entramos num tema mais delicado, as interconexões entre nós, seres supostamente pensantes. Dizem os cientistas, que a maioria das nossas ações se deve a reações químicas e que na realidade não temos muito controle sobre elas. Uma epifania espiritual não seria produto de meditação e comunicação com o Ser Superior, mas uma consequência de nosso cérebro ter produzido ou liberado determinado componente químico.

 Uma atração sexual que leve ao orgasmo não seria nada mais do que o resultado de uma explosão de determinada substância no nosso organismo.

O prazer que obtemos quando lemos uma obra de William Shakespeare ou Miguel de Cervantes depende de nossa capacidade de produzir certa combinação química que produz efeitos de prazer intelectuais.

A solução então é usar drogas (legais ou ilegais) para produzir as sensações de prazer e satisfação que, aparentemente, os integrantes de nossa sociedade hão deixado de produzir?

 Desta forma compensamos o que os seres humanos são incapazes de produzir naturalmente? Ritalina em lugar de limites? Cocaína em lugar de autoconfiança? Que substância química poderá substituir o prazer de fazer o amor com a pessoa amada física, espiritual e intelectualmente?

 Que droga conseguirá descobrir o outro na sua essência quando se despe ante o mundo através da sua escrita? Que pó mágico terá a cara de pau de pretender substituir o sentimento de uma mãe quando pega o filho no colo?

No mundo as pessoas podem conectar-se de várias formas, mas poucas podem fazê-lo totalmente até fundir-se uma na outra e se transformarem num novo ser. O primeiro passo é realmente fazer a conexão entre os diferentes habitantes que há dentro de nós mesmos: nossa mente, nosso espírito, nossas emoções, nossa parte física e nossa alma.

Quando nossas conexões internas deixem de existir porque se transformaram num todo único, aí é quando podemos estabelecer relações com outro ser igual. Internet, twitter e redes sociais são substitutas das reais conexões entre seres humanos.

São meros acessórios que bem usados ajudam, mas quando tentam substituir as verdadeiras conexões se transformam em simples drogas.

 Este artigo foi inspirado no que escreveu a filha de um amigo, no seu blog. Quando li o texto desta jovem escritora, percebi alguém que está estabelecendo as verdadeiras conexões do seu eu. Quem esteja interessado pode acessar: http://refantasiar.blogspot.com.br/2012/10/as-vezes-eu-penso.html

Boa reflexão.

Por: Ricardo Irigoyen

sábado, 20 de outubro de 2012

Bula para cigarro!

Devido às preocupantes consequências do tabagismo para a saúde pública, por óbvio, o cigarro está com seus dias contados. É necessário acelerar este tão esperado benefício para o bem comum. Sugerimos que junto às carteiras de cigarro seja oferecida uma bula. O que, por consequente, dispensaria a propaganda do cigarro.



Uma bula elaborada com letras bem legíveis, fonte graúda e papel reciclado. Seria assim:


Apresentação

- São vendidos em pacotes denominados maço com 20 cigarros. Cada cigarro mede nove cm de comprimento, sua forma cilíndrica tem oito mm, conhecido vulgarmente em alguns locais por "bastão cancerígeno".


Informações ao cliente/dependente

- Benefício: não existe! Vide o item atenção.


Composição

- O cigarro é um produto composto por mais de 4.700 substâncias. Destas, ao menos 250 são comprovadamente tóxicas e 50 são cancerígenas.


Modo de usar

Não use.

- Em caso de dúvida procure orientação com profissional da área da Saúde.


Mecanismo de ação

- As substâncias presentes na composição do cigarro agem no sistema nervoso central desenvolvendo dependência física, psíquica, comportamental e física.


Contraindicações

- Este produto é totalmente contraindicado para consumo.

Siga a orientação de seu médico, não use este produto ele faz muito mal para sua saúde.



Reações adversas

- As reações são de intensa diversidade. Vão desde mau cheiro, ao mau cheiro e câncer e ao mau cheiro e morte.

Atenção: este produto, segundo indicações de pesquisas elaboradas pela própria indústria que o produz, não apresenta, comprovadamente, níveis de segurança para uso.

Efeitos colaterais

- O cigarro é um produto que induz ao aparecimento de mais de 50 doenças. Doenças graves, crônicas e incapacitantes. Causa câncer, levando à morte, inclusive de pessoas que não o utilizam.


Cuidados de conservação

- Não existe razão alguma que justifique a conservação de um produto com estas características.

Interações

- Devido a sua composição química tóxica, este produto, altera, dificulta e culmina com anulação completa do efeito de todo e qualquer medicamento utilizado pelo usuário.

Custo-benefício

- Vide efeitos colaterais.

- O tabaco causa dependência e, só no século 20, exterminou com 100 milhões de pessoas.

- Dados da OMS referem que morrem cerca de 600 mil não fumantes no mundo devido ao tabagismo passivo.

Precauções

- Mantenha fora do alcance das crianças, jovens, adolescentes, adultos e de quem quer que seja.


Advertência

Ao sentir vontade de fumar, veja: modo de usar.

Se não desaparecer este sintoma, procure orientação de um profissional da área da Saúde ou Disque Saúde 136.

Por: Roni Quevedo.

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terça-feira, 16 de outubro de 2012

Quando o tema é o amor...

Sem bravatas, mas certamente com acerada vocação exegética, a mulher é especialista na arte de falar de amor. Matinas, vespertinas ou noturnas, há belas, meigas, grisalhas ou cafuzas, melancólicas ou feias falando de amor. Ou nele cogitando. Moças ou anosas, magrelas ou gorduchas, em pecado ou pudicícia, em todas as latitudes, plagas e ambiências, a mulher está sempre a falar e a florar de amor.

Falando de amor, mulher nenhuma é feia ou desairosa.

 Duendes do mistério tangem de quimera e esperança o universo interior da mulher que sonha e fala de amor. E falar de amor, para outrem ou a si mesma, salva. No mínimo, resgata! Falar de amor é amar o amor consentido. É inserir-se na atemporalidade. Falar de amor é ingressar no tempo e no templo dos deuses. É a flor-e-flarar doçuras, propósitos e devaneios.

Na mulher de flora-flara de amor habitam potestades etéreas: anjos e arcanjos. Mais que eles, demônios angélicos, obreiros ocultos de porções obrigatórias ao composto de sortilégio e nobreza que é o amor. A mulher que fala, flora ou flara de amor não é somente um ente solitário que narra singularidades episódicas da vida. É mais. É um ser de natureza, na graça sempiterna da procriação.

Sua história exclusiva é apenas a evasiva de seu ingresso na harmonia do amor cósmico, na ordem enigmática do passadio da vida. Por esse motivo, acodem entidades secretas - fadas, ninfas e dríades - para celebrar e tornar prazenteira a tarefa de amar, amorfoseando-lhe o ato de confidenciar(se), auscultar(se), perquirir(se), saber(se), ratificar e desvelar o que lhe vai n'alma, na deliciosa embriaguez do amor partilhado. Quiçá do amor secreto. Talvez de um amor puro e não retribuído.

 Mulheres acumpliciadas, contando a baboseira adorável de um mero vocábulo ou de uma simples oração, o presságio manifesto do sim ou o vaticínio recôndito do não, as amarguras de cada lágrima ou as agonias doridas da incerteza, são a natureza em revérbero e vida.

Mulheres falando de amor - ou mulheres silentes, em insondável tagarelice com o seu ego - não são apenas seres humanos absortos em casos singulares. São a vida em processo, a eternidade em vir-a-ser e gestação. Seres veneráveis, pois falar de amor é de certa forma provê-lo. É insuflar a seiva que o nutre enquanto o consome. Feliz é o homem que já, agorinha, neste átimo de tempo - ainda que sob a impertinência do céu plúmbeo de primavera! - é lembrado por alguma mulher em qualquer escaninho do enigmático planeta terráqueo! Feliz até mesmo o homem que é ultrajado por amor ou execrado, em prantos, à cause d'amour!

Enquanto houver mulheres alegres ou tristes - coléricas e vulpinas são excluídas; elas não combinam com poesia! - falando, florando, fluindo ou influindo amor, o gênero humano ainda poderá vislumbrar na fímbria do horizonte uma sutil réstia de esperança.

 Como o queria o estro poético de Lamartine: Aimons-donc! Aimons-donc! De l´heure fugitive...

 Por: Sergio Cruz Lima.

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segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Sobre Deus e maçãs

Vejo Deus com certa frequência. Há alguns anos reparei que ele gosta de chegar pela manhã, ali entre nove e meia e dez e 15, nos dias de sol. Não é dado a cerimônias, como as bocas ortodoxas insistem em sustentar. Estou convencida de que fazem dele um péssimo juízo e isso, no final das contas, atrapalha a todos nós, que temos obsessão por referências estáveis. Seria melhor, mais eficiente e decente se rezássemos diante de pilares de concreto, se o que nos interessa são crenças vagas e arremedos de espiritualidade. A questão da ilusão, aliás, é um tema recorrente em nossas conversas. Refaço sempre a pergunta sobre fé: o que tu ganhas com isso? Ele usa uma mesma reação, olha para a janela, sorri, então me olha de novo e convida a dividir uma maçã. Não gosto de maçãs, mas procuro tê-las em casa por dois motivos: por ele e pela minha úlcera. Costumo brincar que o estímulo divino mantém minha saúde gástrica: vai tudo bem, graças a Deus! Não fosse pela lembrança dele, meu estômago murcharia tanto quanto a fruta esquecida na geladeira. Sim, ele prefere suas maçãs geladas. Acho até charmoso Deus assim, sentado no chão, as costas escoradas no sofá, uma faca a retirar a casca, partir a polpa ao meio e aparar as sementes antes de levar à boca nacos miúdos de maçã. O cara não tem pressa. Fica horas ali, comendo e falando e me ouvindo. Muitas vezes a fruta escurece na mão dele enquanto aguarda que eu fale alguma coisa útil. Coitado. Mas o homem vem porque quer. Nunca convidei. Percebi que quando chove ou venta, ou quando chove e venta, ele não aparece. Coincidência ou não, nesses dias é quando me vejo mais agoniada. Já falamos sobre isso também. De agonias. Não imaginava que Deus tivesse palpitações, que sentisse a garganta fechando, que sua cabeça latejasse de preocupação ou ansiedade, que tivesse herpes ou aftas de aflição. Segundo ele, acontece seguidamente. São mazelas humanas, fiz gracinha. Não retrucou. Sacudiu a cabeça, apenas, e manteve-se em silêncio. Da última vez que veio, coloquei meu CD do Gil naquela música “Se eu quiser falar com Deus”, certa de que estava surpreendendo. Pelo visto não agradei. A expressão do rosto de Deus mudou de um jeito. A pele da testa fez três vincos na horizontal e tudo nele de repente ficou meio transparente. Disse que era a minha vez de ouvir. Tudo bem, consenti, e fui me acomodando ao lado dele no chão da sala. Grave, curto e grosso, confessou não ser quem eu pensava: de Deus não tenho nada, querida. Estatelei, perdi a reação, as pontas dos meus dedos roxos de susto. Eu estava encostada em Deus, perna com perna, como assim, não era ele? Não sou. Venho e permaneço até que te distraias e não lembres mais de te ferir com a faca das maçãs. Se nosso papo é bom, te fortaleces o suficiente até os próximos dias ensolarados e estás a salvo de ti. Deus de verdade tem um poder sem fim. Eu nem sei evitar temporais. Dependo do tempo aberto para cruzar a tua janela. Entendi tudo. Desde então chuvisca todas as manhãs até perto do meio-dia.

 Por: Andréia Alves Pires.

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sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Tem é que botar ordem...

Sempre achei que o problema das pessoas que circulam em seus automóveis com o som do rádio a todo volume não é o barulho, mas o mau gosto. E convenhamos, mau gosto musical não dá para aceitar de braços cruzados. Os ouvidos reclamam, aquela veia ao lado da testa lateja e os olhos ficam apertados. Por isso, o Poder Público deveria ter um grupo especial, com autoridade na área sonora, responsável por fazer blitze nas ruas. Gente com austeridade policial e sutileza decibélica. Bastiões dos tímpanos.
 - Encosta aí, encosta aí.
 - Aqui estão os documentos do carro e minha CNH, seu guarda. Tá tudo certo. IPVA em dia.
 - Não quero isso. Cadê o pen-drive?
- Como?
- O pen-drive do teu rádio. Passa logo. Somos do EAG. - EAG? -Nunca ouvi falar.
- Esquadrão Antifalta de Gosto. Nosso trabalho é novo, quase secreto. Deixa eu ver o que tu carrega nesse pen-drive. Humm... Sabia. Sai do carro agora.
- Mas, o que foi que eu fiz?
 - Ô rapaz, tu tá de brincadeira comigo. Isso aqui tá cheio de droga. Como é que tu explica isso?
 - Mas, que droga, seu guarda. Isso é um pen-drive.
 - É, e o que tem dentro desse pen-drive?
 - Minhas músicas preferidas, ué.
 - E tu chama isso de música? Pancadão, funk, sertanejo universitário, axé music. Isso não é música rapaz, principalmente pra ficar a todo volume no rádio do carro e circulando por aí.
 Isso é caso de polícia. Tu tá muito encrencado. Nós vamos ter que conversar.

Por: Jarbas Tomaschewski.

O Brasil precisa aprender a envelhecer

Muito antes do que imaginávamos o Brasil está se tornando um país com população velha. Hoje contamos com 20 milhões de idosos, o que representa 12% da população total. Estima-se que em 2050 este número atinja 65 milhões de pessoas, o equivalente a 30% da população nacional. Consideram-se idosas as pessoas com mais de 60 anos.

São mudanças extremamente rápidas, que em outros países, chamados desenvolvidos, levaram mais de um século para acontecer, e que no Brasil devem ocorrer em pouco mais de 40 anos, demandando dos governos e do conjunto da sociedade medidas estruturais para acolher este aumento da população idosa que se avizinha.

Mudanças também na forma de encarar a velhice, que hoje não é mais sinônimo de incapacidade produtiva, doenças e falta de perspectivas, mas sim de inúmeras possibilidades e oportunidades no mercado de trabalho e no lazer.

O fantástico avanço da medicina, embora ainda não acessível a todos, torna possível chegar à terceira idade gozando de ótima saúde e de qualidade de vida. Claro que não podemos ser hipócritas de acreditar que o mercado de trabalho, num mundo capitalista, simplesmente resolveu abrir oportunidades para as pessoas com idade mais avançada.

Se dependesse dos setores de recursos humanos da maioria das empresas ou dos próprios recrutadores de mão de obra se continuaria contratando pessoas jovens, com até 50 anos, e olhe lá. Então, o que está mudando?

A população jovem disponível no mercado esta se reduzindo. A maioria dos mais moços com condições financeiras um pouco melhor, está saindo da faculdade e partindo para a realização de mestrados e doutorados para só então ingressarem no mercado de trabalho.

Como os setores produtivos não podem parar se veem obrigados a recrutar pessoas mais velhas e estão se surpreendendo com os resultados positivos em termos de produção e de produtividade. A parcela com mais de 60 anos, embora represente 12% da população, responde por 20% do poder de compra do País e por 11% da população em idade ativa, sendo que mais 70% têm autonomia financeira.

 Esta realidade chegou também ao campo, cujos estabelecimentos em sua maioria estão sendo tocados por pessoas com idade mais avançada, já que a juventude está debandando do meio rural em direção às cidades.

 A aposentadoria rural, conquistada em 1988, tem se constituído numa importante política pública de fixação destas pessoas no processo produtivo rural. O Brasil precisa se preparar com rapidez para este novo quadro que se avizinha, em especial no campo da previdência social, para garantir a aposentadoria desse contingente de pessoas.

 Solução esta que não deve passar apenas pela visão simplista de aumentar o limite de idade para concessão de benefícios.

 Envelhecer é parte da vida de todos os seres vivos, mas envelhecer com qualidade de vida é uma construção que só os seres humanos são capazes de construir.

Por: Heitor Schuch.

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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Muita areia para o caminhãozinho


Sem a pretensão de desmerecer ou subestimar a quem quer que seja, mas para clarear melhor nossa visão, exponho o que sei e o que ocorre com muitas pessoas. 

Quando eu era garoto e entregava jornal aos assinantes, rodando a cidade numa bicicleta, devotava um respeito exagerado e muita admiração pelas pessoas importantes da localidade, tidas como “gênios”, “sumidade de doutores”, “um mestre inigualável”, consideração parecida com essa que os fãs legam aos seus ídolos, astros e estrelas de cinema e televisão.

 Então, se naquele tempo eu era original com as pessoas comuns, por outro lado, eu devotava uma admiração inexplicável e grande respeito aos “célebres” que chegava a me dar medo; mal entregava o jornal a esses donos de nomes pomposos e me retirava da sombra de sua importância. 

Mas o tempo rolou, tornei-me adulto, fui conhecendo pessoalmente as figuras importantes reverenciadas pelo povo e fui dando conta de que tudo aquilo que a gente pensava que essas sumidades fossem era apenas mais um pré-aviso para mais um aprendizado. Quando se procurava nelas todos aqueles talentos, aquela grandeza, os motivos que os tornaram tão especiais, não era absolutamente grandeza nenhuma, apenas as normais diferenças de pessoas para pessoas. 

 Mas não encontrei, em nenhum deles, nada de especial, que os diferenciassem dos outros. Se uns eram venerados, causando esnobismo aos humildes, até que podiam ter motivo para aquilo, porém, esse mérito era restrito apenas dentro de sua área profissional. Quando os conhecia pessoalmente, ao vivo e a cores, ao me tornar jovem adulto, foi então que achei graça do exagero sobre cada um deles. Percebi que as pessoas exacerbavam no equívoco. Não passavam daquilo que estudaram para ser, não superavam – digamos – sua oratória ou o seu saber jurídico ou o seu talento, fosse qual fosse. 

Mas não eram polivalentes nem merecedores de tão esmerado tratamento que se deviam dispensar às demais pessoas. Vejo, hoje, que ainda existem pessoas assim, que tratam autoridade com tal deslumbramento que a gente – que a conhece – sabe tratar-se de um nome célebre, mas pobre de cérebro; famoso, mas não por suas qualidades, mas pelo medo que passam devido a crimes e deslizes cometidos; bajulado, mas não por ser popular, e sim por ser rico ou, enfim, aclamado, não pelos seus atos humanitários, porém, pelos gols que sabem fazer na seleção canarinho.

 Claro que há os que são aclamados e queridos pelos seus méritos e talentos descomunais, que não ficaram restritos só a sua área de atuação. Sem ter eu que me esforçar para lembrar alguns célebres desse calibre, nem piscar para grifar, aqui, pessoas como Darcy Ribeiro, Juscelino Kubitschek de Oliveira, Oscar Niemayer, Antônio Francisco Lisboa, Irmã Dulce, Tereza de Calcutá, Chico Xavier, Castro Alves (que, aos treze anos, compôs o Navio Negreiro), Vitor Hugo, Amadeus Wolfgang Mozart e uma infinidade deles. 

Estes até hoje causam espanto, além de Steve Job e Bill Gates, que, segundo me disseram, não tiveram curso superior, mas nem por isso ficaram impedidos de serem tão úteis à humanidade e aclamados pelo povo, como merecem.

 Nem todos aqueles que são ovacionados pela maioria são fora do comum. São pessoas normais e simples como nós mesmos. A dimensão que vemos nele é o tamanho da nossa ignorância relativamente ao próximo. 

É hábito nosso querer botar areia demais sem medirmos o tamanho do nosso caminhãozinho, quando toda essa carga caberia na palma da mão. 

Por: Iron Junqueira.

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terça-feira, 9 de outubro de 2012

Da maconha à esquizofrenia


Cada vez mais, o impacto do consumo da maconha na saúde pública vem ganhando atenção por parte dos pesquisadores e autoridades. Até hoje seu uso é visto por muitos como recreativo, o que é perigoso.

 Deve-se ter muita cautela ao discutir o consumo dessa planta, que provoca danos psicológicos como a progressão potencial para outras drogas, dependência, prejuízos no processamento de informações, transtornos de ansiedade e psicose. Delírio, alucinações, depressão e perda da capacidade de raciocínio são os sintomas mais comuns da esquizofrenia, muito semelhante às sensações proporcionadas pelo uso da maconha. Tida pelo Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV) como um transtorno psíquico severo, a doença caracteriza-se principalmente pela alteração no contato com a realidade (psicose) e se manifesta habitualmente na faixa etária entre 15 e 35 anos.

E, de acordo com estudos da OMS, atinge 1% da população mundial. Cerca de 7% da população brasileira já experimentou maconha na vida, o que representa aproximadamente oito milhões de pessoas, segundo Dados do II Levantamento Nacional de Álcool e Drogas feito pela unidade de pesquisa em Álcool e Drogas (UNIAD) da Universidade Federal de São Paulo.

Pessoas com predisposição genética para a esquizofrenia são mais suscetíveis à influência da maconha. Seu consumo é capaz de intensificar os sintomas psicóticos desse transtorno, intensifica o reaparecimento de crises e piorar a evolução da doença.

O uso precoce de maconha, especialmente durante a adolescência, é um fator de risco de quadros psicóticos. A dose e a duração do uso podem aumentar o risco de transtornos mentais.

Entre estes o pânico, a depressão maior e quadros esquizofreniformes. É preciso precaução quando se considera a maconha menos perigosa do que outras drogas, ainda mais quando os efeitos relacionados ao seu consumo, tais como a psicose, vêm sendo diagnosticados cada vez mais entre seus usuários.

Por: Dra. Larriany Giglio.

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sábado, 6 de outubro de 2012

Nossas exigências e insatisfações...

Vivemos em um ritmo cada vez mais frenético em relação ao tempo e às exigências que fazemos para que tudo seja realizado e conquistado no menor intervalo possível. Tudo isto para, teoricamente, desfrutar de um bem estar adquirido ao final de cada tarefa em que nos colocamos. Satisfação esta que não tem nenhuma garantia de acontecer.

 Ter disciplina, organização e cuidados valem muito a pena e são bem importantes para conduzirmos nosso cotidiano de maneira prudente e sadia. Mas precisamos levar em conta que estes cuidados são diferentes das exigências de que a vida aconteça de forma cada vez mais automática esperando dela respostas prontas e sempre de acordo com o que determinamos previamente.

Assim, muitas vezes, em vez de criar uma flexibilidade em lidar com a imprevisibilidade dos processos do viver pode-se caminhar no sentido de criar cobranças mais rígidas que levam a um círculo vicioso do querer sempre mais e melhor, a qualquer custo. Mas não é normal querer sempre mais e melhor? Nem sempre, pois é aí que a porca torce o rabo.

 O grau de insatisfação gerado por este tipo de pensamento e conduta acaba por nos escravizar diante de nossas escolhas ao invés de nos deparamos com um rol de possibilidades necessárias para flexibilizar e ser mais criativo na forma de viver. A cobrança de que tudo aconteça como queremos nos tira o imprevisto da vida e muitas vezes a graça e a inevitável singularidade que ela tem.

O consumo, por exemplo, possui um funcionamento subjetivo com uma lógica bem clara para se dar conta disto. Quanto mais se tem, mais se quer.

A satisfação que deveria aparecer com as aquisições necessárias nem sempre se mostra no fim do túnel. Não compramos o que precisamos, mas qualquer coisa que queremos. Inclusive aquilo que não está mais ao alcance financeiro, deixando rastros de dívidas e sofrimentos.

Parece que é daí mesmo que o buraco existencial se distende e precisa ser preenchido com uma nova compra, novos objetos, sejam eles uma roupa, um celular, um carro, uma programação de entretenimento,... Ou seja, tudo passa a ser devorado, deglutido, abatido, usado sem tirar daquela experiência o que é realmente importante como algo que faça sentido, mas aquilo que já está programado, que está publicizado, propagandeado.

 Assim, contribuímos com nossa própria massificação. Esta que nos torna mais um número em série e que impede a vida de ser mais libertadora, autônoma e saudável.

Por Patrícia Spindler.

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A força das ideias

As grandes ideias, nascidas do cérebro privilegiado de grandes filósofos e pensadores, de nada valeriam se não fossem colocadas em prática.

Os governantes, quando políticos responsáveis e coerentes, deverão se valer destes intelectuais, pois deverá sempre haver um conhecimento solidamente construído para que se desenvolvam políticas adequadas aos anseios do povo.

Posicionamentos como o de que “...a finalidade de nossa escola ensinar a repensar o pensamento, a ‘des-saber’ o sabido e a duvidar de sua própria dúvida; esta é a única maneira de começar a acreditar em alguma coisa”, de Juan de Mairena, pode, ser a força motriz para que se trilhe caminhos seguros de liberdade e democracia, por consequência.

Nossos estudantes só aprenderão se não acumularem informações sem a necessária compreensão e se colocarmos em seus cérebros a semente da incerteza e do aprender pelos erros e dúvidas e não pela conveniência de regras dogmáticas como se tudo fossem axiomas, prontos para o consumo e sem discussão ou contestação: “mais vale uma cabeça bem-feita do que uma cabeça cheia”, disse Montaigne quando o Brasil estava sendo descoberto, no início do século 16.

 Quais nossas necessidades no mundo das relações entre as ideias e os fatos? Talvez em um primeiro momento seja o de valorizar a educação como prioridade das prioridades e fornecer condições de acesso a uma educação qualificada para todas as pessoas, indistintamente e sem ignorar a frase de E. Morin: "As ideias são mais teimosas e os fatos quebram-se contra elas com mais frequência do que elas se quebram contra eles”.

Aí estão algumas ideias que poderão romper com práticas antiquadas e que não consideram importante democratizar o conhecimento, disponibilizar uma educação em que a construção do conhecimento seja viabilizada e que se permita, então, formar homens e mulheres em condições de enfrentar as adversidades e desigualdades impostas pela vida.

Romper com tudo isto que emperra o desenvolvimento através de uma revolução na educação precedida de uma revolução do pensamento, vencendo a barreira da linearidade que vem se impondo por séculos; qualificar os profissionais da educação, dando-lhes condições dignas de vida; disponibilizar recursos em quantidade e qualidade suficientes e que cheguem até as escolas; criar políticas públicas centradas no homem e no conhecimento; cuidar muito especialmente das crianças, cujos cérebros são os portadores de uma enorme capacidade de imaginação e criatividade, são os caminhos seguros para que as ideias sejam a força motriz do desenvolvimento da espécie humana em um planeta mais seguro e renovado.

 Por: Neiff Satte Alam.

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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Pessoas felizes são mais produtivas

Na essência, os seres humanos são muito parecidos e na sua interioridade todos são maravilhosos. Não importa a cor, a cultura, a idade, o sexo ou a renda, todos fazem o seu melhor para serem felizes e bem-sucedidos.

 A diferença é que também temos diferenças de conhecimentos, percepções, expectativas, ciclo de vida e experiências, e por estas e outras razões, a felicidade e o sucesso significam diferentes coisas para diferentes pessoas. Na ânsia por atingir nossos objetivos, com frequência complicamos por de mais a existência, vivendo muitas vezes em gaiolas mentais, presos ao passado ou ao futuro. Poucos vivem o aqui e o agora!

Especialistas ousam afirmar que 75% das pessoas são propensas à depressão e potenciais clientes do prozac (antidepressivo), por viverem grande parte de seu tempo presas aos acontecimentos passados. Já 20% das pessoas tendem a ser ansiosas, por serem reféns do futuro que ainda não chegou.

Somente 5% das pessoas vivem um minuto de cada vez e o presente é o único momento que é possível viver. Não há como fazer o passado retornar, ele valeu pela experiência que nos deixou e o futuro é probabilístico, só Deus sabe. Nesta viagem, chamada vida, em muitos momentos chegamos às raias do ridículo. Corremos numa roda parada feito hamsters, fazendo um esforço descomunal, sem, contudo sair do lugar.

A felicidade nos alcança mais facilmente quando paramos de correr atrás dela. Por gerações fomos educados, ou melhor, deseducados, com conceitos anti-vida, por exemplo: “é preciso fazer a guerra para alcançar a paz”. A mídia martelou o tempo todo nas nossas cabeças, que para ser, precisamos ter. Pela repetição a que fomos expostos, nós acreditamos. Por isso, mais e mais nos encontramos correndo em busca de uma felicidade condicional, que depende de coisas.

Quanto mais buscamos a felicidade, mais distante dela nos encontramos. A sociedade clama por líderes. Por toda parte vemos a falta de liderança e não é de se admirar esta carência. A alma humana está doente. Estamos rodeados de pessoas descentradas e desfocadas, e neste contexto é quase impossível exercer influência positiva sobre elas, motivá-las e formar equipes. Mais do que conhecimentos e recursos financeiros, as empresas precisam de pessoas competitivas para alcançar os seus objetivos.

 Pessoas competitivas são pessoas felizes, que sabem fazer e dão o seu melhor. Grande parte das encrencas no mundo deve-se à inversão de valores. Principalmente as gerações nascidas após 1990 foram induzidas a conjugar os verbos da alta performance na ordem inversa – ter, ser e, de preferência, não precisar fazer. Seguir atalhos na vida é muito perigoso.

O caminho da sabedoria é ser, para depois fazer e como resultado ter. Com frequência, somos nós que criamos nossos problemas. Se você quer viver uma vida abundante, primeiro mude e amplie sua visão. Decida agora desfrutar mais da vida. Não espere para ser feliz. A vida é para ser vivida e não para ser pensada. É tão simples assim, nós é que complicamos as coisas. Você é tão feliz quanto acredita ser.

 Por: Soeli de Oliveira.

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