A complexidade do
século XXI exige uma nova avaliação do desenvolvimento humano e social
Nos últimos
anos surgiram novos índices com uma abordagem mais ampla do que a simples
avaliação do PIB per capita da dimensão econômica do desenvolvimento.
Há muito
tempo, segundo analistas, a produção econômica não é mais um indicador adequado
para medir o progresso das nações.
Um dos primeiros indicadores de avaliação de
progresso, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU, foi elaborado em 1990
e analisa dados referentes à renda, à educação e à expectativa de vida para
classificar os países de acordo com seu grau de desenvolvimento humano.
Mas nos
últimos anos surgiram novos índices com uma abordagem mais ampla do que a
simples avaliação do PIB per capita da dimensão econômica do desenvolvimento.
Um deles, o
Índice de Progresso Social (IPS), publicado pela organização sem fins
lucrativos americana Social Progress Imperative, exclui o PIB em sua análise e
concentra-se na avaliação de 53 indicadores sociais e ambientais divididos em
três áreas: necessidades humanas básicas, fundamentos do bem-estar social e
oportunidades.
O último
índice, publicado em 28 de junho, mostrou algumas surpresas em seu ranking. Os
países nórdicos, a Europa Ocidental, o Canadá e a Austrália destacaram-se na
pontuação referente à satisfação das necessidades básicas dos cidadãos como
moradia, água e saneamento, saúde e bem-estar, segurança, acesso à internet,
tolerância e inclusão social, e acesso à educação superior.
Os Estados Unidos
foram classificados em 19º lugar no ranking devido às deficiências no âmbito da
segurança pessoal, saúde e qualidade
ambiental.
Os países africanos e as nações com conflitos internos, como o
Iêmen, tiveram o pior desempenho na avaliação do índice.
Como o gráfico mostra, os países mais desenvolvidos têm um nível maior de progresso social.
Mas esse progresso não é linear e existem exceções importantes. Os ganhos no progresso social
diminuem em países com uma renda média.
Por sua vez, esses progressos encontram
obstáculos em países ricos, que enfrentam problemas como obesidade.
As nações
acima da linha de pontuação do índice têm uma capacidade maior de prestação de
serviços e de estímulo à tolerância e à igualdade social proporcional à sua
renda. Mas como a linha mostra na relação estatística entre o PIB e a pontuação
do IPS, há uma distorção referente à riqueza dos países do Golfo Pérsico.
Os
autores do índice também compararam o desempenho de um país com 15 países com
um PIB semelhante. Nessa avaliação 19 países destacaram-se, entre eles Costa
Rica (mais uma vez) e Uruguai. Os países latino-americanos que se esforçaram
para criar instituições democráticas que respeitam os direitos humanos
contribuíram muito para o desenvolvimento da região.
Os países ricos em petróleo como a Arábia Saudita,
Catar e os Emirados Árabes Unidos são os piores entre as 35 nações com um
desempenho fraco, bem abaixo da média em razão das culturas fechadas e
repressoras, intolerância religiosa e falta de liberdade pessoal.
Os Estados
Unidos têm um desempenho fraco de cerca de cinco pontos entre a Venezuela e o
Egito. O PIB da Bulgária tem um nível semelhante ao da Tailândia, mas a
contribuição financeira da União Europeia elevou sua posição.
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