sábado, 8 de setembro de 2012

Ainda somos os mesmos...



Nem a mais avançada das tecnologias vai fazer mudar a rotina, onde a humanidade age da mesma forma e mantém os mesmos comportamentos, geração após geração

A música eternizada na voz de Elis Regina continua muito atual em sua mensagem, afinal ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais. O ser humano é curioso e ávido por novidades, mas costuma repetir comportamentos, num ciclo permanente que se renova e volta às origens.
As redes sociais são um bom exemplo disso. Nascem, crescem, atingem milhões de usuários e caem em desuso. O Orkut se tornou ultrapassado e foi substituído na preferência pelo Facebook, apesar da semelhança entre ambos. Muda a doença, mas a febre é a mesma.

A principal função das redes sociais é ampliar as relações, virtuais, diga-se de passagem, num ambiente onde na ânsia de mostrar qualidades de suas personalidades as pessoas compartilham ideais sem saber em que exército estão lutando. Ficou tão fútil repassar mensagens que a maioria parece ter criado o hábito de deixar de raciocinar.

O que se vê são pessoas retransmitindo ideias que não são suas, sem ao menos analisar o que estão curtindo ou compartilhando. Se olharmos apenas pelas redes sociais imaginamos que nosso país tem milhões de pessoas preocupadas com as desigualdades sociais, com a corrupção, com a miséria, com os animais, etc...

Uma prova desse tipo de comportamento é o twitter, um sistema no qual para manter os seguidores, o dono da conta precisa municiar seu perfil com textos curtos. E esse foi o problema do twitter, obrigar o usuário a ler uma lista de cumprimentos de todas as pessoas que você segue e precisar garimpar algo mais útil. Tanto é que desde alguns meses o uso dessa rede social está diminuindo, e deve ficar reduzida dentro de mais algum tempo, senão esquecida e ultrapassada.

Tudo porque, exceto os fãs de algum astro da música ou da TV, ninguém considera interessante a trivialidade dos outros. O problema do twitter é a pessoa ser obrigada a saber que seu seguido acordou, almoçou, foi dormir, está com febre, ou com diarréia.

Então o interesse diminui na medida em que as pessoas perceberam que ninguém tem algo interessante ou genial para falar o tempo todo, e que as vidas de seus ídolos e das outras pessoas, são tão ou mais medíocres que sua própria.

Fazem mais sucesso as redes sociais onde é possível vasculhar a vida alheia, e quem sabe, mostrar o melhor ângulo, tanto da sua imagem quando da sua personalidade, num ambiente onde estas podem ser maquiadas.


Da mesma forma, é mais simples compartilhar algo, às vezes, sem sentido, do que pensar por conta própria.

É onde a intenção não precisa ser transformada em ato, e onde nos revelamos como pessoas que têm consciência de que mundo consideramos ideal, mas onde o máximo de ação que tornamos efetiva é um click.

No fundo acredito que a participação nas redes sociais é um impulso natural do ser humano, de ampliar, nesse caso da forma mais fácil e prática, suas relações sociais.

Ocorre que o ser humano pode ser comparado a uma planta, cujos ramos se estendem e buscam novas experiências, novos contatos. Esses ramos crescem e secam, dando lugar a nova brotação.

Mas essa “planta” também tem raízes que precisam de um substrato para se fixar, e esse substrato é a vida real e diária, fertilizada pelas relações pessoais do nosso cotidiano com a família, colegas de trabalho ou de escola, com problemas, vivências e sonhos semelhantes. Um ambiente onde nos obrigamos a sermos nós mesmos, nos mostrando por completo e permitindo que os outros nos julguem pelas nossas legítimas qualidades e defeitos, sem censura a nossos piores ângulos.

É nesse mundo que nos revelamos, e onde podemos colocar em prática nossas ideologias, mas é também onde os ciclos se sucedem, e nem a mais avançada das tecnologias vai fazer mudar essa rotina, onde a humanidade age da mesma forma e mantém os mesmos comportamentos, geração após geração, pois no fundo ainda somos os mesmos, e a partir de algum momento, passamos a viver como nossos pais.

por: Ivanor Oliviecki.

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Um comentário:

  1. CONCORDO COM VOCÊ PLENAMENTE A TECNOLOGIA NÃO TEM FEITO MUITA COISA PELO SER HUMANO, E COMENTÁRIOS DENTRO DAS REDES SOCIAIS SÃO REALMENTE MUITO SEM SENTIDO, O SER HUMAN ESTÁ CARENTE REALMENTE DE RACIOCÍNIO E DE MOSTRAR REAL INTERESSE PELOS OUTROS, GOSTEI MUITO DO SEU BLOG E ESTOU TE LINKANDO AMIGO, SE PUDER ME LINKAR O MEU BLOG FICO AGRADECIDO, A CAIXA DO MEU BANNER ESTÁ EM MEU BLOG WWW.VARIEDADES1.COM, UM FORTE ABRAÇO E PARABÉNS PELO BLOG, É SHOW...

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