Conheça Seu Bento e a estratégia “diferente" que ele
adota para conseguir novos clientes.
Nas
minhas apresentações, eu costumava usar o exemplo do restaurante "Comeu,
Morreu - Especialidade: nenhuma" como um case de divulgação às avessas.
Não sabia onde ficava esse lugar, mas uma foto pela internet com a placa fez
com que sempre brincasse com o fato de: como alguém coloca esse nome em um
restaurante?
Quem em
sã consciência vai em um lugar que anuncia: caso você coma lá, você vai morrer?
Muita loucura, não acha?
Pois,
pelas minhas andanças por aí, conheci o lugar por acaso (em Pirangi-RN) e
também o seu dono. Seu Bento é paraibano e em uma conversa gostosa de quase
duas horas ganhou minha total admiração.
Se
mostrou um administrador nato, conhecedor de todos os processos que envolvem
seu negócio - da logística ao marketing apurado. Acabei tendo uma aula de
administração sobre escolhas de fornecedor, atendimento ao cliente,
precificação e as melhores formas de atrair clientes.
Uma vez
Seu Bento colocou uma placa gigante: "O pior açaí do Rio Grande do
Norte". Adivinha… Foi o período que mais vendeu açaí na história. O nome
do lugar “Comeu, Morreu” é justamente para ganhar o cliente pela curiosidade. E
a estratégia dá muito certo para ele. Os turistas que chegam querem tirar foto,
aproveitam para comer e ficam encantados.
Seu Bento disse que essa estratégia começou muito tempo atrás, quando tinha apenas um carrinho de pipoca que vendia em frente a uma escola. Para se diferenciar dos outros carrinhos fazia brincadeiras sobre quem comesse passaria mal e colocava defeitos em seu produto.
Seu Bento disse que essa estratégia começou muito tempo atrás, quando tinha apenas um carrinho de pipoca que vendia em frente a uma escola. Para se diferenciar dos outros carrinhos fazia brincadeiras sobre quem comesse passaria mal e colocava defeitos em seu produto.
Os negócios foram evoluindo, mas a
estratégia pregada no inusitado, em instigar a curiosidade de quem vê, sempre
foi sua característica. Hoje, o pequeno comerciante conseguiu trocar a pipoca,
emprega mais dez funcionários e seu ponto é conhecido na cidade, além de ter
fotos da sua fachada espalhadas pelo mundo.
O
restaurante Comeu, Morreu me lembrou, inclusive, de outro caso inusitado. No Bar e Petiscaria do Capelão, em Viçosa-MG, o Luizinho Capelão (dono)
utiliza um modo de tratamento bem “peculiar" com os seus clientes. Trata mal quem consome pouco, mostra como é a sua exagerada
margem de lucro e é avesso ao direito do consumidor.
O tratamento atípico
poderia espantar, mas pelo contrário, atrai. A página do Facebook do
estabelecimento atingiu a nota 4,8 de 5 estrelas. Nada mal mesmo.
É difícil
prever quais negócios poderiam adotar esse tipo de estratégia tão radical - até
mesmo quem estaria disposto a testar. Entretanto, uma coisa é certa: abusar da
criatividade, da curiosidade e ter argumentos inusitados vão atrair o público
para conhecer o seu produto ou serviço, seja qual seja o seguimento dele.
Eu comi
no restaurante em Pirangi, não morri e agora também super indico para quem for
na direção do Rio Grande do Norte. A comida é extremamente saborosa também, mas
o melhor, é o ótimo papo que o simpático dono do restaurante pode oferecer para
quem o visita. Parabéns, Seu Bento.
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