terça-feira, 1 de setembro de 2009

Gestos que valem mais que esmolas

Assistência Social: (Semcas) lança hoje uma campanha que visa o desestímulo à prática da esmola e enaltece o voluntariado

Repensar o gesto da esmola é um dos objetivos de uma campanha que será lançada hoje em Passo Fundo. Com o nome Gestos que Valem Mais que Esmolas, a Semcas (Secretaria de Cidadania e Assistência Social) dará início a uma campanha que pretende desestimular que os cidadãos deem esmolas. "Queremos que as pessoas repensem este ato e, em vez da esmola, que sejam voluntários em projetos sociais e ajudem de outra forma," esclarece o chefe do Núcleo de Abordagem de rua da Semcas, e responsável pela campanha.

De acordo com ele, a campanha faz parte de um projeto nacional conhecido como Criança não é de rua, que tem como foco principal às crianças e adolescentes que não tem onde morar. Entretanto, segundo um levantamento feito em 2008, apenas 1% das crianças em situação de vulnerabilidade abordadas na rua não tinham onde morar, por isso o eixo escolhido para a campanha em Passo Fundo foi a questão da esmola.

"Quando as pessoas dão esmola, elas incentivam a mendicância. Quando são vistas pessoas pedindo esmola e ganhando, outras farão o mesmo," explica Camargo. E este problema é incidente no município, representando o estado de 24% das crianças e adolescentes abordados no ano passado. Do total de 202 adolescentes e crianças abordados pelo Núcleo em 2008, 52% estavam em situação de trabalho infantil, tais como venda de pequenos produtos e recolhimento de papel, 24% em mendicância, 17% em uso de substâncias psicoativas, 4% em exploração sexual, 1% morando na rua e outros 2% em outras situações de rua.

Muitos desses adolescentes e crianças estão sendo acompanhados pela Semcas, que faz abordagens através dos agentes. "Nas abordagens, sempre que é identificada alguma situação que envolva crianças e adolescentes, os agentes conversam e encaminham para a rede de assistência social que existe no município," explica. Com isso, essas crianças têm acesso, por exemplo, ao trabalho de assistentes sociais e psicólogos.

Criança Não é de Rua
A campanha nacional de enfrentamento à situação de moradia nas ruas de crianças e adolescentes, chamada de Criança não é de rua, é uma ação de mobilização nacional em defesa dos direitos de crianças e adolescentes em situação de moradia nas ruas. A campanha é uma iniciativa para a construção efetiva de uma nova realidade, capaz de gerar alianças e propostas de mudanças imediatas e de longo prazo, visando viabilizar a construção de uma alternativa real à vida nas ruas.

Do total de 202 adolescentes e crianças abordados pelo Núcleo em 2008:
* 52% estavam em situação de trabalho infantil, tais como venda de pequenos produtos e recolhimento de papel;
* 24% em mendicância;
* 17% em uso de substâncias psicoativas;
* 4% em exploração sexual;
* 1% morando na rua; e
* 2% em outras situações de rua.

fonte: O Nacional.

O que você acha desse projeto? comente aqui ou no diHitt.

7 comentários:

  1. aplausos!!! precisamos de ações efetivas, e não a perpetuação da miséria

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  2. TALVEZ NÃO SE TRATE DE PERPETUAÇÃO DA MISÉRIA E SIM DA FALTA DE POSSIBILIDADES .
    É MUITO FÁCIL FALAR DE TRABALHO INFANTIL E MENDICANCIA(NÃO QUE SEJA A FAVOR)DIFÍCIL É CRIAR POSSIBILIDADES.
    PROJETOS EXISTEM BASTANTES, TALVEZ O QUE FALTE SEJA VONTADE POLÍTICA.
    O QUE NÃO DÁ É PARA ACREDITAR EM UM PROJETO QUE SOMENTE TENTA MUDAR A OPINIÃO DAS PESSOAS SEM, ALGO MAS CONTUNDENTE POR TRÁZ.
    QUERIDOS O QUE NINGUEM QUER É PASSAR FOME ,SEJA MENDICANDO OU TRABALHANDO, O QUE ELES FAZEM É CORRER ATRA´Z DO PÃO DE CADA DIA.

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  3. Willian, primeiramente, louvavel a idéia da campanha, o fato de dar esmolas leva ao acômodo da situação, claro que por outro lado a falta de "esmola" e infra-estrutura daquela criança ou adolecente o leva a tal situação.
    Por algum tempo na minha vida, senti o que é não ter um teto para morar, não ter o que comer e a única forma que tinha naquela situação de se manter vivo, era depender do dinheiro pedido ou de obras assistênciais. Mas o problema a nível nacional é complicado e depende muito mais de nós população que de um governo.
    Sabe a mais de 500 anos sofremos com estes dois males, politica corrupta e uma divisão de classes contrastada (uns muito ricos e outros muito pobres) e nunca de fato conseguimos resolver este problema o que se tornou cultural e enraizado tornando a resolução do mesmo um obstáculo imenso.
    Mas se o povo se unir para mudar aos poucos, pequenos atos, começar a cobrar da politica como temos o direito (não apenas reclamar da politica e votar nos mesmos corruptos)e, então podemos começar a pensar em resolver este problema que é mundial.
    Mas por outro lado, pequenas ações como as da prefeitura de sua cidade se bem feita dará exemplo para outras cidades, para isso acho que a população daí tem que ter bastante conciência de ajuda mutua, e não estou falando de ninguém desembolsar quantias enormes de dinheiro, mas de cooperação de trabalho, formas de auto-gestão onde o foco são as familias destas crianças que por qualquer que seja o motivo estão esmolando. Com oportunidade de emprego e uma educação forte, uma cidade cresce e se recupera de tais "doenças sociais".
    Um abraço e parabéns pelo post e para a iniciativa da prefeitura.

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  4. Penso ser a família a base para todos os projetos sem ela nada adianta planejar.
    Abraços forte

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  5. Olá William.
    Creio que a situação existente em Passo Fundo seja um pouco diferente da que temos aqui em São Paulo, mas aqui já houve diversas campanhas desse tipo, sempre muito polemizadas.
    Criaram um tipo de ticket de troca, vulgarmente chamado de "vale esmola", onde o doador trocava dinheiro por esses vales e quando solicitado essa ajuda, podia-se dar o vale.
    O recebedor ia até um posto de trocas e recebia alimentos. Isso evitava o aliciamento e compra de drogas. A medida se tornou polêmica porque os moradores de rua pediam em um bairro rico e tinham que trocar em um outro pobre, um pouco distante. Muitos acreditaram que essa era uma tática para tirar esses moradores dos Jardins (bairro nobre), porque sendo distante o local da troca, talvez eles ficassem por lá mesmo, no bairro mais pobre.
    Sou contra a esmola, mas é um risco grande de cometermos uma injustiça. Nunca sabemos se o dinheiro será usado para alimentos ou para drogas. O fato é que quando alguém encosta no vidro do nosso carro, sentimos medo.
    Parabéns pelo texto.
    Um abraço.

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  6. Independente de ser uma iniciativa local, ações como essas são muito válidas, pois podem servir de exemplo para outras regiões do país afetdas pelo mesmo problema.

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  7. Oi William, segue a minha humilde opinião. Vou te confessar uma coisa. Sempre que posso dou esmolas. Não posso contemplar serenamente o sofrimento do meu semelhante. Simplesmente não posso ver uma mão estendida. Se tiver pão, então dou pão. A fome para mim é imediata. Não pode esperar. E mais que isso, procuro dar atenção. Saber da história da pessoa, o que a levou a esta situação. E ouví-la, com atenção, carinho e respeito. Dá para imaginar a solidão e o isolamento de uma pessoa em estado de miséria? Sem cidadania? Sem esperança? E as crianças e os velhinhos então? Não posso deixar de enxergar neles, meu pai, minha mãe, um filho querido. Afinal, ninguém está livre de passar por uma situação difícil. O que faço é pouco. É nada. Mas não consigo evitar de fazer e nem quero. Não acredito que isso leve as pessoas à acomodação. Seria verdade, se vivêssemos em um país onde as oportunidades fossem iguais para todos. Mas não é o caso. A grande maioria das pessoas não quer ser mendigo. Acene com uma vida digna, e virão correndo. Não tenho dúvida disso. Por isso acho importante além da esmola e o pão para aplacar a necessidade mais imediata, o engajamento de todos nesta questão. O voluntariado me parece uma coisa ótima. Qualquer ação social dos governos, visando estruturar as pessoas para o mercado de trabalho, acho uma maravilha. Educação? O verdadeiro caminho. Sem ensinar a pescar, tudo o mais é paliativo. Mas primeiro ofereçamos o peixe. De barriga vazia, com desnutrição e fraqueza, a pessoa derruba a vara de pescar e não vai conseguir nem aprender como se pesca... Abs Denize

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