domingo, 18 de setembro de 2022

AFINAL, ÁGUA COM AÇÚCAR REALMENTE ACALMA OS NERVOS?

Tomar água com açúcar para acalmar os nervos, em meio a uma situação de grande tensão ou stress, é uma prática bastante comum entre os brasileiros. Mas será que esta simples combinação, ligada a uma antiga crença popular, realmente nos deixa mais tranquilos ou tudo não passa de um mito?

A verdade é que não, a mistura entre água e açúcar não tem nenhum efeito sedativo, pelo menos na prática. E além de não reduzir o nervosismo, ela pode até mesmo causar um efeito contrário ao esperado, fazendo com que a pessoa fique ainda mais agitada.

Essa agitação, não muito agradável para quem está sofrendo com algum tipo de medo ou ansiedade, se deve ao consumo do açúcar –  especialmente em grandes quantidades. Após ingerido, ele é rapidamente metabolizado no organismo e passa pelo processo de transformação em glicose e frutose, gerando mais energia para o corpo.


(Fonte: artisteer/Getty Images)

Vale lembrar que a mistura, aparentemente inofensiva, traz riscos para quem é diabético, levando ao excesso de açúcar no sangue (hipoglicemia). Dessa forma, tenha cuidado ao oferecer a combinação para alguém desconhecido.

De onde surgiu este mito?

Embora não exista nenhuma comprovação científica de que a água com açúcar tenha efeito calmante, muitos continuam a recorrer à mistura sempre que estão lidando com situações de estresse. Há várias explicações para o surgimento dessa crença, uma delas relacionada à liberação de serotonina proporcionada pelo consumo de doces.

Conhecida como o “hormônio da felicidade”, a substância é responsável pelas sensações de prazer e bem-estar, muitas vezes interpretadas como tranquilizantes. É por esse mesmo motivo que algumas pessoas recorrem aos chocolates e outras guloseimas doces quando estão tristes.


(Fonte: NickyLloyd/Getty Images)

O uso constante da mistura também pode estar ligado ao efeito placebo da água com açúcar. Trata-se do mesmo método utilizado por farmacêuticas em testes de medicamentos e vacinas, nos quais um determinado grupo recebe um remédio sem qualquer efeito prático, mas que pode apresentar resultados devido à crença do indivíduo.

Neste caso, a pessoa acredita tanto que ficará calma ao consumir a bebida, que poderá realmente sentir o efeito sedativo, pelo menos momentaneamente.

Substitutos para a água com açúcar:

No lugar da água com açúcar para acalmar, você pode apostar em outras estratégias que ajudam a relaxar, como o consumo de alimentos com propriedades sedativas comprovadas, a exemplo do maracujá. O uso de chás relaxantes, como os de camomila, erva-cidreira e erva-doce, é outra alternativa.

Algo que também pode contribuir para diminuir o stress e a ansiedade é praticar atividades físicas com regularidade e meditar, assim como dormir bem. Em casos de nervosismo recorrente, buscar ajuda profissional pode ser a melhor escolha.

ANDRÉ LUIZ DIAS GONÇALVES

 

 

 

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Por que há menos jovens religiosos e mais jovens com transtornos psicológicos?

Neurocientista faz análise:

“Há um aumento de jovens sem fé, assim como um aumento de jovens com transtornos mentais. Há uma diminuição no QI médio do jovem, assim como há mais jovens com menos conhecimento.”

A declaração é do professor e neurocientista, Fabiano de Abreu Agrela, que vem analisando o contexto social em que as chamadas gerações Y e Z estão inseridas.

As primeiras pesquisas Datafolha de 2022 mostram que, em nível nacional, 49% dos entrevistados se dizem católicos, 26% evangélicos e 14% sem religião — já acima dos 8% sem religião identificados no último Censo. Entre os jovens de 16 a 24, o percentual dos sem religião chega a 25% em âmbito nacional.

Segundo Fabiano, há uma relação com menor inteligência e transtornos mentais, comportamentos incoerentes e irracionais, mesmo que ainda não constatado um transtorno em definitivo, os indicadores das variáveis beiram comportamentos adjacentes aos défices cognitivos.

“Não estou dizendo que pessoas inteligentes são aquelas que têm uma religião. Estou falando sobre não ter conhecimento sobre religião e já definir não gostar dela e já afirmar ser ateu. estou dizendo que pessoas inteligentes enxergam a religião, se interessam em conhecê-la, decidem acreditar ou não e respeitam a opinião das demais pessoas sobre religião e fé”, explicou.

Conforme o neurocientista, é necessário levar em consideração que pessoas com problemas psicológicos, que desenvolvem transtornos, têm a região frontal do cérebro afetada, e essa região é a mesma região da empatia.

“Montando então esse quebra-cabeça, posso concluir que vivemos uma geração de jovens das redes sociais com problemas cognitivos derivados dessa cultura, com a região frontal do cérebro afetada, cuja empatia não é desenvolvida, é inventada, para suprir o narcisismo, porque é legal e está na moda, com falta de opinião própria e indisposição na busca pelo conhecimento”, afirmou.

Por fim, Fabiano pontuou que é comprovado que pessoas com ansiedade excessiva vive em desiquilíbrio por falta de conhecimento sobre si, sobre a fé e sobre empatia.

“A falta desses conhecimentos podem desencadear problemas psicológicos que revelam a falta de empatia. Levando isso em consideração, posso afirmar que há menos jovens religiosos, não por conta da falta de crença na bíblia, mas sim, pela falta de conhecimento e entendimento dela. Porque é a falta de conhecimento que leva a perda da empatia. E sem empatia, o jovem não consegue chegar a um entendimento de si, dos outros, da vida e consequentemente, não vê sentido em nada. Os transtornos psicológicos se intensificam porque os jovens sem empatia não conseguem fazer boas escolhas e nem, tomar decisões que causem bem-estar para eles e para os outros. Muitos, não conseguem nem entender que, independente do que acreditam, devem respeitar o próximo”, finalizou.

Existe uma relação entre menor inteligência e transtornos psicológicos, e essa relação pode ser notada nesses jovens, na falta de empatia e na desconexão com a fé.

 O neurocientista falou sobre isso em seu último vídeo no youtube.

Fabiano de Abreu Agrela.