segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Nosso índice de baixaria

E futilidade e a escola de idiotização e imbecilização das pessoas
A ONU soltou estes dias mais um IDH, o índice de desenvolvimento humano. Neste, que aliás resume vários outros indicadores temos por exemplo educação, saneamento básico, moradia, renda per capta, saúde dentre outros fatores.
A notícia ruim é que o Brasil piorou.
 Dos 188 países analisados estamos em 75º lugar, pior do que o Sri Lanka e a Venezuela do agora declamado bolivarianismo.
 Numa conclusão acaciana além de não evoluirmos, nós pioramos em desenvolvimento humano. Estamos em involução.  
Uma outra  pesquisa realizada em 33 países pela global Ipsos, Perils of Perception (Perigos da Percepção) avalia os problemas e as características de cada um deles. No Brasil, o estudo revelou, entre outros pontos, que o país é o terceiro país mais ignorante do mundo.
Nesses dados , dá para se confiar porque trata-se uma compilação não politiqueira, sem ideologia comunista ou petista qualquer.
Fazendo um paralelo com esse seriíssimo IDH divulgado pela ONU e do Ipsos, eu pensei num outro índice. O IBF, ou índice de baixaria e futilidade.
Esta classificação iria mostrar o desempenho de cada sociedade nos quesitos de bom ou mal gosto e a dedicação a toda sorte daquilo considerado fútil, mesquinho e sem nenhuma agregação de valor à vida social ou profissional da pessoa.
Eu tenho a sensação de que no IBF o Brasil ficaria numa posição semelhante a que ele ocupa no ranking da FIFA, entre os 10 primeiros lugares; seria uma distinção digna de menção ignóbil .
As cenas brasileiras se tornaram um rosário do que temos na quintessência do fútil, do inútil e do indigno. Tal riqueza desses comportamentos não se faz sem razão. Isso ganha consistência naquele princípio pedagógico de que ao filho se ensina com cartilha e com exemplos.
Nesse sentido basta um cenário pedagógico:  o mundo político encenado em Brasília. Trata-se, atualmente, do que temos de mais vil e indecoroso da história republicana do Brasil. Se os adeptos de indignidades precisam de exemplos , esses ( os políticos) se acham em profusão em Brasília;  poucos escapam aos maus exemplos para os eleitores e cidadãos. “Dos filhos deste solo  és mãe gentil, Pátria amada Brasil ” ( Hino Nacional) .
E assim se dá em todas as esferas da vida. Tal prática de inutilidades tem invadido até os templos que deveriam ser sagrados. Não são poucas  as seitas religiosas que têm empregado o evangelho (boa nova) como um mercado da fé. Não se trata da parte deste escriba de sectarismo ou proselitismo dessa ou aquela religião. O que se afirma aqui se constata facilmente pelos meios de comunicação empregados pelas diversas denominações eclesiais ou religiosas. Basta zapear pelos canais de TV e ver o que se passa nos programas de muitas igrejas.
Um exemplo do inútil e do fútil que tomaram conta dos rituais de muitas igrejas classificadas de pentecostais e neo-pentecostais têm sido a exploração do baixo discernimento, baixa cultura e susceptibilidade à doutrinação e preleção  da maioria dos fieis dessas igrejas.
O que vimos de muito frequente apregoado como milagre de muitos pastores, apóstolos e bispos não passa de exploração por parte desses treinados oradores como uma exploração ao baixo senso crítico das pessoas.
Milagres existem, mas, muitos “deles” são  uma reação fisiológica da natureza humana, de cada organismo, de cada criatura humana,  que já encerram um prodígio da criação divina. A vida e nossa fisiologia já são   um milagre. Ou não ?
E assim temos a sucessão de outras frivolidades e vazios que dominam a vida brasileira. Na música por exemplo que deveria ser a expressão de arte. Quanta barulheira, baixaria e mau gosto no que chamam esse e outro estilo de música.
Que na minha apreciação e gosto encerra- como arte-  um conjunto harmoniosa de sons, combinado a uma letra com feições de poesia . Como exemplos um Tom Jobim, um Vinicius de Moraes.
Nas idas décadas pré-internet e pré-celular se valorizava muito o hábito da leitura de bons livros, dos clássicos da literatura nacional e mundial. Um status muito almejado era aquele do domínio de uma boa cultura geral, uma boa formação colegial e acadêmica.
Hoje falar de conhecimentos gerais, do domínio do português, da fluência num idioma estrangeiro, de noções básicas de Ciências Humanas se tornou janotice e um hábito careta para nossa juventude. O uso de forma alienada e compulsiva das tão badaladas redes sociais e da internet vem se transformando numa escola de idiotização e vulgarização da vida humana.
Ninguém mais quer saber de estudar. Parece que o senso crítico, analítico, pensante doem a cabeça.
É o mundo e o palco da alienação e da imbecilização que vem inutilizando e esvaziando as mentes de nossas crianças e jovens de qualquer outros sonhos e projetos que os engrandeceriam como racionais e inteligentes que são.
Quão triste realidade estamos vivendo com tanta porcaria e vilania que tomaram conta da rotina das pessoas  É isto aí, ao deparar uma galeria, lá tem de tudo, tudo que rima com baixaria: funilaria, pizaria, padaria e o que a garotada e jovens mais  gostam ,  as vitrines de futilaria.
Quanto de vazio e sem sentido se tornou a sociedade da era da Internet! DEZ/2015 .
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