sábado, 3 de setembro de 2016

O desejo não correspondido de ter filhos


Uma pesquisa recente mostrou a frustração de muitos casais sem filhos ou que não conseguiram ter uma família tão numerosa como gostariam

Para um número cada vez maior de casais, a pior fonte de angústia é de ter menos filhos do que gostariam, ou de não ter filhos.

O planejamento familiar tem sido um grande sucesso. A taxa de fecundidade mundial diminuiu de 5,1 crianças por cada mulher em 1964 para a taxa atual de 2,5. Só na África subsaariana ainda existem famílias numerosas, mas ainda assim, o número de filhos está diminuindo.

 É uma notícia importante. Mostra que as mulheres têm mais controle sobre seus corpos e que os pais não precisam mais se reproduzir, não só pelo prazer de ter filhos, como também pelo medo da morte de alguns deles.

Mas essa vitória do planejamento familiar esconde um problema crescente. Para um número cada vez maior de casais, a pior fonte de angústia é de ter menos filhos do que gostariam, ou de não ter filhos. 

A pedido da revista The Economist, a empresa de consultoria Globescan realizou uma pesquisa em 19 países, na qual os entrevistados disseram quantos filhos gostariam de ter e quantos imaginariam ter em termos concretos. 

Nos países desenvolvidos, os casais eram menos férteis do que gostariam e muitos casais em países em desenvolvimento também se ressentiam de não serem tão férteis como desejariam.

A infertilidade é uma das causas do problema, não só nos países desenvolvidos, onde os casais adiam os planos de terem filhos até um momento em que é tarde demais, mas também em países pobres, com condições piores de saúde pública. 

Além disso, deBrooklyn a Pequim, o custo de moradia e educação é tão alto, que muitos casais jovens não têm o número de filhos que gostariam por razões econômicas.

Em alguns casos, o sofrimento de não ter filhos ou de ter menos do que o desejado causa depressão e, em países em desenvolvimento, pode ser uma fonte de catástrofe social. 

Os casais se empobrecem com as tentativas de tratamentos de fertilização ineficazes; os maridos se divorciam de mulheres estéreis e, muitas vezes, elas são estigmatizadas pela sociedade ou sofrem punições severas.


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