As cidades são partes de uma pluralidades de teias
Se é verdade que centros urbanos são
identificados também por sua importância geo-econômica é igualmente, verdadeiro
que possuem atribuições políticas diferenciadas no que se refere o ordenamento
espacial de localidades e regiões.
Sob estas condições é que o
planejamento e que em definitivo, não é a panaceia, tampouco o elixir para
todos os males que carcomem a vida na cidade, mas que possui funções sociais,
políticas e econômicas, absolutamente fundamentais para a própria
materialização da vontade democrática e que, precisamente por isso, surge como
experimento , é claro, técnico, mas bem mais do que isso, como possibilidade
cidadã, social e profundamente democrática e que por isso deve expressar o
sentimento das maiorias sociais.
Da mesma forma que residências estão
em bairros e estes nas cidades; cidades, da mesma forma, são partes de micro ou
mesorregiões e ainda componentes de uma unidade federada. Da mesma forma
cidades são partes de sistemas ecológicos e ambientais; são integrantes de
tipologias ambientais repletas de biodiversidades.
Em outros termos cidades são partes
de uma pluralidades de teias, conformações e articulações que lhes confere
sentidos distintos e específicos. A expressão desse reconhecimento é que as
administrações modernas se incumbem de pensar e traçar mecanismos
administrativos que incluem cidades vizinhas ou blocos de cidades.
Os consórcios intermunicipais e que
ainda hoje acontecem na região do ABC paulista são os mais notórios e
conhecidos. A definição da Revista PÓLIS (AA/no. 97, 1997) a esse respeito é
esclarecedora.
Diz: “Consórcios intermunicipais são
entidades que reúnem diversos municípios para a realização de ações conjuntas
que se fossem produzidas pelos municípios, individualmente, não
atingiriam os mesmos resultados ou
utilizariam um volume maior de recursos. Os consórcios intermunicipais possuem
personalidade jurídica (normalmente assumem a figura de sociedade civil),
estrutura de gestão autônoma e orçamento próprio. Também podem dispor de
patrimônio próprio para a realização de suas atividades”.
São, de outra maneira, inteligências
administrativas que produzem intervenções espaciais efetivas, eficazes e
integradas. Importante considerar, contudo, que existem outros nexos causais que
inspiram ações inter-cidades. Por exemplo, políticas em torno da promoção e
preservação de bacias hidrográficas; arranjos políticos em favor de uma malha
rodoviária ou alguma outra obra de infra-estrutura.
O aspecto central deste ensaio é que
já não é mais possível conceber administrações de tipo intestinal, ou seja,
“pra dentro”, unicamente “para dentro”. Administrações modernas, amplas e
democráticas são endo/exo/administrações.
São governanças locais e ao mesmo
tempo, inter-locais porque se reconhecem como partícipes de planos maiores que
o do estrito território da qual diz respeito.
Aqui onde vivo e sobrevivo,
Itumbiara (Goiás), tem-se e pratica-se uma espécie de “mundo do pequeno
príncipe” ou seja… Vivemos em um asteroide, sem vizinhança, sem problemas
comuns e que tão somente e por isso, vivemos encastelados em nós mesmos, para
nós, por nós e em nós.
Erro? Mais que isso! Esta é uma
pratica autofágica, pobre e irresponsável, na medida em que uma cidade como
Itumbiara não assume suas funções na liderança e gestão de toda uma região e
que ao menos em tese, deveria influenciar.
Sabe quantas articulações
intermunicipais o “gigante da fronteira” tem com municipalidades locais em
torno de temas comuns, como, por exemplo: o lixo? E na saúde? Sabem quantas criatividades
o asteroide “gomista” desenvolveu com províncias vizinhas? E no que respeita ao
nosso Cerrado comum, berço das águas centrais do Brasil? Sabem quantos arranjos
temos? E a segurança, essa bomba relógio de fronteira? Sabe quantas novas
institucionalidades foram feitas ou pensadas a esse respeito a bem da muito
violentada população de Itumbiara?
Isso mesmo… Zero! Nada… Estou
dizendo, vivemos em um asteroide!
Bom… Ampliar, abrir-se ao mundo, aos
seus desafios, compreender o outro para, enfim, se compreender; estar e ser com
os outros para ser o que se é. Isso não é só um embaralhamento de vernáculos ou
de filosofias… É um discernimento moderno e atual que gera desenvolvimento
regional, unidades e novas formas de existência para a vida urbana.
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artigo.
Que medo >>kkk
ResponderExcluirQue medo
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