Doa a quem doer
“O homem é um animal político.”
(Aristóteles)
Toma-se a assertiva dita por
Aristóteles como um ponto de partida, não apenas para enfatizar que todas as
relações sociais são dotadas de um viés político, mas para mostrar também que
tal relação é intrínseca ao ser humano.
O cenário político brasileiro atualmente é
degradante e famigerado, e isso está sendo escancarado a olhos vistos.
Como acadêmico de direito, e amante das
ciências humanas e sociais aplicadas, é percebido que alguns indivíduos com um
mínimo conhecimento da lei, e dotados de bela eloquência em seus argumentos, ou
dotados de um alto poder aquisitivo, na maioria das vezes representando
majoritariamente a classe política brasileira, tem dito em imprensa escrita,
falada e digital, algumas verborragias que tem assustado quem ainda não tem
intimidade com tais ciências aplicadas, no caso a maioria da população
brasileira.
Aqueles poucos, que poderiam ser
considerados como integrantes da “elite intelectual” da nação, em sua grande
maioria, se abstém do processo político. Não apenas por medo ou indisposição,
mas pela mais pura covardia.
Os olhos críticos, e ao mesmo tempo
inertes da sociedade, e a impopularidade; que tal classe política fomenta a
cada dia, com inúmeros casos de corrupção, serviu e serve de força motriz para
a postergação de um sistema “às avessas” e sem perspectiva nenhuma de melhora.
Na qual, predominam desde os
primórdios: valores hedonísticos em conjunto com os interesses da minoria
elitista brasileira que colidem com os interesses da população brasileira,
gerando assim um ninho de serpente, conforme se faz conhecido de todos nós.
Até quando será negligenciado, e
postergado o caos das instituições políticas de nosso País? Até quando a
carreira política estará associada a ascensão financeira? Onde foram parar as
ideologias? Parafraseando o poeta Cazuza, “Ideologia, eu quero uma pra viver”.
Se faz mister tomarmos a nossa posição como
agentes fomentadores de mudança. Combatendo assim a corrupção alheia, como
poderemos furar uma fila? Como podemos estacionar em um local proibido? É
preciso além de uma mudança estrutural, uma mudança de conduta e de cultura.
Eliminando assim famoso “jeitinho brasileiro”.
Poderia divagar por horas relatando os inúmeros casos que fazem parte da
vivência da população brasileira, e casos que ocorrem dentro da Academia, local
este que em tese deveria servir de exemplo, e ser um fomentador de caráter, e
de posturas sérias e condizentes, com aquilo que é prelecionado na legislação
vigente em nossos dias.
Seria necessário para eliminar a
corrupção, propor uma educação emancipatória? Ou quem sabe delegar a terceiros
uma obrigação que é estipulada constitucionalmente, já que como é do
conhecimento de todos, a polêmica em relação as Organizações Sociais – OS, na
Rede Estadual de Educação em Goiás tem fomentado todo o tipo de discussões,mal-estar
e rixas, trazendo insegurança a toda a
sociedade, haja vista que tal implementação está tendo mais um caráter para
enxotar a máquina estatal e impor “goela” a abaixo um sistema de ensino, que
possivelmente não irá beneficiar o filho do trabalhador, mas a interesses
escusos, mas isto poderá ser explanado em um outro momento.
Voltando ao tema desta explanação,
durante toda a história brasileira, fomos marcados por formas degeneradas de
governo (oligarquia, demagogia, etc.), o que na maioria das vezes só beneficiou
alguns iluminados, e fomentou a sua sanha por poder, em detrimento do restante
da população brasileira.
Para reduzir tais mazelas poderia se
fazer um reducionismo e culparmos apenas os portugueses, por tais situações
infames? Ou culpar a forma de colonização baseado na colônia de exploração?
Seriam verdadeiramente estas, as explicações para a “falha moral” de nosso povo
e das instituições políticas no Brasil? Creio que o buraco seja mais embaixo.
Por fim, estas linhas serão
encerradas com um desabafo contra tudo isto que está ocorrendo em Terras
Brasileiras, e que também foi um alerta feito por Joseph de Maistre, já no
século XIX, e que a Que a verdade seja dita, doa a quem doer… Pois “cada povo
tem o governo que merece”.
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artigo.
Muito bom, uma outra visão!!!
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