A
sondagem revela também que na percepção de 70% dos homens, as mulheres se
sentem felizes quando ouvem um assobio.
Pesquisa feita pelo Instituto Data Popular, como contribuição à campanha Carnaval Sem
Assédio, do site Catraca Livre, mostra que a maior parte da
visão masculina ainda é machista em relação à participação de mulheres nos
festejos de rua.
A pesquisa foi feita entre os dias 4 e 12 de janeiro, com
3,5 mil brasileiros com idade igual ou superior a 16 anos, em 146 municípios.
“O que existe por parte dos homens é uma naturalização do
machismo”, disse no sábado (6) o presidente do Instituto Data Popular, Renato
Meirelles. De acordo com a sondagem, 61% dos homens abordados afirmaram que uma
mulher solteira que vai pular carnaval não pode reclamar de ser cantada; 49%
disseram que bloco de carnaval não é lugar para mulher “direita”; e 56%
consideram que mulheres que usam aplicativos de relacionamento não querem nada
sério.
Segundo Meirelles, o homem ainda tem uma visão de que a
mulher é propriedade dele e que ela é feliz dessa forma, “como se a mulher
tivesse que ser grata pela grosseria dele”. A pesquisa confirma a percepção
distorcida do sexo masculino que a mulher, ao participar de bloco de rua, quer
ser assediada. “Isso tem a ver com o processo histórico-cultural no Brasil”,
disse.
Renato Meirelles lembrou que qualquer tipo de abordagem
sem o consentimento da mulher é assédio. E o assédio, além de ser moralmente errado,
dependendo do tipo é crime, e moralmente não funciona, lembrou.
A sondagem revela também que na percepção de 70% dos
homens, as mulheres se sentem felizes quando ouvem um assobio, 59% acham que as
mulheres ficam felizes quando ouvem uma cantada na rua e 49% acreditam que as
mulheres gostam quando são chamadas de gostosa.
O lado feminino do assédio será objeto de outra pesquisa
que o Instituto Data Popular divulgará mais adiante.
Fonte: Agência Brasil
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