quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Os desafetos do saber



Nos íngremes degraus da sabedoria estão as frestas da ignorância apinhadas de desafiadoras informações mal concebidas, nelas se escondem todas as formas da teimosia, da intolerância, da arrogância, da avareza, da prepotência, da petulância e de outros adjetivos elevados a mais alta construção da incompatibilidade do saber. Entre um degrau e outro na busca do conhecimento, tropeçamos nessas fissuras que insistem em nos prender em algum degrau mal construído e, às vezes, a preguiça nos obriga a parar por ali. Porém, os fortes avançam incansavelmente.
Vencer a distância entre todos os degraus é uma façanha impossível para o homem comum, nessa busca alucinante do mais alto saber é de fundamental importância ter a consciência das dificuldades de se ter o êxito pretendido, pois é a certeza de não encontrar respostas para tudo é o que nos move em direção a alguma verdade.
Contudo, muitos homens ficam entre as frestas dos degraus e de lá observam os movimentos dos mais perseverantes e se vestem de seus mantos e assumem suas personalidades, mas, continuam submersos na escuridão da ignorância ecoando o som ouvido por tantos sábios que transitam por cima dos degraus.
Assim, os petulantes e pobres de saber vão aos palanques e desabafam suas palavras no mais alto dos sons e convertem os incautos em seres submissos as suas vontades. Nesse emaranhado barulho, a política surge como uma ignóbil tranca das portas da sabedoria e aprisiona os desprovidos de intelecto.
Depois de presos a este sistema os fracos homens são jogados às fortes massas capitalistas que formam uma esmagadora onda que arrasta todo o conhecimento para detrás dos muros da filosofia que atende aos ideais de todo o poder. E os prisioneiros se cobrem de adornos e aparelhos eletrônicos como soldados da causa político-capitalista.
Do outro lado, encontram-se os livros intocados por uma sociedade que se rendeu ao pensamento universal convencionado pelos barulhentos movimentos publicitários. Entre esses mundos a única saída são as páginas desses livros, que levam o homem em direção à luz.
O certo é dizer que enquanto houver o domínio da Política sobre nós, e não o do Estado De Direito, o saber será o nosso único trunfo para vencer o imperialismo político e, nesse sentido serão de fato livres os que possuírem o conhecimento e, somente esses, poderão realmente dizer que vivem num Estado Democrático De Direito. Ainda acrescento que o conhecimento vale mais que qualquer salário. Pois, dinheiro algum compra a liberdade, senão o saber.
Entretanto, pode ser que eu esteja errado, e no Brasil o Estado Democrático De Direito é a máscara da política de interesses e estamos sobre o domínio de suas vontades.


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3 comentários:

  1. O conhecimento nos levará a nossa busca de sentido e a questionamentos sobre oque está acontecendo agora no país.
    Parabéns pelo post, abraços!

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  2. Paro o Brasil: deveríamos voltar a cartilha caminho suave>>>>

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